Grupo GEA Portugal cresce mais em faturação do que em passageiros
Tal como tinha já avançado em entrevista ao Turisver, o ano de 2022 está a ser muito positivo para as agências da GEA Portugal. “Estamos bastante satisfeitos”, assumiu Pedro Gordon, em conversa com os jornalistas, à margem da 18ª Convenção Nacional que decorreu durante o fim de semana, em Coimbra. Antecipou mesmo que 2022 possa ser o melhor ano de sempre em incentivos às agências.
Paulo Mendes, diretor de contratação do Grupo GEA, precisou que “estamos a fazer uma avaliação, desde que saímos da pandemia e o nosso foco principal foi recuperar o que era o volume expectável das agências em 2019 que foi o melhor ano de sempre da GEA em volume de faturação”. Neste momento, afirmou, “podemos dizer que estamos muito satisfeitos porque os dados consolidados que temos até outubro deste ano permitem-nos dizer que estamos com um crescimento de 19% face a 2019”.
Este crescimento de 19%, explicou Paulo Mendes, “não é reflexo de novas entradas de agências” mas sim um “aumento real, sustentado, das próprias agências no seu histórico”. Concretizando, as 390 agências da rede GEA já realizaram este ano um volume de compras de 120 milhões de euros a operadores turísticos, centrais de reservas hoteleiras, cruzeiros e rent-a-car. Do total, as compras ao top 10 dos operadores turísticos ascenderam a 73,7 milhões de euros de compras a operadores turísticos, mais 14,4% do que em 2019, enquanto as compras às seis principais centrais de reservas hoteleiras saldaram-se até agora 39,3 milhões de euros, refletindo um aumento de 37% face a 2019.
“Deste ranking salta à vista a subida da Solférias para primeiro lugar e a descida da Soltour, que habitualmente liderava, para terceiro lugar enquanto o operador da W2M, que iniciou a sua atividade em Portugal apenas este ano, subiu logo à segunda posição”
Este ano, o top 10 dos operadores turísticos foi compostos por: Solférias, Newblue, Soltour, Smytravel, Jolidey, Soltrópico, Nortravel, Viagens Tempo, Viajar Tours e Sonhando. Deste ranking salta à vista a subida da Solférias para primeiro lugar e a descida da Soltour, que habitualmente liderava, para terceiro lugar enquanto o operador da W2M, que iniciou a sua atividade em Portugal apenas este ano, subiu logo à segunda posição.
Esta alteração no ranking dos operadores mais vendidos pelas agências da rede é explicada por Pedro Gordon em dois pontos: a introdução de novos destinos por parte da Solférias, concretamente o Senegal, que foi uma novidade no mercado e “correu muito bem”, mas também o Egito e, por outro lado, o facto de a Newblue ter disputado a liderança para as Caraíbas. “A Newblue entrou com muita força e tornou-se líder no produto Caraíbas”, disse Pedro Gordon. A estas situações acresceu que, ao contrário da Solférias, “outros operadores reduziram o risco”, caso da Soltrópico e da Viajar Tours. Por outro lado, sublinhou, “o produto estrela da Nortravel ainda não começou a vender-se, que é o caso dos circuitos que representavam mais de 30%do volume de vendas”.
Ainda no que toca às vendas, Paulo Mendes referiu que “temos um crescimento notório da faturação, no entanto, o crescimento em número de passageiros é inferior – segundo Pedro Gordon andará em linha com 2019 – o que tem a ver com o valor médio por passageiro que aumentou bastante”. Significa isto que “a rentabilidade aumentou bastante”.
“O ano tem sido satisfatório” e “tem-se vendido com margens dignas”, afirmou Pedro Gordon, acrescentando que “não houve que estragar as margens para se vender”., Ainda sobre este tema, Paulo Mendes garantiria que “a rentabilidade das agências aumentou” o que “vai fazer com que as agências possam ter um balão de oxigénio importante para os próximos anos”.
Para 2023 as perspetivas são incertas mas não tem de ser um ano mau
Para 2023, as perspetivas são ainda incertas. “Se considerarmos que há alguma incerteza ao nível do crescimento da economia, ou mesmo que pode haver recessão em alguns países e que ainda vamos ter alguns meses com a inflação acima do normal, é provável que o consumo arrefeça”, disse Pedro Gordon. Ainda assim, o responsável considerou que este “arrefecimento” não deverá significar uma travagem forte. Assim, “é provável que o ano de 2023 não seja tão bom como o de 2022 mas não pensamos que vá ser um ano mau”.
Para já, acrescentou Paulo Mendes “ainda não estamos a notar arrefecimento” comparativamente a períodos homólogos de anos anteriores, estando até a notar-se uma “recuperação do corporate”.
Há cerca de um mês, em entrevista ao Turisver, Pedro Gordon, tinha avançado que a GEA iria distribuir rapéis relativos às vendas de 2022, que deveriam ultrapassar 4.500€, em média, por agência de viagens. Na altura tinha precisado que “até 30 de agosto já tínhamos atingido mais de 1,2 milhões de euros em rapéis, o que dava já, no fim de agosto, uma média por agência, de quase 3.200 euros”. Agora, essa realidade está mais próxima: “Com os dados que temos agora, até outubro, estamos em 1,453 milhões de euros, o que já dá uma média de 3.780€ de rappel, em média, por agência” o que significa que “ainda não chegámos lá, mas ainda falta um trimestre”. De todas as formas, Pedro Gordon assume que “provavelmente, vai ser o melhor ano de sempre em termos de incentivos”, com Paulo Mendes a sublinhar que “aqui ainda não estão contabilizados os incentivos da aviação”, mas apenas de operadores, centrais de reservas hoteleiras e GDS.
De referir ainda que o Grupo GEA Portugal conta atualmente com uma rede de 390 agências de viagens, mais 64 do que em 2019, o que reflete um aumento de quase 20%. Já balcões, são neste momento 487, sendo que, de 2019 até agora “as saídas foram muito residuais”.