Helena Silva: A Sardenha “é uma boa aposta, um destino com muita procura”
Helena Silva é comercial da Viagens Abreu de Viana do Castelo desde 2000, tendo passado por outras lojas da rede em Braga e Famalicão. Foi uma das sete agentes de viagens que partiram na famtrip realizada pelo operador turístico Viajar Tours à Sardenha, e acredita que os seus colegas não terão dificuldade em vender o destino.
O que pensa do programa charter para a Sardenha do Viajar Tours para este verão?
Penso que é uma boa aposta, um destino com muita procura. O que talvez impeça um maior sucesso na operação é o seu valor, que cria ali uma barreira. Como vimos nesta visita há hotéis mais acessíveis, não propriamente económicos e é um destino que sempre criou expetativa nas pessoas. Vir à Sardenha é quase como dizer “tenho poder de compra”.
Já tinha estado na Sardenha?
Nunca cá tinha estado, mas na minha perspetiva aquilo que eu pensava que era, não era tanto. Não é que não esteja a gostar, estou, o destino é lindíssimo, vale a pena conhecer, mas depois cria-se uma expetativa que não corresponde. Por exemplo, eu pensava que era tudo mais próximo, que não havia tanta distância entre os hotéis, as praias e as localidades. Digamos que é um destino mais de praia e uma boa aposta para quem gosta de explorar praias.
Das unidades hoteleiras que fazem parte do programa e que tivemos oportunidade de visitar, de qual ou quais é que gostou mais?
São três hotéis completamente diferentes. O Mangia’s Santa Teresa Resort, em Santa Teresa di Gallura, onde ficámos, será um hotel mais para adultos, toda a sua envolvência, até o ambiente é adulto. Penso que as crianças não cabem aqui, não há uma piscina para crianças, nem nenhum tipo de entretenimento vocacionado para estas, por exemplo.
Em relação ao funcionamento, para mim não é, pelo menos por enquanto, um verdadeiro cinco estrelas, embora possa ainda vir a sê-lo. Para já, é um hotel bonito e é pena que a parte do funcionamento não esteja de acordo com a categoria do hotel.
O hotel que gostei mais foi o IS Serenas Badesi Village, em Badesi, penso que é um hotel com tudo para dar certo e com muita dinâmica. Quando falamos do mercado português, 70% são turistas de Tudo Incluído, muitas vezes não é por comodidade, mas por saber que se não quiser não vai gastar mais do que aquilo que gastou.
Penso que o IS Serenas Badesi Village é indicado para o mercado português. Eu gostei de tudo, a área envolvente é lindíssima, é um hotel que se olha e sente-se empatia, cativa. Parece que cada quarto tem a sua vilazinha. Em relação à parte alimentar penso que é muito bom, quer na variedade e na qualidade assim como o serviço. E depois há ainda as atividades, penso que é muito completo.
Quanto ao Club Esse Palmasera Village Resort, em Cala Gonone, para quem quer vir à Sardenha e tenha um orçamento reduzido, penso que é uma boa alternativa. Sendo um hotel já com algum desgaste quer nos quartos quer na sua decoração, algo datada, mas limpo. Quanto ao buffet eu não achei que não tivesse variedade ou falta de qualidade e se tivesse uma disposição diferente poderia ter uma visão mais agradável, mas penso que é um hotel para quem quer pagar pouco e quer vir à Sardenha.
“Penso que se não é cliente de piscina e hotel tem de alugar carro“
Aconselharia aos seus clientes o aluguer de um carro na Sardenha?
Penso que se não é cliente de piscina e hotel tem de alugar carro. E eu tenho esses dois tipos de clientes, aquele que quer aproveitar a infraestrutura do hotel e a piscina ou a praia e o que quer explorar. No entanto, se alugarem carro têm de ter alguma atenção à condução dos italianos/sardos que não é propriamente a mais segura.
A excursão ao arquipélago da Maddalena pode ser uma boa sugestão para os clientes?
Pode sim e aí têm uma ideia daquelas praias que só têm acessibilidade a partir de barco e uma noção das baías, daquilo que chamam as calas, com um acesso reduzido, mas ficam com uma ideia da costa da Sardenha que vale a pena conhecer.
Este charter à saída do Porto é uma mais-valia para as agências do norte?
Sem dúvida, porque quem é de Viana do Castelo, por exemplo, e descer até Lisboa para apanhar o avião ou até ao Porto não é a mesma coisa. Penso que é uma mais-valia.
Daria algum conselho especial aos agentes de viagens que não vieram nesta fam trip?
Penso que têm de ter algum cuidado na venda, principalmente quando falam das praias, porque às vezes idealiza-se uma ilha como sendo um destino só de praia e de areal extenso, que é o que nós estamos habituados. E vender o destino com uma componente de praia, mas também com a vertente de alugarem um carro, poderem circular pela Sardenha. Em relação à hotelaria devem ter cuidado, porque pode não corresponder exatamente ao que o mercado português está habituado, assim como a alimentação. Não é um destino onde as pessoas chegam e pensam que vão ter um buffet farto de tudo, não vão. É Europa e se tiverem cuidado com isso não terão qualquer dificuldade em vender o destino.