Governo não tem pressa no novo aeroporto

A construção de um novo aeroporto para Lisboa deixou de ser urgente por via da perda de tráfego causada pela pandemia. O tema está incluído no OE2022 que aponta para o estudo de soluções alternativas à opção Portela + Montijo.
A crise que a pandemia provocou na aviação civil é a razão que leva o Governo a não ter pressa em tomar decisões sobre a construção de um novo aeroporto para Lisboa. “A pandemia teve como consequência uma crise sem precedentes no setor da aviação, com uma quebra no tráfego aéreo para níveis históricos, com uma redução, face a 2019, de 60% em movimentos e 70% em passageiros”, lê-se no texto da nova proposta de Orçamento do Estado 2022, que acrescenta, ainda, que devido à pandemia, o setor da aviação “mergulhou numa crise profunda e incerta, que, segundo os últimos dados disponíveis, só verá a sua recuperação dos níveis de 2019 em 2024”.
Daí que o Governo considere que “a solução dual composta pelo Aeroporto Humberto Delgado e o novo Aeroporto do Montijo deixou de ter a mesma pressão que sentia face a um crescimento galopante da procura”, o que até irá dar tempo para “estudar cenários de melhoria do projeto da Ampliação da Capacidade Aeroportuária de Lisboa”.
“Face a este contexto de redução de pressão da procura” a nova proposta de OE 2022, assume ter sido autorizada a repartição de encargos para a “realização de uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), que enquadre e estude todas as alternativas viáveis para a Ampliação da Capacidade Aérea de Lisboa” a que se soma ainda a “realização da AAE e os estudos técnicos necessários para avaliar as três alternativas apresentadas”.
As alternativas que estão em cima da mesa, de acordo com o texto da proposta de Orçamento do Estado, são:
- Aeroporto Humberto Delgado (principal), com o Aeroporto do Montijo (complementar);
- Aeroporto do Montijo (principal), com o Aeroporto Humberto Delgado (complementar);
- Aeroporto localizado no Campo de Tiro de Alcochete.
Já na quinta feira, um dia depois da data em que foi entregue na Assembleia da República a nova proposta e Orçamento, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse que a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) em curso para o novo aeroporto de Lisboa deverá estar concluída em 2023 e apelou a um consenso nacional para que o problema do novo aeroporto para Lisboa tenha rápida solução. Isto porque, para Pedro Nuno Santos, acredita que a procura em breve irá recuperar.
O governante disse ainda ser “inadmissível, incompreensível, inaceitável” que Portugal não consiga resolver o problema do aeroporto, que se arrasta há 50 anos.