Gâmbia e Maurícias são as novidades: Constantino Pinto falou com o Turisver sobre a programação dos operadores da Ávoris
Os dois novos destinos que serão programadas pela Travelplan no verão de 2025, serviram de ponto de partida à conversa do Turisver com Constantino Pinto, diretor comercial do grupo Ávoris em Portugal, em que se abordou também a programação de outros operadores do grupo, nomeadamente, a Jolidey e a Catai, entre outros temas.
Vamos começar esta conversa pelas novidades para 2025, e a principal será as Maurícias, programadas pela Travelplan. Pode falar-me desta nova operação?
É conhecida a necessidade e o desejo da criação de novos destinos, por parte dos clientes e das agências de viagens. Em Portugal, as Maurícias não é um novo destino mas uma operação direta para o destino Maurícias, é. Falo nisto porque a procura que houve ao longo destes anos tem sido significativa, nós, em Portugal, fomos sempre responsáveis por vender cerca de 10% da nossa operação charter para as Maurícias à partida Espanha.
Isto significa que há uma apetência do cliente português para ir às Maurícias. Então, o que nós pensámos foi que se colocássemos o produto no mercado e se facilitássemos o acesso ao produto iriamos conseguir uma maior adesão. Fizemos uma tentativa o ano passado, que não começou bem porque andávamos com a ideia de fazer um voo via Barcelona, e este ano decidimos, finalmente, fazer uma operação mais curta, mas uma operação direta, a partir de Lisboa, para as Maurícias.
É uma novidade e é preciso ter coragem, porque é um destino que não é propriamente barato: são muitas horas de voo, estamos a falar de cerca de 12 horas de voo, e por isso não pode ser barato. Por outro lado, o avião não pode ir com a lotação completa, por razões de segurança, o que encarece um pouco mais. Depois, o destino em si não é caro, mas também não é barato. Os hotéis bons são hotéis que têm um preço arrojado.
Estamos a falar de um destino que não se pode comparar com as Caraíbas, porque têm características completamente diferentes. Naturalmente, será um destino mais caro mas também menos massificado que as Caraíbas, e é uma porta que se abre para novas latitudes, a partir de Portugal, e que para nós é apenas o começo, no futuro.
Vão fazer a operação como A330 neo?
Sim, com o A330neo.O nosso desejo é fazê-lo com os dois aviões que temos em Portugal, com o que tem a cabine dupla, para proporcionar ao cliente o serviço de executiva, mas não temos a certeza se conseguiremos ter o avião a temporada toda, portanto, ou faremos nesse ou no A330neo Full Economy, que não tem executiva, mas também é muito confortável.
Essa operação também tem uma particularidade, quando comparamos com outros destinos charter que vocês fazem, por exemplo, para o Caribe, é que nas Maurícias há muitos hotéis onde se podem ter regimes que não apenas o tudo incluído?
Sim, o conceito não é o mesmo. Há tudo incluído, mas depois há meia-pensão, pensão completa, porque há sempre quem prefira, por exemplo, a meia pensão para ter alguma liberdade para experimentar a gastronomia regional, ir a restaurantes da zona. Depois há uma série de serviços adicionais que podem ser adquiridos, como as excursões, os passeios, todas as atividades que se conseguem fazer na ilha.
É importante referir que não é um destino de calor, na altura em que nós operamos terá um clima muito parecido com o nosso, com temperaturas entre os 25 e os 30 graus e à noite pode inclusivamente baixar um bocadinho dos 20 graus. Agora, a paisagem, a qualidade das praias e a qualidade dos hotéis, na sua generalidade, é de facto garantia de que vai ser um sucesso.
“Programamos a Gâmbia à partida do Porto, e com todo o respeito que nos merece o mercado do norte, aliás cada vez estamos a investir mais nele, também gostaríamos de fazer uma operação à partida de Lisboa, mas não conseguimos devido à questão dos slots e do aeroporto, como é sobejamente conhecido”
Outra novidade da Travelplan é a Gâmbia, que vai ser à partida do Porto?
Programamos a Gâmbia á partida do Porto, e com todo o respeito que nos merece o mercado do norte, aliás cada vez estamos a investir mais nele, também gostaríamos de fazer uma operação à partida de Lisboa, mas não conseguimos devido à questão dos slots e do aeroporto, como é sobejamente conhecido.
