Maioria dos portugueses considera fundamentais as viagens de trabalho mas exige flexibilidade e segurança

Um estudo global da SAP Concur sobre a dinâmica das viagens de trabalho, revela que a maioria dos portugueses (65%) encara as viagens de trabalho como fundamentais para a sua carreira, defendem uma maior flexibilidade das mesmas e preocupam-se com a segurança no destino.
Realizado pela Wakefield Research entre os dias 5 e 26 de abril de 2024 com a participação de 3.750 viajantes de negócios em 24 países, o estudo revelou que os portugueses discordam das empresas onde trabalham, nomeadamente na pouca flexibilidade em relação a viagens e ao trabalho remoto.
Segundo o estudo, 65% dos portugueses que viajam em negócios consideram estas deslocações em serviço fundamentais para a sua carreira. No entanto, 87% dos inquiridos sofreram cortes na flexibilidade laboral, nomeadamente na autorização de trabalho remoto durante as deslocações pessoais para evitarem o gozo de dias de férias (31%), a adição de deslocações pessoais a viagens de negócio (24%), entre outras. Estas e outras razões levaram a que 17% dos inquiridos já tenham recusado uma viagem de trabalho por estas não poderem ser prolongadas para momentos de lazer ou para viagens pessoais.
Maior exigência relativamente às viagens de trabalho
Nos últimos 12 meses, 88% dos inquiridos foram forçados a tomar medidas imprevistas devido a circunstâncias inesperadas da viagem, incluindo o cancelamento ou o reagendamento de reuniões (45%) e, segundo o estudo, depois de 55% terem suportado escalas mais longas ou outros atrasos, 25% recusariam uma viagem para evitar atrasos ou cancelamentos, o que reflete o aumento do grau de exigência dos trabalhadores relativamente às viagens de trabalho
Esta será também a razão que levou a que 67% dos inquiridos afirmasse que reservam proactivamente tempo extra para a sua chegada e 44% reservam tempo extra para a partida.
No total, 89% dos inquiridos recusariam uma viagem, devido a preocupações com a segurança do destino (48%), com a segurança do meio de transporte (31%), ou falta de flexibilidade para se adaptarem fora da política da empresa (28%).
Os viajantes de negócios portugueses veem a IA como uma solução – se implementada corretamente. Assim, e embora 93% dos inquiridos considerassem a possibilidade de utilizar opções com IA para reservar as suas viagens de negócios, apenas 9% se sentem confortáveis a fazê-lo atualmente. Uma grande maioria (88%) necessita de apoio fornecido pela empresa para se sentir confortável com a utilização de opções baseadas em IA para reservas, incluindo proteção de dados pessoais (54%) ou formação fornecida pela empresa (37%).
De referir que 63% dos inquiridos sente que nem sempre que teve a mesma oportunidade de fazer viagens em comparação com os seus colegas, especialmente devido ao seu nível de antiguidade (21%), idade (18%) ou devido ao facto de ser pai/mãe (18%), um dado que o estudo classifica como “alarmante”.
Prevalência da pré-aprovação das viagens e preocupações com a sustentabilidade
Dois terços dos inquiridos (66%) referem que a sua empresa se concentra cada vez mais na aprovação prévia das viagens, incluindo quase um terço (32%) que viram esta medida ser implementada para todas as viagens. Por outro lado, 30% revelaram que as organizações onde trabalham, incorreram em despesas adicionais numa viagem de negócios.
Os travel managers podem preferir que os viajantes efetuem as reservas através dos canais adequados, mas 28% dos viajantes portugueses foram forçados a reservar viagens diretamente com os fornecedores.
O estudo avança ainda que cerca de um quarto dos inquiridos (22%) considera que a sua empresa está mais focada na sustentabilidade das viagens do que na flexibilidade ou na redução dos custos das viagens.
As preocupações com a sustentabilidade não estão apenas do lado das empresas mas também dos trabalhadores sendo que 21% dos inquiridos afirmou que recusaria uma viagem devido ao impacto ambiental ou à incapacidade de escolher opções sustentáveis, enquanto 17% citaram as recomendações para reduzir as emissões de carbono como uma ferramenta de reserva obrigatória.