Ivone Pacheco da By Travel: “Gostei de Cuba, mas o país ainda tem de se desenvolver muito para se tornar num destino ideal”
A trabalhar na área do turismo há 29 anos, Ivone Pacheco decidiu abrir a sua própria agência em 2007, com uma sócia. Chama-se By Travel e fica em Portimão, no Algarve. Para além de agente de viagens é também guia e partiu para Cuba a convite do operador Solférias, para uma viagem de familiarização. Ao Turisver conta o que mais e menos gostou.
A Ivone já tinha estado em Cuba?
Não. É a primeira vez.
De uma maneira geral, qual é a sua opinião sobre o destino?
Gostei do destino Cuba, mas o país ainda tem de se desenvolver muito para se tornar num destino ideal, mas é interessante e gostei muito da experiência.
Tivemos a oportunidade de visitar Trinidad, os Cayos (Santa Maria, Ensenhachos e Las Brujas) e Havana. Na sua opinião, qual é o destino que mais pode atrair o mercado português?
A nível do nosso mercado penso que os Cayos seriam a primeira opção, embora eu não conheça Varadero, que também é um destino muito procurado pelo mercado nacional. Aliás, o combinado Havana-Varadero é o que eu vendo mais na minha agência. No entanto, os Cayos são um pouco longe e não sei até que ponto o destino será interessante para vendermos na agência, uma vez que ao contrário de outros pontos do país, é no inverno que vendemos mais. Portanto, as vendas irão depender muito da oferta que eu tiver para a Europa.
Nós vimos que o transfere entre Havana e os Cayos demora entre entre quatro e cinco horas e nem todos os portugueses aceitarão esta situação. No entanto, os Cayos são realmente um destino espetacular, com praias muito boas.
Com esta famtrip ficou a conhecer “in loco” um pouco do que o destino tem para oferecer. Sugeria aos seus clientes, por exemplo, irem a Trinidad?
No caso de os clientes quererem fazer alguma excursão, sim sugeria, mas sempre a relembrar-lhes que é uma viagem longa, a começar muito cedo e a terminar tarde.
Em termos de hotelaria os agentes de viagens em Portugal têm recebido algumas reclamações a nível da comida. Dos hotéis que visitámos com que ideia ficou?
A nível da quantidade não vi problemas, não falta comida. Os problemas que possa ter visto têm a ver com a confeção e com a apresentação da comida, que em algumas unidades hoteleiras deixa um bocadinho a desejar. Os portugueses quando vêm gostam de comer bem, gostam de ver muita quantidade e variedade. Por exemplo, na minha opinião, no Iberostar Selection Ensenachos a apresentação do buffet estava muito má.
Visitámos 22 hotéis durante esta famtrip. Daquilo que viu quais é que sugeriria aos seus clientes?
Eu gostei muito do Meliá Buenavista, no Cayo Santa Maria. É um hotel de cinco estrelas, com o The Level só para adultos e eu tenho clientes com esse perfil. A praia é boa. O serviço e o atendimento foram bons, como aconteceu em todos os Meliás que visitámos.
Também gostei do Paradisus Los Cayos, de cinco estrelas, igualmente no Cayo Santa Maria, embora o serviço já não fosse tão bom. Penso que escolheria estes dois, mas explicaria bem aos clientes os aspetos menos bons que possam encontrar.
“Começámos muito bem o ano mas ainda estamos a vender para o verão”
A sua agência fica em Portimão, o que a diferencia das demais?
Nós vendemos um bocadinho de tudo, fazemos muito pacote próprio, porque no Algarve, ao contrário de outros pontos do país, vendemos mais viagens no inverno, porque no verão as pessoas estão a trabalhar no turismo.
Vendemos muito destinos como a Disney, Seychelles, Ásia, Caraíbas, entre outros. Organizamos também grupos grandes, por exemplo, neste momento temos 63 pessoas na Croácia. E também temos oferta de cruzeiros para grupos.
Como é que está a correr o ano e quais são as tendências ao nível de destinos?
Começámos muito bem o ano, o ano passado já foi muito bom, mas ainda continuamos a vender para o verão. Vendemos bastante destinos na Ásia. Por exemplo, o Japão este ano está na moda e Zanzibar é outro destino que se tem vendido bem.
Temos muitos pedidos de orçamento neste momento e quase 80% dos mesmos têm-se confirmado, o que é muito bom.
Já está a vender para o fim de ano ou ainda é cedo?
Já tenho clientes a pedir alguma coisa, mas ainda há pouco produto no mercado. É uma pena porque já podíamos estar a vender, mas em Portugal as promoções, os pacotes e ofertas saem muito tarde, pelo menos é a minha perspetiva.