Hotelaria representou 21% do investimento imobiliário comercial em Portugal em 2024

Os dados são da 44ª edição do Marketbeat Portugal da Cushman & Wakefield que aponta perspetivas de crescimento para 2025, com base na diversificação de operadores internacionais, especialmente nos segmentos full service e luxury, e no crescimento dos serviced apartments para estadas prolongadas.
A 44ª edição do Marketbeat Portugal indica que em 2024 o investimento no imobiliário comercial (escritórios; retalho; indústria e logística; hotelaria e residencial) rondou os 2.380 milhões de euros, sendo que 21% do total investidos na área da hotelaria.
Segundo a consultora, o capital estrangeiro representou em 2024 mais de 70% do investimento total, com a maioria deste capital a ter origem na Europa, com os mercados francês e espanhol a representarem, em conjunto, metade do volume estrangeiro.
Para 2025, as perspetivas apontam para a continuidade do crescimento do investimento em imobiliário comercial no país, com um aumento de 8% face ao ano passado, devendo totalizar 2.560 milhões de euros.
O capital estrangeiro deverá continuar a desempenhar um papel determinante, com os investidores internacionais a manterem um forte interesse no mercado imobiliário em Portugal.
No que se refere à hotelaria em particular, o Marketbeat Portugal aponta que o setor vai continuar a seguir um rumo de expansão e de diversificação no que se refere ao investimento internacional.
“O setor hoteleiro continuará a expandir-se com a diversificação de operadores internacionais, especialmente nos segmentos full service e luxury, e o crescimento dos serviced apartments para estadias mais prolongadas”, refere o estudo.
No que se refere ao investimento no setor hoteleiro, o estudo aponta para um aumento das transações, incluindo vendas de portefólios e plataformas operativas, com investidores dispostos a pagar prémios por projetos alinhados com políticas ESG.
Apontando que “o turismo irá reforçar a sua competitividade” através de experiências focadas em natureza, gastronomia e cultura, o relatório prevê, também, que o mercado norte-americano continue a ganhar relevância, ao mesmo tempo que o mercado asiático irá manter um elevado potencial de crescimento.
Citado em comunicado, Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield em Portugal, afirma que “o setor imobiliário encontra-se no epicentro de uma profunda transformação, impulsionada por rigorosas exigências regulatórias e pela crescente procura por edifícios sustentáveis e alinhados com as práticas ESG. A integração desses critérios nas decisões de investimento tornou-se um imperativo estratégico para 2025, com fundos de investimento ESG a ganhar destaque e a atrair capital significativo. Estas tendências refletem uma mudança estrutural no setor, onde a sustentabilidade não é mais uma opção, mas um requisito essencial para a competitividade e o sucesso económico a médio-longo prazo”.