Grupo Hoti Hoteis com receitas de 102 M€ em 2023 – um “recorde absoluto”, afirmou Manuel Proença

Para a Hoti Hoteis, 2023 “correu muitíssimo bem, cumprimos todos os nossos objetivos”, declarou Manuel Proença, fundador e chairman do Grupo, num encontro com a imprensa em que se falou também da expansão da Hoti em Portugal, onde vai abrir duas novas unidades este ano, em Braga e São João da Madeira.
No ano que agora terminou, as receitas totais da Hoti Hoteis ascenderam a 102 milhões de euros, um “recorde absoluto”, superior em 22% ao valor alcançado em 2022, frisou Manuel Proença, declarando que “estamos muito satisfeitos” com a performance conseguida.
O chairman da Hoti Hotéis, que falava num encontro com a imprensa, na sexta-feira, dia 5 de janeiro, em que esteve também presente o CEO da Hoti Hoteis, Miguel Caldeira Proença, especificou que do total de receitas, 73 milhões referiram-se exclusivamente ao alojamento, com o GOP a ficar nos 43 milhões.
As receitas tiveram por base os 19 hotéis com que a Hoti conta já (18 em Portugal e um em Moçambique, que no seu conjunto contabilizam 2.942 quartos), embora a contribuição de cada um deles seja diferente. O Top 4 dos hotéis que mais contribuíram para o “recorde absoluto” alcançado em 2023 ficou formado pelos hotéis TRYP Lisboa Caparica Mar, na Costa de Caparica, com 11 milhões de euros; Meliá Lisboa Aeroporto, com 10,9 milhões; Meliá Madeira Mare, no Funchal, com 9,2 milhões de euros e o Meliá Braga que alcançou 9,1 milhões, de acordo com os valores avançados pelo presidente do Grupo.
Preços com aumento de 20% face a 2019
Segundo os administradores da Hoti, a boa performance do grupo no ano que há pouco terminou ficou a dever-se a vários fatores, nomeadamente o facto de 2023 ter sido “o primeiro ano de operação em pleno desde a pandemia” mas também ao aumento, em cerca de 20% face a 2019, dos preços praticados pelas unidades do grupo, que atingiram um preço médio de 91,3€ (valor que se compara à média de 77€ praticada em 2019). Já o RevPAR global do grupo ficou em 2023 nos 68€ (mais 22,8% do que em 2019 e acima das estimativas do grupo que apontavam para 63,4€).
Outro dos fatores que contribuiu foi a ocupação que aumentou 10% relativamente ao ano anterior alcançando uma média de 74,5%, um valor que ficou acima do que tinha sido perspetivado pelo grupo (71,5%).
Relativamente a mercados “o primeiro continua a ser o nacional” com um acrescimento de 38% face a 2019 e com um impacto de 20 milhões de euros nas receitas total do alojamento. Segue-se o mercado espanhol que “estagnou em 2023”, o alemão (+28% do que em 2019 e ancorado nos hotéis da Madeira), os Estados Unidos com um aumento de 136% face à pré-pandemia que está muito ancorado nas unidades de Lisboa e o Reino Unido que apresentou uma subida de 64%.
O que também aumentou em 2023 foram os custos, principalmente por via da subida dos preços dos bens de consumo e dos vencimentos. Já o impacto dos custos energéticos não foi, segundo Miguel Proença, tão negativo como se esperava.
Investimentos em curso
No Grupo Hoti Hoteis o ano de 2023 foi também de investimentos, sendo que neste momento estão em curso investimentos da ordem dos 30 milhões de euros, que englobam novas unidades (há duas unidades com um total de 209 quartos, em construção) e remodelação de outras existentes, sendo que neste caso está a ser feito o rebranding de várias unidades, explicou Miguel Proença.
No que se refere a novas unidades, está prevista para a Páscoa a abertura do Innside Braga, unidade de quatro estrelas com 109 quartos que marcará a estreia daquela marca da Meliá em Portugal. Mais tarde, no final do ano, deverá abrir o Meliá em São João da Madeira, também um quatro estrelas, com 100 quartos.
Os investimentos não vão parar por aqui, com a administração da Hoti a anunciar que os próximos projetos a arrancar serão os de Famalicão e Viana do Castelo, as há também projetos para Aveiro e Guimarães.
Parado e sem prazo para voltar a andar continua o projeto do hotel no Largo do Rato, em Lisboa que, apesar de ter sido aprovado e licenciado pela autarquia há sete anos, ficou suspenso porque a PGR interpôs um processo à Câmara Municipal alegando irregularidades arquitetónicas.