Francisco Calheiros não esquece promessa sobre o aeroporto e exige “que se cumpra a palavra dada”
Na abertura do Congresso da ADHP que decorre em Aveiro, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal agradeceu a resiliência dos diretores de hotéis perante os desafios da sua atividade, enumerou as medidas que considera prioritárias para o sector e exigiu que a primeira a ser tomada pelo novo Governo seja a decisão sobre o novo aeroporto.
Na sua intervenção, Francisco Calheiros quis dirigir-se especificamente aos diretores de hotéis, para lhes agradecer o seu “trabalho” e a sua “resiliência” por continuarem a enfrentar os mais variados desafios que são colocados à sua atividade enquanto gestores, como “os custos de contexto; a falta de mão de obra; a digitalização; a carga fiscal; a sustentabilidade e a mobilidade”.
Afirmando que “mesmo perante tudo isto” os diretores de hotéis “continuam a dar provas da sua competência, tendo sempre o Turista como o seu principal foco”, o presidente da CTP deixou claro que isso não basta e que “para uma melhor performance dos hotéis em particular e do turismo em geral, é necessário que sejam tomadas medidas estruturais, a começar pela mobilidade”.
Estava dado o mote para um dos temas que é mais caro ao presidente da CTP: a questão do aeroporto de Lisboa. “Continuamos à espera de um novo aeroporto e já não é possível esperar mais”, afirmou, considerando que tanto o turismo como o país exigem que a solução deste problema “seja uma prioridade absoluta do novo Governo” até porque se trata de “uma decisão política”, ou seja, “exclusiva do Governo”.
Com a entrega do relatório final da Comissão Técnica Independente chegou a agora o “tempo de decidir”, afirmou, deixando claro que não esquece as promessas que foram feitas pelos dois candidatos a primeiro-ministro, nos almoços organizados pela CTP antes das eleições.
“As promessas foram feitas e não nos esquecemos”, disse, recordando que “os dois principais candidatos a 1º Ministro, prometeram, antes das eleições, em almoços com a CTP, que a decisão sobre o novo aeroporto era uma prioridade governativa e que seria a primeira decisão a tomar. Assim sendo, “que se cumpra a palavra dada”, exigiu.
Francisco Calheiros manifestou-se “preocupado com a governabilidade do país” que, tal como o turismo, “precisam de estabilidade política para que sejam tomadas várias medidas necessárias ao desenvolvimento da nossa atividade”. E aproveitou mesmo para citar a lista de prioridades da Confederação: novo aeroporto; decisão sobre a TAP; investimento na ferrovia; apoios à consolidação e internacionalização das empresas; reforça fiscal para as empresas e “um Ministério para o Turismo ou no mínimo uma Secretaria de Estado exclusivamente para o Turismo”.
Considerando que “os hotéis são um bom exemplo de como muitas destas medidas são tão necessárias”, o presidente da CTP sublinhou que “o futuro do turismo e da hotelaria depende de muitas destas decisões políticas”, além de necessitar também de inovação tecnológica, de responder às mudanças nas preferências dos consumidores, bem como às preocupações com a sustentabilidade e segurança.