Grupo Pestana celebrou 50 anos de um sonho tornado realidade

O Grupo Pestana celebrou no domingo, 20 de novembro, o seu 50.º aniversário. Cinquenta anos depois da abertura do Pestana Carlton, o primeiro hotel do grupo, a efeméride começou a ser assinalada no sábado, dia 19, com uma festa que reuniu centenas de convidados no Pestana Casino Park, no Funchal.
Inúmeras foram as personalidades ligadas ao turismo e à política que estiveram presentes nesta festa, onde não faltaram a dança, uma banda de covers “Abba” e muito fogo de artifício nesta noite em que o dourado brilhou.



Antes ainda, Dionísio Pestana, presidente do grupo fez questão de que o neto, de tenra idade, descerrasse uma placa comemorativa dos 50 anos, naquele que foi o primeiro hotel Pestana na Região Autónoma da Madeira, a abrir portas a 20 de novembro de 1972, o Pestana Carlton. Um ato simbólico que prevê a continuidade do grupo na família.
O responsável máximo do Pestana Hotel Group começou por relembrar o “sonho” do seu pai, Manuel Pestana, natural da Ribeira Brava e que cedo partiu para a África do Sul, onde acabou por se destacar no ramo do comércio.
Como tudo começou
Há 50 anos, e depois de comentar na altura com o antigo governador da Madeira, a intenção de querer investir na sua terra natal, estávamos em 1965, Manuel Pestana acaba por receber uma carta do mesmo dando conta de “um terreno entre o Reid’s Hotel e o Savoy, com o hotel Atlântico de 40 quartos”. Com a pulga atrás da orelha por nem um nem outro hotel querer adquirir esta propriedade, o pai de Dionísio Pestana lá avançou para a compra do mesmo.
“Dezoito mil contos, foi quanto custou na altura”, referiu o presidente do grupo Pestana, acrescentando que a partir daí, estávamos já em 1966, “construiu-se um hotel com 200 quartos, após um estudo levado a cabo por um conhecido economista da região, Ricardo Camacho”.
Sem nada saber sobre hotelaria, Manuel Pestana foi aconselhado a arranjar uma empresa que fizesse a gestão do hotel: “Foi quando a Sheraton, que nos EUA se encontrava em crescimento e pretendia vir para a Europa, ganhou o concurso internacional e faz a gestão”, explica Dionísio Pestana. Dá-se a inauguração do Pestana Carlton em 1972, mas a 25 de abril de 1974, com a Revolução dos Cravos tudo viria “por água abaixo. Vieram os sindicatos, veio a inflação e o que estava planeado em termos financeiros” ganha outras proporções.
“De repente a inflação sobe para 27 ou 30% e os juros também sobem e a fonte que servia para capitalizar o hotel e que vinha de Moçambique é nacionalizada. Em 1976, o meu pai dava como completamente perdido este investimento na Madeira e é então que me convida para vir até cá tentar salvar a situação, mas a situação era dramática e eu já só queria era voltar para a África do Sul”, conta.
Mas não partiu, acreditou que era possível e com a entrada de Portugal na altura na CEE, as coisas começaram a melhorar. “Nessa altura a inflação estava nos 6 ou 7% e as pessoas não tinham dinheiro para as férias seguintes, foi então que começámos a ver que a matéria-prima era única, o potencial estava lá e o sonho podia realizar-se e a continuar a sonhar no futuro e que este negócio podia ter viabilidade e tivemos a sorte de aproveitar a oportunidade da altura, que era o ‘time sharing’, que tinha acabado de ser exportado dos EUA para a Europa”, explica o presidente do grupo. E foi a partir daqui que começou a acreditar que poderia concretizar o sonho do seu pai.
Um sonho que acaba de fazer 50 anos e que ainda hoje coloca o Pestana Carlton no top 3 em termos de performance dos hotéis do grupo Pestana e que Dionísio Pestana relembrou no discurso de descerramento da placa comemorativa, que contou com a presença de Miguel Albuquerque, presidente da Região Autónoma da Madeira e ainda Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal, tendo ambos realçado, “a inteligência e perseverança com que atravessou cada obstáculo” e “um orgulho para a região enquanto grupo”.