Lisa Mota-Pinto McNally: “O cliente do digital é muito diferente do cliente das agências de viagens”
À margem da celebração dos 85 anos da TAAG – Linhas Aéreas de Angola, na passada sexta feira, em Lisboa, o Turisver falou com Lisa Mota-Pinto McNally, CCO da companhia para saber um pouco mais dos objetivos traçados para Portugal.
Quais são os objectivos da TAAG para Portugal nesta nova fase da vida da companhia?
Os objetivos da TAAG para Portugal são de manter as frequências e as rotas que temos – neste momento estamos com 14 frequências semanais entre Luanda e Lisboa – no sentido de consolidar essa oferta. Vamos continuar a trabalhar com o cliente, continuar a trabalhar na conectividade de Portugal para outras rotas, nomeadamente para o Brasil, Moçambique e África do Sul, entre outras. Temos um plano muito interessante para a abertura de alguns destinos regionais em África e queremos aumentar a conectividade para esses destinos.
Mas tencionam continuar a crescer em Portugal?
Desde que haja procura que o justifique, cresceremos porque o nosso crescimento é feito de uma forma muito alinhada com a procura. Claro que às vezes há limitações ao nível da frota mas temos planos de investimento para o futuro.
“Nós voamos para o Porto mas não de forma regular, mas entendemos que temos um mercado corporativo forte no Porto, há muita gente que trabalha em Angola e escutamos os pedidos que nos fazem de voos para o Porto”
Recentemente houve um comunicado da TAAG que dava conta da vontade da companhia em realizar voos diretos entre Luanda e o Porto na época do Natal…
Nós voamos para o Porto mas não de forma regular, mas entendemos que temos um mercado corporativo forte no Porto, há muita gente que trabalha em Angola e escutamos os pedidos que nos fazem de voos para o Porto. Infelizmente, não temos a frota correta para viajar para o Porto regularmente e de forma rentável e essa é a razão principal pela qual não voamos.
Vamos continuar a voar no Natal, como sempre o fazemos, somos leais ao nosso púbico. No verão também é habitual fazermos o mesmo.
Há cerca de um ano, decidiram criar um hub de distribuição em Madrid. Como é que está a correr?
É mais um destino do que um hub mas as operações estão a correr bem, é um mercado diferente, uma aposta estratégica que passa por voar além de Madrid, para a Europa e para os Estados Unidos, em codeshare com a Iberia. Trata-se de apostas estratégicas que demoram um tempo a crescer, que são subordinadas a uma análise que vamos acompanhando.
Em Portugal, a TAAG trabalha mais com os agentes de viagens ou vendem mais de forma direta ao cliente final?
As vendas seguem o padrão normal, os nossos canais digitais estão lá e temos investido neles mas uma coisa não substitui a outra. Os nossos clientes corporativos são muitos e nós iremos sempre continuar a trabalhar com o trade, independentemente de continuarmos a trabalhar e a investir no canal direto, seja nas lojas seja nos canais digitais. Aliás, o cliente do digital é muito diferente do cliente das agências de viagens e há espaço para tudo e para todos.