Joana Gomes não tem dúvidas e vai propor aos clientes um combinado entre Salvador e a Praia do Forte
Joana Gomes, da Iguana Tours, agência de viagens localizada na Trofa, “estreou-se” em terras baianas ao integrar a famtrip do operador Viajar Tours. Em conversa com o Turisver, falou do interesse dos portugueses pelo Brasil, deu a sua opinião sobre o destino e a oferta hoteleira na Praia do Forte, e deixou claro que o ideal é combinar a estada na praia com uns dias na capital, Salvador.
A Joana nunca tinha estado na Bahia, por isso presumo que quando surgiu o convite do Viajar Tours para esta viagem, disse logo que queria vir para conhecer o destino?
Foi mais ou menos assim. Perguntaram-se se me podiam convidar para o destino e eu disse “sim, claro”.
É muito importante para um agente de viagens conhecer os destinos?
Muito importante. Para mim, mais importante do que saber se um hotel é bom e conhecer as suas características é conhecer o que o destino oferece e saber como posso personalizar a oferta para o meu cliente.
Quando chegámos viemos diretos para a Praia do Forte, concretamente para o Vila Galé Marés, um dos hotéis que funciona em regime de Tudo Incluído. Pensa que este Tudo Incluído pode rivalizar com o que é oferecido noutros destinos?
Acho que depende da zona em que se encontram. O Vila Galé Marés não fica propriamente numa zona central, tal como acontece com o Iberostar, portanto acho que faz todo o sentido o Tudo Incluído. Se este é um destino para passar uma semana inteira aqui, acho que não, ou seja, tal como se fazem combinados de duas noites em Havana e cinco em Varadero, aqui faria o mesmo, com duas ou três noites em Salvador e depois uma extensão a esta praia, até porque Salvador tem um património riquíssimo.
Surpreendeu-a de alguma forma a tranquilidade com que se andou na zona do Pelourinho, em Salvador?
Foi uma das coisas que mais me surpreendeu pela positiva porque achei que como vinha para o Brasil havia que ter muitos cuidados, aliás não trouxe relógio nem aliança. Fiquei muito surpreendida porque andámos à vontade, entrámos em lojinhas, saímos, nunca houve nenhum stress e isso foi espectacular – gostei muito.
O Pelourinho era aquilo de que estava à espera? Aquele casario em ruas estreitinhas, quase a lembrar Lisboa antiga?
Era o que eu esperava, só achei que precisávamos de mais tempo para desfrutar e conhecer melhor. Foi tudo muito corridinho e não deu para vivenciar aquela zona. Daí que vá aconselhar aos meus clientes que façam o tal combinado, para terem tempo para desfrutarem de Salvador. Se a pessoa vem directamente para o Tudo Incluído perde muita coisa.
Aliás, quando estivemos com o secretário de Turismo da Bahia, ele falou de muita coisa para ver em Salvador e a nossa guia só dizia “não deu tempo…”.
Ficou surpreendida pelo facto de o grupo ter sido recebido pelo secretário de Turismo do Estado da Bahia?
Surpreendeu-me porque pensei que não atingiríamos tamanho patamar. Normalmente, o agente de viagens vem visitar mas não tem esta atenção toda.
“Na minha zona, o que verifico é que o Brasil, apesar de suscitar interesse, fica um pouco posto de lado porque não se trata de um destino charter e por isso não é competitivo em termos de preço quando comparado com outros destinos”
Neste momento, o apelo dos portugueses pelo Brasil está a retomar? Já há muitos clientes que fazem perguntas sobre o destino, que dizem que querem visitar o destino?
Penso que o Brasil está a retomar, contudo o destino não é muito apelativo devido aos custos porque falamos em voos regulares, em condições de pagamento que são diferentes e que não são tão fáceis para o cliente. Na minha zona, o que verifico é que o Brasil, apesar de suscitar interesse, fica um pouco posto de lado porque não se trata de um destino charter e por isso não é competitivo em termos de preço quando comparado com outros destinos.
Não sendo pelo preço, como é que se consegue contornar essa situação junto do cliente?
Pelo nível de oferta, pela gastronomia, pelo entretenimento, pelas fotos. Costumo guardar as fotos que tiro numa pastinha que mostro aos clientes e quando eles as vêem e lhes contamos o que foi a nossa experiência pessoal, abre-se uma porta, os clientes confiam.
Como é que estão as vendas este ano? Sentiu-se muito o “boom” de que muitos falam?
As vendas não estão a correr mal, também não estão a correr muito, muito bem, mas estão a correr bem.
O que é que os portugueses estão a comprar mais?
A nível de destinos, a Tunísia mantém-se em primeiro lugar, à semelhança do ano passado mas curiosamente estou a vender mais a Tunísia Continental, ou seja, mais Monastir do que Djerba. Isto porque o ano passado vendeu-se muito para Djerba, as pessoas já experimentaram, já sabem que não há grande coisa para fazerem e então preferem o continente.