Ganhos do turismo estão 20% abaixo de 2020 com preços 5% acima
Os dados, referentes a Fevereiro deste ano e divulgados esta quinta-feira pelo INE, indicam, no entanto, que os preços estão 5% mais elevados do que no mesmo mês de 2020, o último antes da pandemia.
Desde Janeiro deste ano, a comparação que o INE faz é com o ano de 2020, uma vez que os meses de Janeiro e Fevereiro daquele ano foram os últimos antes da pandemia e dizia-se, na altura, que tinham sido dois meses ímpares, dados os bons resultados.
Daí que, pelos dados tornados agora públicos pelo INE, a recuperação do alojamento turístico esteja a ser agradável, embora ainda não esteja ao nível daqueles meses, tanto em ocupação como em proveitos.
Segundo os dados do INE, os proveitos dos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 153,7 milhões de euros no total, dos quais 111,0 milhões de euros relativamente a aposento. Comparando com fevereiro de 2020, os proveitos totais decresceram 20,9% e os relativos a aposento diminuíram 19,5%.
Quando contabilizados os dois primeiros meses do ano, há registo de um crescimento homólogo de 408,5% ao nível das receitas totais e 393,2% relativos a aposento, mas não se deve esquecer que nos dois primeiros meses de 2021, Portugal estava confinado – os portugueses estavam em casa e os estrangeiros praticamente impedidos de entrar, dadas as medidas de contingência então impostas.
Face a essa situação, a comparação deve mesmo ser feita com o mês de Fevereiro de 2020 e, nesse caso, os resultados do segundo mês deste ano ficam quase 30% aquém, tanto nos proveitos totais (concretamente -29,4%) como nos proveitos de aposento (-28,6%).
Importante indicador para a atividade do alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 24,3€ em fevereiro (15,6€ em janeiro), valor que ainda mostra um recuo de -15% face a Fevereiro de 2020. Já o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 68,3€ em fevereiro (66,6 euros em janeiro), o que representa um aumento de 5,3% face a Fevereiro de 2020. De forma simplista, o que isto significa é que o preço das estadias nos estabelecimentos de alojamento turístico está hoje mais caro do que em 2020.
Numa análise mais fina, que atente nas regiões turísticas do país, o que se verifica, através dos dados do INE, é que a Área Metropolitana de Lisboa concentrou 32,4% dos proveitos totais e 34,4% dos relativos a aposento em fevereiro, seguindo-se o Norte (18,2% e 18,6%, respetivamente) e o Algarve (17,5% e 16,1%, pela mesma ordem).
Recorde-se que, como o INE já tinha apostado nas estimativas rápidas, o setor do alojamento turístico registou, em Fevereiro deste ano, 1,2 milhões de hóspedes e 2,9 milhões de dormidas, números que, face a igual mês de 2020, refletem reduções de 21,2% nos hóspedes e 23,1% nas dormidas.
No mês em análise, o mercado interno contribuiu com 1,2 milhões de dormidas e os mercados externos totalizaram 1,8 milhões. Face a fevereiro de 2020, registaram-se diminuições quer nas dormidas de residentes (-11,1%), quer nas de não residentes (-29,2%), o que, ainda assim, mostra uma boa recuperação por parte dos mercados externos que, ao contrário do turismo interno, tem estado mais “parado”.