INE: Viagens dos residentes ao estrangeiro registaram 1º decréscimo desde o 2º trimestre de 2021

De abril a junho de 2024, as viagens realizadas pelos residentes em Portugal decresceram 13,4% para 4,9 milhões. As viagens “cá dentro” recuaram 15,4%, para 4,1 milhões, enquanto as viagens ao estrangeiro registaram o primeiro decréscimo desde o 2º trimestre de 2021 (-1,5%), totalizando 799,9 mil, segundo os dados do INE publicados esta segunda-feira.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, durante o 2º trimestre de 2024, as viagens dos residentes mantiveram a trajetória de decréscimo iniciada no 1ºT 2024: -13,4% totalizando 4,9 milhões. A descida resultou da diminuição do número de viagens em território nacional e ao estrangeiro.
As deslocações em território nacional sofreram um recuo de 15,4%, enquanto as viagens ao estrangeiro foram -1,5%, sendo este o “primeiro decréscimo desde o 2º trimestre de 2021”, sublinha o INE, adiantando que o número de viagens diminuiu em abril e maio (-36,7% e -2,7%, respetivamente), mas aumentou em junho (+4,4%).
No período em análise, os residentes realizaram 4,1 milhões de viagens em território nacional, que corresponderam a 83,7% das deslocações (86,6% no trimestre anterior), e 799,9 mil deslocações com destino ao estrangeiro, que corresponderam a 16,3% do total (13,4% no trimestre anterior).
Em relação à motivação das viagens realizadas, o “lazer, recreio ou férias foi a principal motivação dos residentes para viajar, quer em território nacional (45,5% das deslocações nacionais, 1,9 milhões de viagens) quer nas deslocações ao estrangeiro (66,9%; 535,0 mil viagens). O segundo motivo foi a “visita a familiares ou amigos”, representando 42,6% do total das deslocações em território nacional (1,7 milhões de viagens) e 16,7% das deslocações ao estrangeiro (133,8 mil viagens). Os motivos “profissionais ou de negócios” foram a terceira principal razão dos residentes para viajar, quer nas deslocações nacionais (6,3% do total; 259,7 mil viagens) quer nas deslocações ao estrangeiro (14,4%; 115,3 mil viagens).
O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (58,3% do total), tendo acolhido 10,1 milhões de dormidas nas viagens de residentes. Sem surpresa, este tipo de alojamento teve maior prevalência na “visita a familiares ou amigos” (86,3% do total) e nas deslocações em “lazer, recreio ou férias” (42,9%). Os “hotéis e similares” foram a segunda principal opção de alojamento, concentrando 26,4% das dormidas (4,6 milhões). Este tipo de alojamento foi a principal opção nas dormidas em viagens por “motivos profissionais ou de negócios” (44,6%), tendo sido a segunda opção nas dormidas em viagens motivadas por “lazer, recreio ou férias” (38,4%).
De acordo com os dados do INE, a marcação prévia de serviços foi utilizada em 43,1% das viagens dos residentes, sendo dominante nas deslocações com destino ao estrangeiro (94,2%; +2,9 p.p.), ao contrário das viagens nacionais, em que foi utilizada apenas em 33,1% (+4,5 p.p.).
O recurso à internet foi utilizado em 30,0% das deslocações (+4,4 p.p.), tendo maior representatividade na organização de viagens ao estrangeiro (67,6% do total, +2,8 p.p.) do que nas viagens território nacional, em que a utilização deste recurso representou 22,7% do total (+3,6 p.p.).
O INE sublinha ainda que no período em análise, 21,9% dos residentes fizeram pelo menos uma deslocação turística, -2,7 p.p. face ao mesmo período do ano anterior.