INE: Residentes viajaram menos no 1º trimestre mas viagens para o estrangeiro aumentaram
Pela primeira vez desde o 2º trimestre de 2021, as viagens dos residentes decresceram 7,8% no 1ºtrimestre do ano, em termos homólogos, arrastadas pela diminuição de 10% nas viagens em território nacional. Já as viagens ao estrangeiro aumentaram 9,2%.
Dados publicados esta sexta-feira pelo INE, no 1º trimestre deste ano, as viagens dos residentes em Portugal registaram o primeiro decréscimo desde o 2º trimestre de 2021. O número de viagens realizado totalizou 4,5 milhões, refletindo uma diminuição de 7,8%.
Este decréscimo foi consequência da diminuição das deslocações dentro do território nacional (-10,0% para 3,9 milhões) que representam 86,6% do total de deslocações. Enquanto isso, as deslocações para o estrangeiro aumentaram 9,2% para 599,5 mil deslocações, representando agora 13,4% do total de viagens realizadas pelos residentes.
O INE sublinha, no entanto, que estes resultados terão sido influenciados pelo efeito do período de férias associado à Páscoa, que no ano anterior se concentrou em abril (2ºT), enquanto este ano se repartiu entre março (1ºT) e abril (2ºT).
A “visita a familiares e amigos” foi a principal motivação para viajar no 1º trimestre de 2024, tal como no período homólogo de 2023, originando 2,1 milhões de viagens (-5,6%), que representaram 47,2% do total (+1,1 p.p. face ao 1ºT 2023).
O segundo principal motivo para viajar foi o “lazer, recreio ou férias”, que registou uma diminuição de 12,1%, totalizando 1,7 milhões (37,7% do total, -1,8 p.p. face ao 1ºT 2023).
No que se refere às viagens em território nacional, a “visita a familiares ou amigos” foi a foi a principal motivação, dando origem a 51,6% das deslocações nacionais (2,0 milhões de viagens), enquanto nas deslocações ao estrangeiro foi o “lazer, recreio ou férias” que motivou a maioria das viagens (61,7% do total, 369,8 mil viagens).
As viagens por motivos “profissionais ou de negócios”, terceira motivação das viagens em Portugal e ao estrangeiro, também decresceram (-10,6% face ao 1ºT 2023), atingindo 437,5 mil deslocações, o que correspondeu a 9,8% do total (-0,3 p.p. face ao 1ºT 2023). Esta motivação originou 113,8 mil viagens, ou seja, 19% do total.
Em termos do tipo de alojamento escolhido, a principal opção foi o “alojamento particular gratuito”, que concentrou 66,6% das dormidas, acolhendo 8,5 milhões de dormidas nas viagens de residentes no período em análise. De acordo com o INE, esta tipologia teve maior prevalência nas viagens motivadas pela “visita a familiares ou amigos” (93,9% do total) e nas deslocações em “lazer, recreio ou férias” (45,7%).
Em segundo lugar ficaram os “hotéis e similares” que concentraram 24,0% das dormidas (3,1 milhões), tendo sido a principal opção nas dormidas em viagens por “motivos profissionais ou de negócios” (54,6%), e a segunda opção nas dormidas em viagens motivadas por “lazer, recreio ou férias” (40,3%).
A marcação prévia foi utilizada em 35,0% das viagens realizadas pelos residentes, sendo dominante nas deslocações com destino ao estrangeiro (93,9%; +0,7 p.p.), ao contrário das viagens nacionais, em que foi utilizada apenas em 25,8% (+0,9 p.p.).
No processo de organização das viagens, o recurso à internet foi utilizado em 25,3% das deslocações (+3,1 p.p.), tendo maior representatividade na organização de viagens ao estrangeiro (72,1% do total, +3,1 p.p.) do que nas viagens território nacional, em que a utilização deste recurso representou 18,1% do total (+1,8 p.p.).