INE: atividade turística recuperou em 2021 mas está longe da pré-pandemia
Dados preliminares do INE relativos à atividade turística em 2021, mostram que o turismo recuperou face a 2020, com +45,2% nas dormidas e +39,4% no número de hóspedes, ainda assim bem longe dos valores de 2019. O mercado interno comanda a recuperação mas os internacionais tiveram evolução positiva.
De acordo com os dados preliminares do INE divulgados esta segunda-feira, 31 de Janeiro, no acumulado do ano de 2021 os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 14,5 milhões de hóspedes (14,538 milhões) e cerca de 37,5 milhões de dormidas, números que traduziram acréscimos de 39,4% e 45,2%, respectivamente. Não obstante, estes indicadores estão ainda longe de atingirem os números de 2019, com – 46,4% de hóspedes e -46,6% nas dormidas.
A hotelaria, que representou 80,7% do total das dormidas em 2021, protagonizou um crescimento de 44,5% nas dormidas (-47,9% face a 2019), ligeiramente superior ao registado pelo turismo no espaço rural e de habitação (+44,0%; -5,2% comparativamente a 2019). O alojamento local foi o segmento que apresentou maior crescimento (+49,9%; -47,5% face a 2019), com o INE a sublinhar ainda o facto de as dormidas em hostels terem aumentado 54,3%, representando 21,8% das dormidas em alojamento local e 3,1% do total de dormidas do alojamento turístico.
No que toca aos destinos turísticos, o INE sublinha o “aumento expressivo das dormidas em todas as regiões em 2021”, com relevo para os Açores (+118,6%) e Madeira (+79,8%), regiões em que se registaram também os maiores aumentos tanto ao nível do mercado nacional como dos mercados emissores: as dormidas de residentes aumentaram 111,3% na Madeira e 99,1% nos Açores, mas foi nesta região autónoma que mais aumentaram as dormidas dos não residentes, com +164,3% face ao ano de 2020.
“Comparando com o ano de 2019, todas a regiões apresentaram diminuição do número de dormidas, com realce para a evolução na AM Lisboa (-58,2%)”, lê-se no documento publicado pelo INE que no entanto faz uma importante ressalva no que toca à comparação do indicador das dormidas dos residentes em 2021 com o ano de 2019: “no que concerne dormidas de residentes, destacaram-se os crescimentos na RA Madeira (+19,2%) e Algarve (+5,1%), enquanto nas restantes regiões se registaram decréscimos”
Já no que toca às dormidas de não residentes, “verificaram-se diminuições superiores a 50% em todas as regiões, com exceção da RA Madeira (-49,8%)”, sublinha o INE.
Mercados internacionais: Reino Unido continua a liderar
Comparando com 2019, que foi o melhor ano turístico para Portugal, a principal queda, tanto no número de hóspedes como de dormidas, fica a cargo dos mercados estrangeiros, com estes a terem agora um peso de cerca de -60% do que aquele que tinham antes da pandemia, afetando a atividade turística em praticamente todas as regiões do país.
As dormidas dos residentes, que representaram cerca de 50,2% do total, “significativamente acima da quota verificada em 2019 (30,1% do total)”, sublinha o INE, registaram um aumento homólogo de 38,3%, embora espelhem ainda . De sublinhar, no entanto que os uma quebra de 10,9% face a 2019.
Já os mercados internacionais, apesar de terem originado -62% de dormidas do que em 2019, registaram um aumento significativo de 52,9% face a 2020.
A realçar é também o facto de o Reino Unido se ter mantido, em 2021,como o principal mercado emissor de turistas para Portugal “representando 16,6% das dormidas de não residentes” e protagonizando um crescimento de 54,6% face a 2020. Seguiram-se, de acordo com os dados preliminares do INE, os mercados espanhol (com uma quota de 14,3%), alemão (11,9%) e francês (11,8%).
Já os mercados de maior crescimento em 2021 foram o irlandês (+202,1%), polaco (+169,5%), norte americano (+141,3%) e suíço (+102,8%). No polo oposto, os que mais se contraíram foram o chinês (-55,6%), canadiano (-42,6%), russo (-24,2%) e brasileiro (-8,7%).