Francisco Calheiros: “Portugal precisa urgentemente de uma rede ferroviária moderna, rápida, eficiente e cómoda”
Na sessão de abertura do ‘Vê Portugal’ que decorre em Anadia, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal enalteceu a importância do turismo interno, falou dos custos que o atraso na resolução do aeroporto de Lisboa acarreta para o turismo, nomeadamente para regiões como o Centro e o Alentejo, e defendeu a aposta na ferrovia.
Na sua intervenção, Francisco Calheiros começou por sublinhar que “o turismo interno representa, nos dias de hoje, cerca de 30% dos nossos turistas”, razão pela qual “não pode ser esquecido”, devendo antes “ser valorizado, incentivado e colocado no centro da estratégia nacional”. Destacou, também, que “o turismo interno é um instrumento poderoso para gerar emprego, impulsionar pequenas e médias empresas, promover a coesão territorial e combater as disparidades regionais”.
Sobre a 11ª edição do ‘Vê Portugal’ assinalou que o seu mote “O Turismo Interno na Estratégia Turismo 2035”, é “particularmente relevante numa altura em que se delineiam os caminhos do futuro para o nosso setor”, sublinhando, também, que “ano após ano, este fórum tem vindo a consolidar as bases de uma reflexão estruturada sobre o Turismo Interno, através do diálogo entre os intervenientes do setor”.
Recordou depois que, no fórum de turismo interno do ano passado tinha começado a sua intervenção “com uma nota de esperança” pelo facto de existir já uma decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa. Um ano depois, no entanto, a situação é praticamente a mesma, “sem avanços significativos” temendo o presidente da CTP que “a espera se prolongue”, com custos inevitáveis para o setor.
“O aeroporto revela evidentes sinais de saturação, que se agravaram com a entrada em vigor do novo sistema de controlo de fronteiras. Filas de três e quatro horas de espera tem sido a realidade para quem nos visita. E esta realidade afeta gravemente a experiência dos turistas e compromete a imagem de um país que quer afirmar-se como um destino competitivo, moderno e eficiente”, afirmou.
Francisco Calheiros relacionou o aeroporto ao desenvolvimento turístico regional, assumindo que “mais do que aumentar a capacidade de entrada de turistas, o aeroporto é essencial para melhorar a ligação e o acesso a regiões estratégicas como o Centro e o Alentejo” porque com um novo aeroporto “potenciamos a circulação e o desenvolvimento turístico por todo o país, o que se traduz num impacto positivo e equilibrado para o Turismo Interno”.
Como “o turismo não pode parar”, o presidente da CTP defende que se continue a “trabalhar com as infraestruturas que existem e otimizá-las” mas também que se aposte na ferrovia: “Portugal precisa urgentemente de uma rede ferroviária moderna, rápida, eficiente e cómoda. Não apenas para ligar Lisboa ao Porto ou a Madrid, mas para encurtar distâncias dentro do nosso próprio território”, frisou.


