Grupo Newtour vai ter DMC próprio em Djerba, a Menzel Travel “para dar um serviço mais seguro ao cliente” avança Daniel Graça
Com o verão a aproximar-se, o Turisver falou com Daniel Graça, diretor comercial da Egotravel, para saber como correu o período de vendas antecipadas, fazer o balanço da Páscoa e saber das novidades para a época mais alta do turismo, nomeadamente em termos do reforço de algumas operações.
As vendas antecipadas surpreenderam de alguma forma a Egotravel?
Fazemos um balanço positivo das vendas antecipadas mas não diria que tivéssemos ficado surpreendidos. Nós planeamos toda a programação com bastante antecedência e à semelhança dos anos anteriores temos vindo a preparar os nossos momentos de venda para que tenham uma antecedência cada vez maior. Foi o que aconteceu com a programação para este ano, em que iniciámos o período de vendas antecipadas em Novembro, durante a época do black friday.
Diria que as vendas foram bastante boas e está a consolidar-se a tendência, por parte dos clientes, de comprarem as suas viagens de férias cada vez mais cedo, e espero que esta tendência se mantenha até porque permite planear o ano com maior antecedência, com maior folga de tempo para acudirmos a qualquer eventualidade que possa correr menos bem.
Quando lançam as pré-vendas garantem praticamente ao cliente que é o melhor preço que pode encontrar até ao dia da sua viagem?
Apesar de não ser uma ciência exata, o conceito é esse mesmo e nós tentamos respeitá-lo ao máximo. A ideia é que as pessoas possam comprar mais cedopara que possam ter os hotéis e as suas viagens aos melhores preços nas datas em que datas que pretendam viajar, o que não invalida que nos últimos dias antes da partida, por uma questão de necessidade, não que venhamos a baixar o preço, fazendo uma ou outra campanha.
No entanto, ao fazermos essas campanhas de última hora, não o fazemos sem responsabilidade nem sem dar proteção aos clientes que compraram com antecedência. O que acontece nestas situações é que fazemos uma análise às vendas, verificamos quais os hotéis mais vendidos antecipadamente e estes não são colocados nas vendas de última hora para não “ferir” quem já tinha comprado com bom preço. Ou seja, o que fazemos nas promoções de última hora é colocar unidades hoteleiras que tenham tido menos vendas realizadas no período das campanhas de vendas antecipadas, ou que nem sequer tenham estado nessas programações.
Dentro dos produtos que colocaram no mercado no período de pré vendas quais os que tiveram mais procura?
O destino mais vendido foi sem dúvida Djerba, mas Marrocos também teve bastantes vendas. Além disso, temos vindo a aumentar as vendas para as ilhas espanholas (Canárias e Baleares), mas para destacar um destino da nossa programação que teve mais procura foi Djerba.
O ter-se vendido tanto para o verão prejudicou de alguma forma as vendas para o período da Páscoa?
Nós, na Egotravel, temos uma contratação muito específica e a Páscoa não é um período em que façamos uma grande aposta. O ano passado tivemos efetivamente o voo charter para Djerba a começar na Páscoa, mas este ano não tivemos, porque a Páscoa este ano foi mais cedo e o tempo lá ainda não é muito apetecível, tendo em conta o principal target do destino, que são as famílias que procuram o produto de sol e mar.
A aposta que fizemos foi em voos regulares para os quais tínhamos lugares com a TAP e outras companhias aéreas, e consideramos que as vendas foram boas sem serem muito expressivas até porque não havendo tanto risco não colocámos tanta incidência de promoção, estamos mais focados para aquilo que são os nossos voos de risco que vão começar no final de maio.
Salientava o destino Marraquexe que neste período teve uma boa procura em relação a 2023, sobretudo com os clientes a procurarem estadias de poucos dias – entre três a cinco -, fazendo uma viagem de curta distância e procurando uma viagem mais cultural.
Egotravel colocou um voo de reforço para Djerba à partida de Lisboa
As vendas já realizadas levaram a Egotravel a fazer reforços nas operações charter?
Sim, reforçámos Djerba com mais um voo para à saída de Lisboa num avião Embraer da TAP e as vendas estão a bom ritmo. O aeroporto de Lisboa, como se sabe, está condicionado a nível de slots, por isso o voo vai ser noturno, às quartas-feiras e vai ser realizado de junho a setembro.
Gostaria de salientar que este voo de reforço é feito de forma muito responsável até porque se trata de avião pequeno, com poucos lugares, e por outro lado é à saída de Lisboa. Se olharmos para a oferta para a Tunísia verificamos que grande parte das operações está a ser vendida é à partida do Porto, com escassez de oferta na zona sul do país.
Al Hoceima é um destino relativamente recente da Egotravel, é o segundo ano que é operado em charter. Como está a procura?
