Mão de obra feminina predomina no turismo, segundo o Eurostat
Mais homens do que mulheres, mais mão-de-obra imigrante e um maior número de jovens. Estes são apenas três elementos que compõem o perfil dos empregados na actividade turística. Os dados foram publicados esta semana pelo Eurostat e refere-se a 2020.
Pelos efeitos da pandemia, o ano de 2020 foi atípico em praticamente todas as actividades económicas e principalmente no turismo, o setor que mais terá sofrido. Não obstante, o Eurostat acredita que, enquanto empregador, o papel do turismo irá continuar a ser da máxima importância, até pela diversidade de empregos que gera, em termos diretos, em actividades como o alojamento, o transporte aéreo e a distribuição (agências de viagens e operadores turístico)
Estes foram os sectores analisados pelo Eurostat no que toca ao emprego no turismo em 2020 e a primeira conclusão foi que o turismo empregava mais mulheres do que homens: 58%,quando a média registada no cômputo das actividades económicas não vai além dos 46%.
Outra das características do mercado do trabalho do turismo em 2020, residiu nas “percentagens relativamente elevadas de emprego a tempo parcial”, concretamente 23%, número que se compara com 19% dos trabalhadores empregados a tempo parcial em todas as atividades económicas.
Diferenças também no tipo de contratação, com os contratos temporários a serem mais preponderantes na actividade turística: 18% em comparação com os 14% da generalidade das actividades económicas.
O que também se pode dizer é que fidelização não é uma das características do mercado de trabalho do turismo: em 2020 eram 29% os que estavam no seu emprego actual havia menos de dois anos, enquanto no quadro global das actividades esse número descia para 23%.
Outra das conclusões foi a de que o setor do turismo empregava uma percentagem mais elevada de trabalhadores com menos habilitações (18% em comparação com 17 % dos trabalhadores empregados em todos os setores económicos), assim como mais trabalhadores estrangeiros (13% no turismo em comparação com 8% de média no geral das atividades) e um maior número de jovens trabalhadores, com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos (9% em comparação com 7%).
Os dados de 2020 apresentam algumas alterações face ao ano anterior, o que o Eurostat justifica com a pandemia. “O ano pré-pandemia registou percentagens relativas ainda mais elevadas dos dois últimos grupos”, ou seja, de imigrantes e jovens, concretamente, 15% e 11%, em comparação com os 8% em ambos os indicadores dos trabalhadores empregados em todas as atividades económicas em 2019, respetivamente). “A diminuição das percentagens entre 2019 e 2020 deveu-se muito provavelmente a limitações nos movimentos transfronteiriços de potenciais novos trabalhadores estrangeiros e a uma transição mais difícil da escola para o mercado de trabalho, enquanto a atividade turística estava, em grande medida, suspensa”, explica o Eurostat.