Governo diz que resultados da TAP são “passo sólido” para o futuro da empresa

Para o Governo, os resultados da TAP, divulgados esta terça feira e que dão conta do regresso da companhia aos lucros (ver abaixo),”são um passo sólido nas perspetivas para o futuro da empresa e para o país”. Em comunicado é destacada a resiliência da companhia aérea.
“Num ano ainda afetado pela pandemia, pela guerra na Ucrânia, pelo disparar dos preços dos combustíveis e pela mudança do sistema de tráfego aéreo no hub, que condicionou de forma significativa a atividade da TAP, a companhia provou a sua resiliência”, destaca o comunicado enviado pelo Gabinete do ministro das Infraestruturas, João Galamba.
Sobre as contas da TAP que foram divulgadas esta terça feira, o Gabinete de João Galamba assinala que o resultado líquido positivo de 65,6 milhões de euros “configura um crescimento da receita acima do esperado” e que “são um passo sólido nas perspetivas para o futuro da empresa e para o país”.
O Ministério das Infraestruturas sublinha ainda que “estes resultados decorrem do empenho no processo que visa garantir sustentabilidade operacional e financeira de longo prazo da empresa”.
O mesmo texto assinala que “a possibilidade de produção de Combustível de Aviação Sustentável (SAF) no hub de Lisboa, a resolução dos constrangimentos aéreos operacionais, bem como a nova solução para o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa, perspetivam-se como oportunidades de criação de valor acrescentado para a TAP e para Portugal”.
Lucro de 65,6 milhões de euros em 2022
A TAP regressou aos lucros em 2022, ano que fechou com um lucro líquido de 65,6M€, o que configurou um aumento de 1.664,7 milhões em relação ao ano anterior. O EBIT, incluindo itens não recorrentes de 19,4M€, também foi positivo, atingindo os 268,2 milhões.
Já as receitas atingiram 3 485 milhões de euros, 151% acima do ano fiscal de 2021, juntamente com um nível de atividade mais elevado (ASK aumentou 94,2%).
O número de voos operados também aumentou significativamente em 74,9% o ano passado, atingindo 79% dos níveis pré-crise e os passageiros transportados foram 13,8 milhões, mais 136,1% do que ano anterior, tendo tingido 81% dos níveis de 2019.
A capacidade atingiu 87% dos níveis pré-crise, aumentando 94,2% em comparação com o ano anterior e o load factor melhorou 17 pontos percentuais em relação ao ano anterior, atingindo os 80%, apenas 0,1 pontos percentuais abaixo do nível de 2019.
Os dados divulgados pela empresa apontam para um aumento dos custos operacionais em 73,4% para 3 236,2 milhões de euros. A TAP sublinha também que o custo do combustível mais do que triplicou, aumentando em 756,2 milhões de EUR numa base anual para 1 096,7 milhões de EUR. “Apesar de levar a um efeito positivo de EUR 85,5 milhões, o hedging só reduziu marginalmente o efeito do aumento dos preços do combustível, que só por si contribuiu com EUR 458,4 milhões para o aumento dos custos com combustível”, sublinhou a empresa em comunicado.
Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP, citada em comunicado da empresa, considerou que “durante o quarto trimestre de 2022 a TAP foi capaz de gerar as receitas trimestrais mais elevadas da sua história e uma rentabilidade recorde, apesar dos contínuos desafios operacionais. Durante o primeiro ano completo do Plano de Reestruturação, a TAP gerou um lucro operacional que é um recorde histórico para a empresa. A TAP gerou também um lucro líquido positivo muito forte, tendo em conta o seu nível de alavancagem”.