“Gosto sempre de ser desafiada” confessa Sandra Nunes vencedora do prémio Xénios para ‘Melhor Diretor de F&B’
Primeiro foi o turismo que a conquistou mas logo a seguir veio a hotelaria e foi pelo seu trabalho numa unidade hoteleira, o Évora Hotel onde dirige a área de comidas e bebidas, que Sandra Nunes venceu o Prémio Xénios 2024 – Excelência na Hotelaria, da ADHP, na categoria de ‘Melhor Diretor de F&B’ – um prémio que faz questão de agradecer à sua equipa.
Como é que a Sandra Nunes veio para o turismo?
Eu vim mesmo para o turismo, a área de hotelaria veio a seguir. Fiz a licenciatura em turismo, depois fiz o meu estágio num hotel e foi aí que tive o meu primeiro contacto com uma unidade hoteleira. Comecei a gostar e logo a seguir senti a necessidade de ingressar de novo no ensino superior para fazer um mestrado, ganhar novas ferramentas e poder direcionar-me mais para a gestão hoteleira.
O que é que a fez concorrer a este prémio?
Não fui eu que concorri, fui proposta para o prémio e obviamente que me sinto lisonjeada com este prémio e penso que é de louvar termos este tipo de iniciativas até para reconhecimento e motivação dentro do setor.
Quando soube que era candidata, o que é que pensou?
Não pensei que tivesse possibilidade de chegar a uma final mas a ter acontecido, neste momento sinto um grande reconhecimento pelo meu trabalho, que já faço há algum tempo e revejo-me na importância destes prémios no setor da hotelaria.
Quando diz que não pensou poder chegar à final, isso tem a ver com o facto de estar num hotel que não pertence a um grande grupo?
Primeiro por ser um hotel de marca única, depois por estarmos em Évora que é uma cidade de pequena-média dimensão e também pelo facto de na lista figurar um leque de excelentes profissionais que trabalham em marcas já implementadas e reconhecidas.
Essa foi uma das características dos prémios este ano em que houve vencedores de hotéis mais pequenos que não pertencem a grupos. Isso é motivador para quem está fora dos grandes grupos?
É verdade e eu noto que o facto de estarmos fora dos grandes grupos dá-nos uma maior responsabilidade em termos de objetivos. Claro que há sempre os objetivos da nossa administração mas somos um bocadinho livres de fazer e de conseguirmos atingir os objetivos da nossa maneira.
A sua função é particularmente exigente porque uma das vertentes pelas quais o hotel onde trabalha quer ser reconhecido é pela sua gastronomia?
Pela gastronomia alentejana e isso é uma grande responsabilidade, primeiro porque temos que conhecer a gastronomia alentejana e como eu sou da Beira esse foi logo o primeiro desafio, depois porque há que elevar e manter o Évora Hotel na sua essência em termos daquilo que é a defesa da gastronomia alentejana e da sua autenticidade, mas acho que estamos todos a fazer um bom percurso, estamos a atingir o nosso objetivo.
“Gostaria imenso de experimentar uma gestão numa cadeia hoteleira, o que seria um desafio. Comecei por unidades de pequena dimensão, o Évora Hotel foi a unidade mais desafiadora em termos de dimensão”
Está há quantos anos está no Évora Hotel?
Há dois anos e meio. Antes trabalhei no Grupo Delta, na vertente da unidade hoteleira que a Delta tem.
Estabilizou-se no Évora Hotel?
Eu gosto sempre de ser desafiada, mas para já está a ser uma agradável experiência, estou a gostar imenso da cidade em si e do projeto.
Mas perspectiva dar outro “salto”?
Sim, gostaria imenso de experimentar uma gestão numa cadeia hoteleira, o que seria um desafio. Comecei por unidades de pequena dimensão, o Évora Hotel foi a unidade mais desafiadora em termos de dimensão já que tem 170 quartos, pelo que temos uma produção muito grande ao nível de F&B e o próximo desafio que eu vejo para mim é o de integrar uma cadeia hoteleira de grande dimensão.
Quando regressar ao hotel, com o prémio na mão, o que é que vai dizer aos seus colegas?
Eu vou agradecer-lhes porque este prémio é um produto da interação, da dinâmica que tenho tido com as minhas equipas e este prémio é muito fruto do trabalho que tenho feito com eles e eles comigo.
Tem um diretor-geral com muita experiência…
De facto e é uma pessoa com quem tenho aprendido imenso, e espero continuar a aprender. É uma pessoa com um know-how enorme, que veio das Pousadas de Portugal, o que já por si é uma escola, e todos os dias aprendo muito com o senhor Miguel Breyner.
Quando é que aderiu à ADHP?
Também é uma experiência recente, foi há cerca de um ano. Vejo a associação como uma entidade que tem o objetivo de promover e ajudar os diretores de hotéis, conhecem muito bem a realidade e acho que é fundamental que nós, que estamos neste setor, possamos estar todos agregados e criemos sinergias, e a Associação consegue fazer isso muito bem.
Este foi, portanto, o seu primeiro congresso da ADHP?
Eu estive neste congresso durante a pandemia, em 2020 e voltei agora.
O que é que achou do congresso?
Acho que é sempre muito gratificante, muito transversal a nível de conteúdos e esta troca de experiências e esta dinâmica são muito importantes. Aliás, todos os colegas com quem tenho falado são unânimes e todos dizemos que para o ano cá estaremos de novo, porque nos ajuda a desenvolver novas ideias e sinergias.
O networking que conseguimos fazer acaba por ser um pouco um congresso paralelo e isso é importante porque conhecemos novos colegas, partilhamos experiências e é gratificante.