Vamos começar os voos em junho e as vendas estão a correr bem. Em relação a Al Hoceima melhorámos o produto, o ano passado tivemos de voar para o aeroporto de Nador, o que obrigava a um transfere de duas horas e meia, até porque tivemos também o imprevisto da estrada ter estado em obras. Este ano vamos voar com um avião Embraer da TAP, um aparelho mais pequeno que vai direto de Lisboa ao aeroporto de Hoceima, um voo de cerca de uma hora e um transfere de 10 a 15 minutos, por isso é um dos destinos onde se colocam clientes no hotel em menos de hora e meia depois de se sair de Portugal.
Al Hoceima é um destino de um só hotel, existem outros mas não se adequam ao cliente português. É um hotel de 5 estrelas, o Radisson Blu, que era um antigo Club Med que foi totalmente reconstruído e abriu em 2021, e este ano já fizeram algumas remodelações. A unidade está muito bem localizada, em cima da praia, é um hotel novo, muito bonito e moderno, com uma piscina muito boa e um apoio de praia fantástico, e nós pensamos que é um produto com muito potencial para o mercado português.
“O que tem tido mais procura, pela quantidade e pela tradição, é Saidia, depois diria, que Al Hoceima e Agadir estão muito semelhantes em termos de procura, apesar de Agadir ser um destino mais conhecido no mercado”
Fizeram um acordo de compra de um número muito significativo de lugares nos voos diretos da TAP para Agadir. Como é que está a ser a procura por estas ofertas?
Sim, ficámos com um número de lugares em garantia nos voos da TAP para Agadir, que é um destino que já operamos em charter e que conhecemos bem, tem muitas unidades hoteleiras e muita diversidade, por isso faz todo o sentido. O que tem tido mais procura, pela quantidade e pela tradição, é Saidia, depois diria, que Al Hoceima e Agadir estão muito semelhantes em termos de procura, apesar de Agadir ser um destino mais conhecido no mercado, mas temos feito um esforço junto dos agentes de viagens para dar a conhecer Al Hoceima, o que tem dado frutos.
Que trabalho têm feito e o que é que a Egotravel pensa fazer ainda junto dos agentes de viagens?
Nos últimos meses tivemos uma participação muito ativa na BTL, onde mantivemos contacto com muitos agentes de viagens. Nesta fase estamos a planear algumas famtrips para levarmos agentes de viagens a Al Hoceima que, como já disse, é um destino ainda pouco conhecido, e também a Agadir onde a oferta hoteleira tem crescido e é sempre bom os nossos colegas conhecerem in loco, e temos algumas iniciativas em que vamos participar com agrupamentos de agências de viagens, que nos convidaram e que para nós faz todo o sentido aceitar.
O Grupo Newtour tem três operadores. Quando pensam na promoção e em iniciativas com os agentes de viagens, fazem-no em conjunto ou são planeamentos diferenciados?
É uma pergunta interessante, temos feito praticamente tudo em conjunto, pensamos que faz sentido que assim seja por vários motivos: somos mais cabeças a pensar e a debater mais as ideias para podermos ser mais incisivos e certeiros naquilo que são as nossas decisões.
Tudo o que é promoção é feito com os três operadores da “casa”. Ainda recentemente estivemos a participar num roadshow e quem esteve a fazer o acompanhamento foi Sandro, da Soltrópico, e o promotor da Turangra. Nas convenções e reuniões regionais dos agrupamentos de viagens estamos os três presentes, e fazemos praticamente as ações todas em conjunto a menos que seja uma ação muito específica sobre um destino, por exemplo, se for alguma coisa que tenha a ver apenas com os Açores estará apenas a Turangra porque não fazia sentido estar a Egotravel e a Soltrópico, e se tivermos um evento só com o Turismo de Marrocos, naturalmente, só estará a Egotravel.
Que novidades estão em “marcha” no operador?
Nos operadores do grupo o foco principal tem sempre a ver com aquilo que é o nosso serviço, que queremos que seja sempre o melhor, com aquilo que apresentamos ao consumidor final mas também ao agente de viagens. Nesse sentido, temos alguns projetos internacionais que já são mais ou menos conhecidos, no caso da Soltrópico temos a Hello Tours na ilha do Sal, em Djerba temos um DMC próprio, a Menzel Travel, com um escritório onde temos duas pessoas a trabalhar, os autocarros que vão fazer as nossos transferes e as nossas excursões vão chegar dentro de dias e estamos a trabalhar para darmos as mesmas condições em outros destinos que programamos.
Deste modo, vamos passar a ter uma maior autonomia, uma maior rapidez na resposta às agências de viagens, possamos também a dar um serviço mais seguro ao cliente final e teremos colegas muito próximos que à distância de um Whatsapp nos respondem e resolvem qualquer situação que surja.