Hotéis e Logística impulsionam investimento imobiliário para 640M€ no 1º semestre
Os dois segmentos geraram 66% do montante investido nos primeiros seis meses do ano, com o 2º trimestre a ser o motor deste resultado. A hotelaria e o turismo mostraram sólida recuperação, com os indicadores hoteleiros quase a nivelar com 2019, revela a JLL.
A JLL acaba de divulgar os resultados do seu mais recente research trimestral, o Market Pulse, revelando que as transações de hotéis e de industrial & logística impulsionaram o investimento imobiliário comercial no 1º semestre. Em conjunto, os dois segmentos garantiram 66% do montante transacionado no semestre, que ascendeu a 640 milhões de euros, com o 2º trimestre a ser responsável por 436 milhões de euros de investimento. Os dois setores geraram 84% do investimento no trimestre em questão.
De acordo com a pesquisa, as áreas Industrial & Logística (35%) e Hotéis (31%) foram os setores mais dinâmicos do semestre mas no 2º trimestre os hotéis geraram 43% do investimento e a área industrial & logística, 41%, com os dois sectores a protagonizarem “os cinco maiores negócios do trimestre”.
Pedro Lancastre, CEO da JLL Portugal, explica que “depois de um 1º trimestre pouco animado, o 2º trimestre acelerou fortemente e duplicou o investimento. Neste trimestre foi ainda mais visível a influência da compra de hotéis e de ativos de industrial & logística, pois foram responsáveis por quase €370 milhões dos €436 milhões transacionados”. Para o responsável, “a forte recuperação dos indicadores hoteleiros e a intensificação da absorção e das rendas de industrial & logística” são alguns fatores a explicar o foco dos investidores nestes dois segmentos.
A informação emanada da JLL assinala também que “num contexto de recuperação do turismo, os hotéis estão a destacar-se uma vez que os indicadores de desempenho se aproximam já do período pré-Covid”, sendo ainda de realçar que “no caso de Lisboa, a Diária Média atual já supera a de 2019 e no Porto a diferença é residual”.
A JLL recorda que, no 1º semestre deste ano, os principais indicadores do turismo superaram largamente os registos do período homólogo e estão já acima do 1º semestre de 2020, o qual incluiu um período pré-pandemia”. Ainda assim, “não alcançaram ainda os níveis de 2019”.
O relatório regista que “da parte da oferta, o 2º trimestre mantém uma boa dinâmica, com a abertura de dois hotéis de cinco estrelas no centro de Lisboa e outro em Cascais”. No que toca a outras regiões do país, há a assinalar “a abertura de uma unidade de 4 estrelas no Porto e de uma 5 estrelas no Algarve – o W Algarve Hotel”, com a JLL a sublinhar que “estas quatro unidades adicionam ao mercado mais 255 quartos num total de 533 camas”
No que toca a perspetivas até ao final do ano, o Market Pulse da JLL avança que “são positivas”, continuando o negócio a ter como foco as áreas que já neste momento estão na dianteira, sendo uma delas o turismo.
“Acreditamos que 2022 vai superar o montante transacionado o ano passado. Existem atualmente muitos portfólios já em processo de venda e outros em fase de negociação. Claro que as condições macroeconómicas e geopolíticas são desafiantes, mas os negócios imobiliários continuam a ser bastante competitivos e Portugal destaca-se no panorama internacional. O nosso país tem uma boa posição geográfica, segurança e boa qualidade de vida, bons fundamentais de mercado, incluindo as yields. Inicialmente tínhamos previsto uma nova compressão das yields, mas neste cenário de aumento da inflação e taxas de juro, deverão manter-se estáveis e Portugal continua a ter um diferencial muito apelativo face a outros mercados. Temos, em geral, retornos mais atrativos, num mercado percebido de baixo risco”, avança Pedro Lancastre.