INE: dormidas no 1º trimestre ficaram 19% abaixo de 2019
Os números divulgados sexta feira pelo INE indicam que a diminuição do número de dormidas no primeiro trimestre deste ano face a 2019 fica a dever-se, sobretudo, aos mercados externos.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, no primeiro trimestre do ano, registou-se uma diminuição de 18,8% no número de dormidas face ao período homólogo de 2019, em da descida dos mercados internacionais, que foram responsáveis por 26,4% das dormidas. Já o mercado nacional ficou bastante próximo do nível atingido em 2019, com apenas dado -1,6%.
Nos dados relativos ao mês de março, verifica-se, igualmente, que o decréscimo do número de hóspedes e de dormidas de estrangeiros puxou para baixo os resultados do mês, comparativamente ao seu homólogo de 2019.
Em Março, o setor do alojamento turístico registou cera de 1,6 milhões de hóspedes e quatro milhões de dormidas, números que são inferiores aos observados no mês homólogo de 2019: -15,3% nos hóspedes e -12,7%, com o mercado interno, que alcançou 1,3 milhões de dormidas, a a registar uma quebra de 3,6%, enquanto os não residentes, responsáveis por 2,7 milhões de dormidas, tiveram uma quebra de 16,5%.
Por tipologia de alojamento, as dormidas na hotelaria, que totalizaram 82,3% do total, continuam ainda 14,4% aquém dos resultados de 2019. Seguiu-se o alojamento local que, representando 14,9% do total, ficou apenas a -7,2% do resultado de 2019. No entanto, o turismo de habitação e no espaço rural viu o número de dormidas a aumentar face a 2019, tendo crescido 20,2%.
O INE faz ainda notar que no mês de março, 31,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes.
Mesmo registando quebras bem mais acentuadas do que o mercado interno, o INE destaca o bom comportamento dos principais mercados geradores de turistas para Portugal. O mercado britânico voltou a ser predominante em Março, com (18,9% do total de dormidas de não residentes, seguindo-se os mercados alemão (quota de 15,0%) e francês (9,6%).
Comparando com o mês de março de 2019, verificaram-se aumentos nos mercados checo (+96,1%) irlandês (+25,7%), romeno (+23,0%), polaco (+22,7%) e norte americano (+1,4%). As maiores diminuições foram registadas nos mercados brasileiro (-33,5%), sueco (-33,3%) e espanhol (-32,5%).
A recuperação turística está a efetivar-se em todas as regiões turísticas do país, embora os valores continuem, em todos os casos, abaixo dos registados na pré-pandemia. As regiões que continuam mais longe dos números de 2019, continuaram a ser, no mês de Março, o Algarve (-18,8%) e AM Lisboa (-16,2%).