Hotel Turismo da Guarda retirado do Programa REVIVE
O antigo Hotel Turismo da Guarda foi desafetado do Programa Revive. Um despacho do Governo publicado esta terça feira, indica que a opção foi tomada por o mercado não ter respondido às ofertas públicas e porque “urge recorrer a soluções alternativas”.
O despacho publicado em Diário da República, e assinado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, pelo secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, pela secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, e pela secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, determina “a desafetação do Programa Revive do imóvel do domínio privado do Instituto do Turismo de Portugal, I. P., denominado Hotel Turismo da Guarda, sito na cidade da Guarda”.
A decisão é justificada pelo Governo porque “urge recorrer a soluções alternativas que permitam estancar a degradação contínua do imóvel e promover o respetivo aproveitamento económico, em benefício do Estado e da economia nacional”.
O texto recorda que o Revive “foi lançado com o objetivo de promover a requalificação e o subsequente aproveitamento turístico de um conjunto de imóveis do Estado com valor arquitetónico, patrimonial, histórico e cultural”. Neste sentido, o Programa visa a recuperação dos imóveis através de “investimentos privados que os tornem aptos para afetação a uma atividade económica com fins turísticos e ou culturais, tendo em vista a respetiva requalificação e valorização desses ativos e possibilitando o pleno aproveitamento e fruição pelas comunidades em que se inserem”.
O Hotel Turismo da Guarda, propriedade do Instituto do Turismo de Portugal, “pelas suas características históricas e arquitetónicas” tinha sido integrado na lista de imóveis afetos ao Programa Revive, mas, explica o documento, “não obstante os esforços desenvolvidos, o mercado não respondeu às sucessivas ofertas públicas do Hotel Turismo da Guarda para exploração privada, tendo-se verificado (…) hasta pública, que ficou deserta (2015); desistência da única empresa que permanecia no concurso público para arrendamento com opção de compra (2015); revogação do contrato celebrado com o concessionário, por insolvência, no âmbito do Programa REVIVE (2017); concurso público que ficou deserto, não obstante a prorrogação de prazo para apresentação de propostas (2021)”.
Vendido em 2010 pela Câmara Municipal da Guarda ao Turismo de Portugal por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria, o que não chegou a acontecer, o hotel está encerrado há mais de 12 anos, continuando o edifício a degradar-se.
No passado mês de setembro, conforme o Turisver.pt noticiou, a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, afirmou que tem havido diálogo com o presidente da autarquia, no sentido de encontrar uma solução para o Hotel de Turismo da Guarda, para que este seja devolvido “à comunidade, à região e ao país, garantindo que continua a criar emprego, que continua a ser um polo turístico importante”.
A governante avançava também que a solução poderia não passar por um novo concurso, já que os realizados tinham ficado desertos, mas sim pela entrega do ativo “a um operador económico que saiba cuidar dele e que dinamize boa atividade turística na região”.