Lucro da TAP cai quase 70% para 53,7 M€ em 2024

Pelo terceiro ano consecutivo, a TAP registou resultados líquidos positivos. Ainda assim, face a 2023, os lucros caíram quase 70%, tendo sido penalizados pelas provisões laborais extraordinárias e pelas perdas cambiais, anunciou a empresa em comunicado.
Em 2024, o resultado líquido da TAP ascendeu a 53,7 milhões de euros, tendo caído 69,7% face ao registado em 2023. De acordo com a empresa, “este resultado foi maioritariamente impactado por provisões laborais extraordinárias e perdas cambiais”. Ainda assim, comparando com 2019, último ano antes da pandemia, os resultados registam uma melhoria de 149,4 milhões de euros, de acordo com o comunicado divulgado esta quarta-feira, 26 de março.
As receitas operacionais totalizaram um novo máximo de 4.242,4 milhões de euros, +0,7% do que em 2023 e +28,6% do que em 2019. As receitas de passagens voadas mantiveram-se positivas, impulsionadas pelo aumento da capacidade (+1,6%) e pela melhoria do load factor (+1,5 p.p.).
Refira-se que o ano passado, a TAP transportou 16,1 milhões de passageiros, +1,6% do que em 2023, o que representou 94% dos valores alcançados em 2019. O número total de voos operados diminuiu 1,5% face a 2023, atingindo 86% dos níveis pré-crise.
Além do aumento do número de passageiros transportados, a TAP sublinha que o desempenho da manutenção (+44,6%), também contribuiu para o crescimento das receitas.
Os custos operacionais recorrentes aumentaram 0,8% em termos homólogos, atingindo 3,859,8 milhões de euros em 2024.
O comunicado adianta que “o EBITDA recorrente atingiu EUR 875,3 milhões em 2024, com uma margem de 20,6%, aumentando EUR 3,7 milhões ou 0,4% em comparação com 2023. O EBIT recorrente totalizou EUR 382,7 milhões em 2024, com uma margem de 9,0%, representando uma diminuição de EUR 3,2 milhões ou 0,8%, refletindo um nível de rentabilidade consolidado, em linha com 2023, acomodando com sucesso os novos Acordos de Empresa e o aumento dos custos com pessoal”.
Comentando os resultados, Luís Rodrigues, presidente executivo da TAP, salienta que “os resultados de 2024 confirmam a trajetória de recuperação da TAP iniciada nos últimos anos. Pelo terceiro ano consecutivo, a TAP apresentou um resultado líquido positivo, suportado pelo aumento das receitas e pela estabilização dos resultados operacionais. Adicionalmente, o contínuo aumento da pontualidade e regularidade confirmam uma operação mais robusta e resiliente, reconhecida pelos nossos clientes através do aumento significativo do NPS (Índice de Satisfação do Cliente) face a 2023.”
“Estes resultados” – prossegue o responsável – “foram conseguidos num ano muito desafiante, marcado por um aumento relevante da concorrência nos nossos principais mercados, fortes desvalorizações cambiais, desafios operacionais, nomeadamente no controlo de tráfego aéreo e eventos meteorológicos adversos, e constrangimentos estruturais, como o limite de aeronaves”.
Olhando para o futuro, Luís Rodrigues afirma que 2025 “será igualmente um ano desafiante” e recorda que este será, também o “último ano do plano de restruturação, no qual continuaremos focados na transformação da TAP numa Companhia sustentadamente rentável e numa das mais atrativas da indústria, contanto com o apoio e compromisso das nossas pessoas e dos nossos stakeholders”.