Icónico paquete Funchal vai ser alvo de revitalização

Sessenta e dois anos depois da sua viagem inaugural, o MV Funchal, mais conhecido pelos portugueses como paquete Funchal, deixou o Cais da Matinha no passado dia 22 de dezembro para iniciar nova fase do seu projeto de revitalização que será dado a conhecer na próxima primavera.
O paquete Funchal foi movido no passado dia 22 de dezembro para outra localização no rio Tejo, onde se iniciará uma nova fase do seu processo de transformação, com base num projeto de revitalização desenvolvido por um grupo de investidores de várias nacionalidades que pretendem preservar a herança histórica da embarcação e devolvê-lo aos portugueses.
Desde a sua aquisição, o MV Funchal tem estado atracado no Cais da Matinha, onde a equipa responsável pela sua propriedade tem planeado meticulosamente a sua revitalização. Atualmente, sob a direção de um grupo internacional de investidores liderado pelo empresário e filantropo Brock Pierce, o MV Funchal está prestes a iniciar uma transformação profunda para voltar a ser um ícone da cultura portuguesa.
O plano detalhado para a reabilitação do antigo paquete Funchal será apresentado na primavera deste ano mas sabe-se já que este plano pretende exibir o melhor da cultura portuguesa, integrando marcas e iniciativas locais para continuar a inspirar as gerações vindouras. O projeto pode ser acompanhado em https://funchal.com/ .
História rica mas atribulada
Recorde-se que o MV Funchal é um navio português construído em 1961na Dinamarca e que serviu durante décadas como meio de transporte entre Portugal e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.
A viagem inaugural realizou-se em novembro de 1961, entre Lisboa e o Funchal e à época, era um navio de proporções consideráveis, com os seus 136 metros de comprimento, 17 metros de largura e 12 metros de calado, podendo transportar até 1.200 passageiros e 200 tripulantes.
De então para cá teve vários proprietários. Em 1985, o Funchal passou para as mãos de um consórcio familiar grego e sueco. O navio foi registado novamente no Panamá, embora a sua tripulação maioritariamente portuguesa tenha permanecido. Foram feitas alterações na sua aparência, a que se seguiram anos de popularidade e sucesso.
Em 1993 voltou a ser modificado, com a expansão do convés de popa. A família grega Potamianos assumiu o navio no final da década de 1990 e, em 1997, foram realizadas reformas significativas para atender às normas, preservando seu estilo clássico. Foi então registado na Madeira e viveu anos áureos de realização de cruzeiros.
Com o falecimento do empresário grego Potamianos, o Funchal voltou a mudar de mãos várias vezes até que em 2020, um consórcio internacional liderado pela Teamson LDA. resgatou o navio, evitando o seu desmantelamento.