Hotéis de Lisboa lideram nas reservas diretas, mas Norte atravessa forte crescimento, diz GuestCentric

Lisboa é a cidade portuguesa onde as reservas diretas nos hotéis têm mais peso, segundo novos dados da GuestCentric. Com uma média de 40% das reservas a serem feitas através de canais próprios, os hotéis lisboetas estão a estabelecer o novo padrão nacional de maturidade digital e estratégia de distribuição.
Já o Norte atravessa uma fase de forte crescimento e procura, mas encontra-se ainda numa etapa inicial do seu percurso nas reservas diretas, com apenas 25%. Ainda assim, o aumento da procura na região revela um elevado potencial de evolução e ganhos futuros para os hotéis nortenhos.
Só no mês de maio de 2025, os clientes da GuestCentric nesta zona registaram um aumento de 24% na receita e de 31% no número de noites, comparando com o mesmo período de 2024. Além disso, 65% das reservas previstas para 2024 já estão confirmadas, sinal de uma dinâmica muito positiva.
Segundo a GuestCentric, o “que justifica a posição de destaque de Lisboa? Parte da resposta reside na visibilidade e na maturidade. Lisboa está há muito tempo no centro das atenções internacionais — é maior, e foi o primeiro destino português a viver um boom turístico. Isso deu-lhe uma vantagem importante no desenvolvimento de estratégias digitais, na consolidação dos canais diretos e no reforço das equipas internas”.
Apesar de mais recente, “o Porto já ocupa uma posição de grande destaque no turismo mundial e começa a rivalizar com Lisboa em projeção e procura. Sendo um mercado mais recente, está agora a atrair cada vez mais investimento por parte das agências de viagens online (OTAs) como a Expedia e a Booking.com, que procuram ganhar terreno e reforçar a sua presença. Esta não é uma realidade exclusiva do Porto — é uma tática frequente das OTAs: apostar agressivamente nos mercados em crescimento antes de os hotéis conseguirem assumir o controle da sua distribuição” segundo a mesma fonte.
Mais de 73% das reservas no Norte continuam a ser feitas através de plataformas externas, muitas com taxas de cancelamento superiores a 30%. Só a Booking.com representa quase metade das reservas, enquanto canais como a Expedia e os parceiros B2B continuam a crescer. A região regista ainda uma quebra de 31% nos preços perto da data de check-in, o que revela uma dependência preocupante de reservas de última hora e de menor valor.
Lisboa, por contraste, tem vindo a reduzir de forma consistente a sua dependência da Booking.com — de 44% para 30% ao longo dos últimos quatro anos — ao gerir internamente todos os canais de venda, sem apoio de agências externas.
Pedro Colaço, CEO da GuestCentric avança que “os resultados de Lisboa não surgiram de um dia para o outro. O que vemos hoje é fruto de um investimento consistente em estratégia, controle e gestão inteligente dos canais”, acrescentando que “o sucesso de Lisboa assenta numa abordagem clara e replicável: preços diferenciados por canal, ferramentas que colocam a disponibilidade no site do hotel em primeiro plano, uso estratégico de plataformas como o Google Free Booking Links com incentivos exclusivos, e uma monitorização constante de conversões e cancelamentos”.
“Com uma procura histórica já em curso, o Norte tem agora todas as condições para ajustar o seu mix de canais e reforçar a receita direta. O momento de agir é agora,” conclui.