Indústria de cruzeiros procura parcerias públicas para alcançar metas de descarbonização
Reunidos em Génova, os líderes da indústria de cruzeiros pediram aos governos um esforço conjunto para a criação do quadro legislativo e dos investimentos adequados que permitam ao setor cumprir as metas da descarbonização, até 2050.
Reunidos em Génova na primeira cimeira europeia do setor dedicada à descarbonização das viagens de cruzeiro, os líderes da indústria de cruzeiros, pediram aos governos um esforço conjunto para a criação do quadro legislativo e dos investimentos adequados que permitam ao setor cumprir o seu compromisso de acelerar o desenvolvimento e o fornecimento dos combustíveis e das tecnologias marítimas sustentáveis que são necessárias para alcançar a meta de emissões carbónicas nulas, em termos líquidos, até 2050.
O mote foi dado durante a sessão de abertura da cimeira europeia da Cruise Lines International Association (CLIA), realizada no início desta semana em Génova, durante a qual os principais líderes da indústria de cruzeiros discutiram a capacidade de inovação do setor. As linhas de cruzeiro estão a realizar investimentos significativos em projetos de investigação e em tecnologias mais amigas do ambiente mas para além dos navios, o setor precisa de ter acesso às infraestruturas adequadas e ao fornecimento de combustíveis sustentáveis.
Neste sentido, na abertura na cimeira, Pierfrancesco Vago, presidente executivo da MSC Cruises e presidente global da CLIA, afirmou deixou claro que a indústria de cruzeiros “comunga da visão dos governos europeus no que diz respeito a uma economia azul sustentável” e que está afazer grandes investimentos para cumprir com as metas mas, “é necessário um apoio claro da classe política para garantir o desenvolvimento e a acessibilidade das infraestruturas adequadas e fazer com que os incentivos apropriados possam assegurar o desenvolvimento e o fornecimento de soluções marítimas sustentáveis”.
No decorrer da conferência Pierfrancesco Vago referiu ainda que a CLIA identificou as infraestruturas portuárias como outra área extremamente importante, na qual o investimento público se torna essencial. As linhas de cruzeiro comprometeram-se a utilizar a rede elétrica terrestre (SSE na sigla inglesa) nos casos em que esteja disponível nos portos, e, até 2027, 66% da frota global estará equipada de modo a permitir a ligação à SSE. São poucos os postos de acostagem destinados ao setor que fornecem SSE nos portos europeus, apesar de a União Europeia ter como objetivo que todos os principais portos do continente estejam equipados até 2030.
Já a diretora-geral da CLIA para a Europa, Marie-Caroline Laurent, que salientou também as “medidas firmes” já tomadas pela indústria para alcançar “os objetivos de descarbonização”, sublinhou que a industria precisa de “um quadro legislativo claro para incentivar o investimento e a inovação que serão necessários para o setor atingir, até 2030, os 55 objetivos traçados pela UE e, em última análise, as nossas ambições até 2050”.
A responsável diria ainda, durante a conferência, que os esforços do setor são fundamentais para o seu futuro na Europa, dado que a indústria de cruzeiros pretende tornar-se a forma mais sustentável de turismo, reduzindo as emissões marítimas e portuárias e implementando integralmente o conceito de circularidade de resíduos.