No que diz respeito à Gâmbia, é uma incursão que estamos a fazer naquela latitude. De Espanha em voos charter já tivemos o Senegal, temos o Cabo Verde, que de Portugal também temos com Nortravel, mas com a Travelplan queríamos começar a fazer uma incursão neste tipo de destinos, onde as pessoas não têm necessariamente de ficar fechadas num hotel para ir à praia, onde as características dos hotéis são diferentes, normalmente são mais pequenos mas bastante bons e que permitem que o cliente esteja seguro no hotel e se sinta seguro no destino.
Depois, é um país com uma cultura muito bem definida e a paisagem anda ali entre o Senegal e São Tomé, portanto é uma paisagem luxuriante, muito bonita, verdadeiramente africana, para quem gosta do espírito africano. É um destino que se insere insere-se na nossa estratégia de criar e de lançar novos destinos. Vamos fazer e vamos ver o que é que dá, mas é nossa intenção consolidar também este destino.
O avião que vão utilizar nesta operação é mais pequeno?
O avião é mais pequeno, é o mesmo avião que faz as Baleares, as Canárias, a Tunísia, é o Boeing 737-800 da Enter Air.
Continuando com a Travelplan, todo o resto da programação é à partida do Porto?
Praticamente tudo. Temos as Ilhas Espanholas à partida de Lisboa, temos apenas um charter à partida de Lisboa para Palma e tudo o resto é feito com a TAP: Menorca, Maiorca e ilhas Canárias, e é um produto que nos dá todas as garantias, obviamente. Atendendo à limitação que existe com o aeroporto, apoiamo-nos muito na TAP e temos muito gosto em fazê-lo, como é lógico. Aliás, já o estamos a fazer agora no inverno IATA em que a nossa programação para o México é feita com a TAP à partida de Lisboa.
Vendas em Portugal para embarque em Espanha continuam a ter muita procura
Em relação à Travelplan não há mais nenhum charter? O Uzbequistão…
O Uzbequistão é à partida de Madrid. Temos três voos que são operados com os nossos aviões, são destinos que obrigam à utilização dos aviões grandes: Temos Orlando, à partida de Madrid, que estamos a promover muito em Portugal, é um produto excelente que permite a combinação dos parques e de vários circuitos na zona, e temos Bangkok, na Tailândia, que também estamos a promover aqui, com o voo direto de Madrid. Vamos começar na primavera uma segunda frequência, já é permitido fazer combinações completamente diferentes e misturar circuito e praia no mesmo itinerário, porque já é permitido fazer estadias para além da semana.
Depois temos o Uzbequistão, que tem sido um êxito, e que só operamos na primavera e no outono – não se pode operar no verão, nem no pico do inverno, por causa dos extremos da temperatura.
Estamos a lançar, também a partir de Madrid, um voo direto para a Índia, apostando no destino como uma bandeira do futuro. Vamos começar com circuitos e acreditamos que seja também um êxito. Também estamos a promover muito esse produto a partir de Portugal.
No verão há muitos portugueses que compram férias à partida de Madrid?
Há bastantes, temos o exemplo do Cayo Santa María para onde tínhamos uma operação, com voo direto de Lisboa às terças e de Madrid às quartas. Nós enchíamos o voo de Lisboa, e ainda tínhamos em média 40 a 50 passageiros no voo de Madrid. As clientes do norte, e da Beira Interior, nomeadamente a Beira Alta, deslocam-se com mais facilidade a Madrid do que a Lisboa e, de facto, nós temos mais opções a partir de Madrid, portanto, quando o dia de partida de Lisboa não dá jeito, as pessoas vão a Madrid. Aliás, agora o que estamos a vender é praticamente tudo via Madrid, exceto Cancun que é com a TAP à partida de Lisboa. De resto, a programação de Madrid é muito suportada também pelo mercado nacional.
“Há um novo destino a abrir na República Dominicana que é Miches, mas é um destino que é operado pelo aeroporto de Ponta Cana na mesma. É uma zona nova que estão a desenvolver, tem uma hotelaria espetacular, a praia é fabulosa, e estamos a apostar muito nisso, com o apoio das cadeias hoteleiras e do Turismo da República Dominicana”
Quanto à Jolidey, não há novidades?
Não propriamente. Há um novo destino a abrir na República Dominicana que é Miches, mas é um destino que é operado pelo aeroporto de Ponta Cana na mesma. É uma zona nova que estão a desenvolver, tem uma hotelaria espetacular, a praia é fabulosa, e estamos a apostar muito nisso, com o apoio das cadeias hoteleiras e do Turismo da República Dominicana.
