INE: 2021 foi o segundo pior ano turístico desde 2010
Em 2021, os indicadores da atividade turística continuaram a ser impactados negativamente pelo contexto de pandemia e o ano foi mesmo o segundo pior desde 2010, apenas se sobrepondo a 2020. Segundo o INE, também o padrão sazonal característico da atividade foi afetado.
Dados publicados esta segunda feira, 14 de fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estatística, revelam que o alojamento turístico fechou o ano e 2021 com 14,5 milhões de hóspedes e 37,5 milhões de dormidas, que se traduziram em aumentos de 39,4% e 45,2% face ao ano anterior, mas muito aquém do observado em 2019.
Comparando com os dados de 2019, no ano que passou o número de hóspedes decresceu 46,4%, enquanto as dormidas diminuíram 46,6% (“-10,9% nos residentes e -62,0% nos não residentes”, precisa o INE). A diminuição do número de dormidas abrangeu todas as regiões turísticas do país o que, de acordo com o INE, se ficou a dever, sobretudo, aos não residentes. Já no que toca às dormidas dos residentes, há a destacar as subidas verificadas na Madeira (+19,2%) e no Algarve (+5,1%).
A propósito, o INE sublinha mesmo que “excluindo 2020, é preciso recuar a 2010, quando se registaram 37,4 milhões de dormidas, para se encontrar um número menor de dormidas”.
Quanto aos proveitos totais, registou-se um aumento de 61,2% comparativamente com o ano de 2020 (-45,7% face a 2019) para 2,3 mil milhões de euros. Os proveitos de aposento fixaram-se em 1,8 mil milhões de euros, aumentando 62,8% (-45,8% do que em 2019).
Pandemia impactou na sazonalidade
Na informação hoje publicada, o INE sublinha que o contexto pandémico que se vive desde março de 2020 trouxe consigo alterações no padrão sazonal mais habitual na actividade turística em Portugal, evidenciando-se uma distribuição mensal diferente.
“Em 2021, contrariamente ao habitual, não foram os meses de verão (julho a setembro) mas sim os meses de agosto a outubro que registaram maior número de dormidas (49,6% das dormidas totais)”, informa o INE, acrescentando que os meses de agosto a outubro concentraram 53,3% das dormidas de não residentes, enquanto os meses de verão (julho a setembro) reuniram 50,2% das dormidas de residentes.
As regiões que apresentaram maiores taxas de sazonalidade foram o Algarve (57,2%), Açores (50,1%) e Madeira (48,7%), enquanto no Norte, AM Lisboa e Centro registaram taxas de 46,3%, 46,4% e 46,5%, respetivamente.