Grupo Newtour teve em 2024 um volume de negócios de 180 M€ e para continuar a crescer vai reforçar a internacionalização

O Grupo Newtour, que celebrou 15 anos no sábado passado, acaba de proceder a uma reestruturação interna. Dar a conhecer o novo organigrama do Grupo, cuja Comissão Executiva conta agora, também, com Gonçalo Palma, foi um dos objetivos da conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, em que foram igualmente avançadas outras novidades.
Na conferência de imprensa em que foi apresentado o novo organigrama do Grupo Newtour e dadas a conhecer conhecer algumas novidades (ler aqui e aqui), Tiago Raiano, CEO do Grupo, começou por recordar as origens açorianas da Newtour, nascida da junção de dois projetos, a Sotrópico e a Turangra, na altura, liderados por Miguel Fonseca.
Hoje, 15 anos volvidos, o mercado mudou muito e a Newtour também, como destacou Tiago Raiano: “O Grupo assumiu outras latitudes, investiu em outras dimensões”, uma necessidade nascida do “problema de dimensão” do mercado português, composto “por um tecido empresarial muito fragmentado, com micros e pequenas empresas e que tem pela frente um desafio com a privatização do TAP”.
“A privatização da TAP vai originar, no mercado português e na distribuição em Portugal, um novo desafio que é a alteração da centralidade de decisão para uma zona europeia de uma companhia que tem sido extremamente relevante para o setor da distribuição em Portugal”, considerou o CEO da Newtour, sublinhando que esta situação “vai levar a que a própria distribuição possa ficar um pouco mais periférica”.
Afirmando a sua preocupação pela “dimensão na forma como o mercado se posiciona à data de hoje em Portugal”, sublinhou que o Grupo estará sempre atento a oportunidades de negócio, mas, porque a Newtour pretende continuar a crescer, a aposta central vai ser feita ao nível da internacionalização: “Todo o posicionamento e a prioridade do Grupo para os próximos anos, passará claramente, pela internacionalização, com o objetivo de garantir os nossos interesses, dos nossos clientes, dos nossos parceiros, mas também como uma forma de contribuirmos para aquilo que é o posicionamento mais defensivo que o mercado poderá ter que ter ou não em relação aos grandes players europeus e à forma como eles depois se posicionam”.
Para crescer com base na internacionalização, o Grupo necessita, segundo o seu CEO, de uma organização interna diferente, e de olhar para os recursos humanos de outra forma”.
“Em 2024, o Grupo alcançou um volume de negócios de 180 milhões de euros, mais 21% do que em 2023. Por áreas, “a parte dos operadores representa 22% do nosso volume de negócios, a aviação 17%, a distribuição 52%, DMCs 4% e os outros (inclui a Picos de Aventura) 5%”
Tendo como objetivo o desenvolvimento de negócio, a Newtour alterou o seu organigrama para dar entrada a Gonçalo Palma na Comissão Executiva, constituída até à data de hoje por três elementos: Tiago Raiano (CEO), Carlos Baptista, responsável pela área da distribuição, e Mário Almeida, com a aviação. Agora, Gonçalo Palma vai ficar com as áreas da tour operação e DMCs.
Na New Tour Aviação está inserida a consolidação, com a Newtour Consolidador, e a parte dos GSSA com a Connect Service e com a Newtour Aviação GSSA.
Na Newtour Distribuição, está a Bestravel, a GEA, a Travel GEA, temos a Newair (consolidação aérea dentro do grupo da GEA), a Turangra e a GEA Brasil e ainda o processo de internacionalização da parte da Newtour distribuição no Brasil.
A Newtour Operadores integra a Soltrópico e a Egotravel, a Ego com uma centralidade completa na Tunísia e a Soltrópico com as restantes operações.
Por fim, na Newtour DMC, estão a Menzel Azores, que substitui a parte de DMC da Turangra, a Menzel Cabo Verde, a Menzel Tunísia e a Menzel São Tomé e Príncipe e ainda a Menzel em Portugal Continental que, explicou Tiago Raiano, “era algo que nos faltava no portfólio do grupo, o recetivo no continente”.
Em 2024, o Grupo alcançou um volume de negócios de 180 milhões de euros, mais 21% do que em 2023. Por áreas, “a parte dos operadores representa 22% do nosso volume de negócios, a aviação 17%, a distribuição 52%, DMCs 4% e os outros (inclui a Picos de Aventura) 5%”, avançou, explicando que “o que nós pretendemos é um maior equilíbrio destes volumes de cada uma das áreas” porque “é nosso entendimento que o Grupo será tão ou mais forte quanto maior for o seu portfólio de empresas, a sua variedade e a menor dependência que houver de cada uma das suas áreas”.
Além do equilíbrio entre o peso de cada uma das áreas, a Newtour pretende também uma relação mais equilibrada entre os vários países onde está: “À data de hoje, estamos em Portugal, em Portugal Continental e Açores, Cabo Verde, Brasil, Tunísia e Santo Tomé e Príncipe e é a nossa intenção é consolidar estes destinos, mas crescer, olhar para esta panóplia de empresas e trabalhá-la de outra forma”, disse.
Tiago Raiano deu conta de uma outra área que não está ainda desenvolvida dentro do Grupo, a animação turística, atualmente apenas corporizada pela Picos de Aventura nos Açores, mas que caso se justifique, poderá dar origem a uma Newtour Animação Turística.
O Grupo tem ainda mais duas unidades de negócio diferentes. Uma é a Newtour Açores, onde o Grupo tem centralizado os serviços financeiros, marketing, recursos humanos, tecnologia e aviação, e que, por isso, tem um efeito mais agregador em relação ao grupo. A outra unidade de negócio é a TechTour que “nasceu da necessidade de estabelecer parcerias para responder às evoluções tecnológicas”, nomeadamente no que concerne à implementação do NDC.