Governo certificou Caminho de Santiago na região Centro
O Caminho Central, que se prolonga por mais de 190Km, atravessa 12 municípios da região Centro. A certificação que foi agora outorgada pelo Governo, assegura que reúne todas as condições de qualidade para os peregrinos.
O Governo publicou esta quarta feira, 19 de julho, em Diário da República, a certificação do Caminho Português de Santiago Central – Região Centro, proposta pela Turismo Centro de Portugal e pelos municípios abrangidos.
O itinerário certificado tem 191,6Km e atravessa 12 municípios da região, nomeadamente, Vila Nova da Barquinha, Tomar, Ferreira do Zêzere, Alvaiázere, Ansião, Penela, Condeixa-a-Nova, Coimbra, Mealhada, Anadia, Águeda e Albergaria-a-Velha, continuando depois para norte, até terminar em Santiago de Compostela.
Para um itinerário ser certificado, tem de obedecer a um conjunto de requisitos, nomeadamente a fundamentação do uso consistente do itinerário de peregrinação, comprovado por fontes históricas, vestígios materiais ou tradição documentalmente registada. Outros critérios exigíveis são a disponibilização de equipamentos de apoio aos peregrinos, incluindo locais para dormir, locais para preparar ou servir refeições e tomar banho, desejavelmente a cada 20 quilómetros, bem como pontos de descanso com sombra, dotados de água potável, desejavelmente a cada 10 quilómetros.
“A fundamentação do itinerário parte da identificação da rede viária romana e medieval, bem apoiada em estudos históricos credíveis e vestígios arqueológicos, com indicação detalhada das fontes”, lê-se na portaria assinada pelos secretários de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, e da Cultura, hoje publicada em Diário da República (DR).
De acordo com o parecer da Comissão de Certificação do Caminho de Santiago, o itinerário do Caminho Português de Santiago Central – Região Centro apresenta condições de segurança, transitabilidade, equipamentos de apoio e informação adequados aos peregrinos.
Do traçado do Caminho Português de Santiago Central agora aprovado fazem parte quatro troços “de elevado valor patrimonial”, localizados entre Atalaia e Asseiceira (Vila Nova da Barquinha), Casal do Pote/Casal das Bernardas e Tomar, Rabaçal e Conímbriga (Penela e Condeixa-a-Nova) e o circuito urbano de Coimbra.
“O itinerário é também apoiado na conhecida carta militar viária de 1808, representação cartográfica relevante, quer pelo rigor técnico, quer porque, ao anteceder os grandes desenvolvimentos infraestruturais que marcaram a 2.ª metade do século XIX, representa uma rede viária ainda muito baseada nos traçados medievais”.
“Cada vez mais peregrinos utilizam o Caminho Português de Santiago, que foi o segundo mais usado no último Jubileu. Esse aumento é notório nos itinerários que atravessam o Centro de Portugal: entre 2011 e 2019, duplicou o número de pessoas que fazem o Caminho Central, que passaram de 183 mil para cerca de 350 mil. É um caminho para todos, uma vez que 40% das pessoas que fazem o Caminho de Santiago têm motivação religiosa e 49% têm motivação cultural ou outra. A certificação agora publicada em Diário da República é o reconhecimento oficial de que esta rota reúne todas as condições para ser realizada com qualidade pelos peregrinos”, salienta Pedro Machado.
“Estes Caminhos têm duas vias, ascendente e descendente. Queremos que, a longo prazo, cada vez mais peregrinos façam o percurso inverso, descendo da Galiza até ao Centro de Portugal, o que permitirá reforçar ainda mais as estreitas ligações entre esta região e o mercado turístico espanhol”, acrescenta.