Luís Henriques: “Só sendo competitivos no mercado é que a Airmet poderá continuar a crescer ”
Em declarações aos jornalistas à margem da celebração, em Lisboa, do 17º aniversário da Airmet, o diretor-geral, Luís Henriques, considerou que, passados estes 17 anos, os grupos de gestão continuam a fazer sentido, mas para continuarem a fazer cada vez mais sentido “temos de trabalhar cada vez mais e melhor e darmos mais serviços às agências”.
Recordando que a Airmet “foi o segundo grupo de gestão a surgir em Portugal”, Luís Henriques garantiu que, se na altura este era um modelo de negócio que fazia sentido, “com o passar do tempo mais sentido faz”, tendo classificado como “interessantes” os 17 anos que já se passaram sobre a constituição da Airmet. Anos que, disse, foram “muito dinâmicos” no princípio, seguindo-se “anos mais estáveis do mercado” e mais recentemente, os anos da pandemia trouxeram “uma dinâmica diferente” que fortaleceu a empresa: “diria que nós estamos mais fortes e preparados do que nunca para enfrentar os desafios que vêm por aí”, afirmou.
Esta melhor preparação deve-se, segundo Luís Henriques, a vários fatores, a começar pela equipa “muito estruturada e muito profissional” e “estável”. Acresce que “temos também a clara noção do caminho que queremos seguir” e este passa pelo modelo de contratação que vai vigorar em 2024 pelo terceiro ano consecutivo.
“Na contratação temos hoje um modelo diferente do que existia, continuamos a apostar neste modelo em 2024 que vai ser o terceiro ano em que o aplicamos e vai ser o nosso caminho, com o parceiro A ou o parceiro B”, sempre com o objetivo de “aumentar a rentabilidade das nossas agências de viagens”. A propósito frisou que “nós não queremos pedir aos nossos parceiros fornecedores um rappel porque vendemos muito, queremos pedir um rappel porque vendemos bem”.
O terceiro fator elencado foi o da inovação tecnológica, com o responsável a antecipar que, a este nível, “teremos algumas novidades nos próximos meses”.
Questionado sobre se o objetivo de crescimento anunciado na última convenção do Grupo, se mantém ainda, Luís Henriques recordou que “na Convenção tínhamos 315 agências, falámos em atingir as 360 até final deste ano e 400 no final de 2024”, números que estão já a ser ultrapassados, como fez questão de destacar: “Neste momento estamos com 382 agências no Grupo, temos crescido muito em número de agências e de lojas”.
“Não abrimos nenhuma exceção para o INATEL, as condições são exatamente iguais às de todos os nossos associados, mas é sempre importante perceber que mesmo uma organização como o INATEL, que nunca tinha olhado para este tipo de negócio, percebe que estar agregado a um grupo como o nosso tem vantagens e benefícios comerciais muito diretos”
Sublinhando que “recebemos todas as agências de braços abertos, porque queremos crescer”, o diretor-geral do Grupo fez notar que “o que dá mais satisfação é a retenção que conseguimos fazer das agências Aimet, temos um número muito pequeno de agências que saíram da rede, o que diz muito do nível de serviço que estamos a apresentar”.
Para o aumento do número de agências já conseguido este ano contribuiu a adesão da INATEL. “Foram meses de negociações difíceis, o INATEL é muito rigoroso na escolha dos seus parceiros, mas foi uma negociação muito interessante”, observou Luís Henriques que quis deixar claro que “não abrimos nenhuma exceção para o INATEL, as condições são exatamente iguais às de todos os nossos associados, mas é sempre importante perceber que mesmo uma organização como o INATEL, que nunca tinha olhado para este tipo de negócio, percebe que estar agregado a um grupo como o nosso tem vantagens e benefícios comerciais muito diretos”.
Ainda sobre este tema, o executivo fez notar que “para nós é uma honra termos no nosso grupo uma instituição como o INATEL. As nossas agências olharam para esta entrada como o prestígio que ela aporta ao grupo”, sustentou.
Sobre as aquisições, fusões e parcerias que têm acontecido de forma muito dinâmica no mercado espanhol e a eventualidade de estas movimentações influenciarem o mercado português, Luís Henriques começou por frisar que “enquanto grupo de gestão somos o único que continua independente, não estando associado a nenhum grande grupo económico. O nosso maior concorrente está dentro de um grupo económico grande e o agrupamento que está abaixo de nós em termos do número de agências, está com parcerias com um grupo muito forte e os rumores do mercado dizem que até o pode vir a integrar”.
Porque vê o mercado “de uma forma muito liberal”, Luís Henriques afirma que ”essas situações de aquisições ou fusões, não me fazem impressão” até porque “o mercado tende sempre a ajustar as suas próprias dinâmicas”. A propósito, referiu mesmo que “o que se tem demonstrado e provado é que mesmo quando os grupos de gestão são propriedade de grupos económicos fortes na distribuição, não passa a haver uma clara preferência por parte das agências em comprarem ao operador A, ou B, até porque a rede de agências de um agrupamento não tem os pressupostos que tem as redes verticais de marca própria de alguns grupos”.
Ainda assim confessou que “estamos atentos até para percebermos se continuamos a ter um produto competitivo para as nossas agências, porque só sendo competitivos no mercado é que a Airmet poderá continuar a crescer da forma que está a acontecer”.
Sobre as vendas para a época de verão, o diretor-geral da Airmet, referindo que “todos nós estamos a dizer que estamos a crescer”, disse que “o que está a acontecer agora é o que acontece todos os anos por esta altura do ano”, ou seja, “vendemos muito nos primeiros quatro meses do ano, depois foi abrandando”. Fundamentando um pouco mais, disse que “os últimos dois meses de 2022 e os primeiros quatro deste ano foram meses extraordinários em vendas”. No entanto, alertou que “o mercado pode ter problemas, basta ouvir as notícias com os aumentos das taxas de juros”.