Depois, novidades não há, mantemos o La Romana, que como é sabido foi um lançamento nosso apesar de agora já não estarmos sozinhos. O voo é para o Aeroporto de La Romana, que é ideal para servir Bayahibe, embora possa servir Cape Cana ou Ponta Cana
Os hotéis da zona de Bayahibe são muito bons, a praia é boa, está protegida do sargaço, porque já está na zona do Mar das Caraíbas.
Depois, quase triplicamos as partidas para o Cayo Santa María em Cuba, vamos começar a 8 de abril, com saídas às terças-feiras, e acreditamos muito que possa ser um destino de continuidade com muita procura, até porque a qualidade e a proteção que há em relação aos problemas tradicionais de Cuba é muito maior. Ali não se notam tanto algumas das dificuldades que Cuba tem.
Depois é manter o Cancun, a República Dominicana, como sempre, e Cuba, com a operação de Varadero e de Cayo Santa María. A operação para Varadero também vai começar um mês mais cedo.
O voo para o aeroporto de Santa Clara possibilita combinados com o Cayo de Santa María e Trinidad, vão continuar a oferecer esse produto ao mercado?
Outra das novidades é que deveremos conseguir antecipar um bocadinho a hora de saída do voo para Santa Clara. O voo deverá que ser, pelo menos, uma hora mais cedo para permitir que os clientes cheguem aos hotéis tranquilamente, antes da hora do jantar. São aqueles acertos que vamos sempre tentando fazer com foco na melhoria da qualidade de serviço que prestamos ao cliente.
Quanto aos combinados, funcionaram relativamente bem, apesar das pessoas terem um bocadinho de receio. Entretanto, quem fez ficou tão satisfeito que acabou por começar a passar a palavra e para 2025 vamos fazer uma aposta muito forte num combinado muito simples, que é irmos diretos a Trinidad, depois Cienfuegos e terminar no Cayo Santa María, passando, obviamente, por Santa Clara, onde está o mausoléu do Che Guevara. É um produto que aconselhamos vivamente. Trinidad é uma joia, o hotel onde baseamos a nossa operação, o Meliá, é fabuloso, tem uma central de compras para fazer importação direta de produtos, portanto, os problemas de falta de comida ali não existem, pelo que estão reunidas as condições para que o Cayo Santa María volte a ser um êxito e o combinado com Trinidad seja ainda melhor do que foi este ano.
“Em Lisboa temos voos da Lufthansa, da Emirates, da Turkish e da Qatar Airways, e por isso passamos a ter um produto muito mais amigável, com muito mais qualidade e mais cómodo para o cliente.
No caso da Catai, qual é o vosso posicionamento?
Estamos a fazer uma aposta forte, estamos a adaptar o produto a Portugal, com partidas de Lisboa em voos regulares – a programação da Catai é toda em linha regular-, mas com ligações naturais. Tínhamos programação em que as ligações não faziam muito sentido para o mercado português e agora alteramos essa situação. Nós, em Lisboa temos voos da Lufthansa, da Emirates, da Turkish e da Qatar Airways, e por isso passamos a ter um produto muito mais amigável, com muito mais qualidade e mais cómodo para o cliente.
Em termos da Nortravel, não posso deixar de destacar o grande esforço que está a fazer para diversificar o seu produto, voltar à panóplia de produto que tinha no passado, feito com voos regulares, ao bom estilo da Nortravel.
É um produto de extrema qualidade, que já está a venda, todo ele, e que felizmente está a encontrar uma excelente aceitação no mercado. Portanto, é importante que haja uma aposta no produto da Nortravel porque continua a ser a nossa bandeira em Portugal. É uma equipa de excelentes profissionais e o produto, desde os Açores, Madeira, aos circuitos europeus, às grandes viagens, temos aqui uma qualidade incomparável, muito à medida dos portugueses.
Em termos de operações chater aumentam significativamente o número de lugares em relação ao ano passado?
Sim, no caso do médio curso aumentamos cerca de 10% e no longo curso vamos quase para os 25%, devido à antecipação das operações. É uma aposta grande porque confiamos no mercado, sabemos que o mercado confia em nós e a nossa aposta é só esta, é que os agentes de viagens estejam contentes, estejam satisfeitos por trabalhar connosco porque lhe damos ferramentas para eles chegarem ao cliente final.