Governo dos Países Baixos avança com limite de 452.500 voos para Schiphol em 2024

Apesar dos protestos das companhias de aviação e das associações que as representam, o Governo dos Países Baixos vai mesmo avançar com a limitação de voos no aeroporto de Schiphol. O plano foi apresentado à Comissão Europeia na última sexta feira e prevê um máximo de 452.500 operações anuais a partir de 2024.
O governo holandês vai seguir em frente com os seus planos de limitar o número de voos no Aeroporto Schiphol, em Amsterdão, já a partir de 2024, para reduzir o ruído, anunciou o governo na passada sexta-feira.
Os voos serão limitados a 452.500 por ano, ou seja, 9,5% abaixo dos níveis de 2019 e abaixo da proposta anterior que era de 460.000.
Além do corte nos voos anuais, o plano de medidas inclui restringir o número de voos noturnos a 28.700 movimentos, utilizar aviões mais silenciosos à noite (entre as 23h00 e as 7h00) ou mesmo encurtar mais a utilização de faixas que causam mais poluição sonora em geral.
Este pacote de medidas representa uma redução de ruído de aproximadamente 15% por cada período de 24 horas e de 15% durante a noite, pelo que para cumprir o objetivo de 20% de redução total do ruído ainda deverão vir a ser tomadas novas medidas, estando mesmo a ser examinado pelo governo o encerramento parcial do aeroporto durante a noite.
“A aviação pode trazer muitas coisas boas aos Países Baixos desde que prestemos atenção aos efeitos negativos para as pessoas que vivem perto do aeroporto”, disse o ministro dos Transportes, Mark Harbers, num comunicado em que foi também anunciado que a limitação de voos entrará em vigor em 2024.
Companhias aéreas contrárias à decisão
O comunicado do governo acelerou as críticas à medida. A IATA – Associação Internacional do Transporte Aéreo e a A4A – Airlines for America, advertiram que a proposta de redução do número de voos em Schiphol “não deve ser levada a cabo sob a direcção de um governo provisório”.
“Uma medida tão importante e controversa requer um escrutínio democrático e uma responsabilidade política adequada”, frisaram em comunicado.
Por seu turno, a A4E (Airlines for Europe) afirma que a decisão é “arbitrária, mal pensada e prejudica os procedimentos normalmente utilizados”.
As companhias aéreas que utilizam Schiphol, incluindo a Air France-KLM, entraram com uma ação judicial para tentar impedir o limite de voos num dos aeroportos mais movimentados da Europa, com a KLM a afirmar mesmo que tal medida será prejudicial para os Países Baixos.