Grupo SATA com EBITDA positivo pela primeira vez em cinco anos

O Grupo SATA registou, em 2021, uma receita total consolidada de 186,2 milhões de euros, mais 57,2% em relação ao ano anterior. Ainda assim, o Grupo fechou o ano com um prejuízo de 57,4 milhões de euros.
Comparativamente ao ano de 2019, os 186,2 milhões de euros de receita consolidada registados em 2021, representam uma quebra de aproximadamente 47 milhões de euros, revelou o Grupo SATA, constituído pela SATA Air Açores, SATA Azores Airlines e SATA Gestão de Aeródromos.
De acordo com o comunicado emitido esta terça feira, 14 de junho, pelo Grupo SATA, em 2021, “o crescimento dos custos operacionais consolidados foi limitado a +21,5%, pressionados pelas medidas de combate à pandemia, por custos de restruturação e pela modernização de processos internos que gerarão poupanças futuras”. Consequentemente, o Grupo fechou o ano com um EBITDA (Resultados Operacionais antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) de 5,7 milhões de euros, um indicador que se mostra “positivo primeira vez nos últimos cinco anos”, sublinha a SATA.
O Resultado Líquido Consolidado melhorou em mais de 30 milhões de euros para um valor de -57,4 milhões de euros. De acordo com a SATA, estes resultados continuam em terreno negativo “pressionados também pelos Juros da dívida histórica e a dívida contraída durante o combate à pandemia, que ascenderam, em 2021, a 29,7 milhões de euros, além de reflectirem, ainda, “cerca de 5,5 milhões de euros de diferenças de câmbio líquidas, resultantes da utilização da norma contabilística IFRS-16 e da apreciação do Dólar face ao Euro”.
A SATA Air Açores, apresentou um crescimento de lugares utilizados de 75% em relação ao ano anterior, – 17% do que em 2019. O Grupo SATA sublinha que “este comportamento resultou num crescimento de Receitas correntes de 18,8%, beneficiando de uma maior resiliência do tráfego doméstico, potenciado pela introdução, em junho, da Tarifa Açores”.
Já as receitas correntes da Azores Airlines aumentaram 78,2%, “resultado de um crescimento de tráfego de 113%, mais do dobro do ano anterior”, embora o tráfego medido em receitas/passageiro/km tenha ficado 42,2% abaixo de 2019. Ainda assim, o valor ficou acima da média do mercado já que, de acordo com a IATA, a indústria global ficou 75,5% abaixo de 2019.
“O crescimento significativo da Receita na Azores Airlines, muito acima da média da indústria, resulta de uma transformação comercial estruturante que inclui a contínua estabilização e promoção da rede, o trabalho próximo com parceiros, a alavancagem do destino Açores e melhores capacidades técnicas de gestão de receita”, sublinha o Grupo SATA que aponta também as “alterações ao nível operacional” que “resultaram em ganhos de eficiência e complementaridade entre as operações aéreas regional, doméstica e internacional”.
Luís Rodrigues, presidente do Grupo SATA, caracterizou o ano de 2021 como “um ano turbulento e animador, tendo em conta o elevado crescimento e início da recuperação” ainda que pautado pela instabilidade recorrente das vagas pandémicas. O ano foi também marcado pela “interação com o acionista e a Comissão Europeia com vista à aprovação do Plano de Restruturação entregue em fevereiro, o que se veio a verificar no início de junho 2022”.
As perspetivas para este ano são de “otimismo moderado”, com o Grupo a apontar que “o valor de receita em 2022 deverá ultrapassar o valor de 2019, bem antes das estimativas da indústria que prevê que a nível global, o mesmo só deverá ocorrer em 2023/24”.
Continuam, no entanto, algumas “nuvens”, nomeadamente os efeitos da guerra na Ucrânia, como a escalada do preço dos combustíveis, com o Grupo a garantir que “continua empenhado na sua transformação interna em todas as frentes, conjugando o crescimento das receitas com a redução de custos.