Fernando Ribeiro: “O agente de viagens quando conhece o produto, vende com muito mais credibilidade e muito mais segurança”
A Agência Ribeiro Travel existe com esta nome há 8 anos, no centro do Porto. A trabalhar essencialmente com grupos, dedica-se também ao segmento do lazer e do corporate. O Turisver falou com Fernando Ribeiro, o seu proprietário, para saber as suas impressões sobre a famtrip a Cuba, recentemente realizada pela Solférias.
Como é que a Ribeiro Travel tenta diferenciar-se de outras agências numa cidade como o Porto?
Diferenciamo-nos das demais porque temos programação própria, muito direcionada para uma faixa etária mais avançada, mas que de facto funciona muito bem e nos alavanca para outros negócios. O passa a palavra é muito importante.
Já tinha estado em Cuba?
Eu já estive em Cuba várias vezes, a última penso que foi há uns 5 ou 6 anos, mas normalmente faço o combinado Havana-Varadero, ou só Varadero, acompanhando grupos.
(…) em Trinidad penso que seja importante as pessoas fazerem um combinado pelo menos de duas noites e depois mais cinco no Cayo Santa Maria
Então nunca tinha estado em Trinidad nem no Cayo Santa Maria? Pensa que estes destinos poderão atrair o mercado português?
Penso que sim, são destinos com pernas para andar, sendo bem trabalhados. Relativamente a Trinidad penso que seria importante os turistas fazerem um combinado de pelo menos duas noites e depois mais cinco no Cayo Santa Maria. O Cayo é muito bonito e um pouco diferente de Varadero, portanto mesmo para quem já conhece Varadero, penso que poderá voltar a Cuba e fazer o Cayo Santa Maria e Trinidad, até porque normalmente quem vai a Varadero combina com Havana e não vai a Trinidad dado a distância.
Dos muitos hotéis que visitámos, quais é que lhe agradaram mais e que se coadunam com o seu tipo de clientes?
Para mim, a cadeia Meliã está bem implantada e tem bons hotéis. As praias podem, no entanto, não ser tão atrativas. Por exemplo, no Cayo Santa Maria, a cadeia Iberostar foi uma deceção para mim. O Iberostar Selection Ensenachos está muito abaixo dos hotéis do grupo, não quer dizer que não venha a recuperar, mas precisa de uma grande remodelação.
(…) devemos preparar os clientes para esta viagem a Cuba e não podemos comparar um “Tudo Incluído” aqui, a outros destinos (…)
E quanto à comida apresentada nas unidades hoteleiras? Qual é a sua opinião?
Nunca faltou comida, pode não haver é grande variedade, mas também depende muito de hotel para hotel. O que vimos é que há cadeias hoteleiras que se apetrecham melhor em relação aos alimentos do que outras. Agora devemos preparar os clientes para esta viagem a Cuba e não podemos comparar um “Tudo Incluído” aqui, a outros destinos como México ou República Dominicana. Penso que o destino Cuba não se pode vender pela gastronomia, mas sim pelas suas praias e sol.
Voltemos à sua agência. Como estão a correr as vendas este ano?
Estão a correr bem e melhor do que em 2023. Já temos muita oferta de verão vendida, mas ainda há muito para vender, assim haja produto. Já vendemos Brasil, Madeira e claro, também temos a nossa programação, mas essa é mais em Portugal.
Há algum destino que se destaque pela procura?
Penso que Zanzibar está na moda. Não é um produto barato, mas é um produto que se está a vender muito bem. Também se continua a vender Senegal, que de facto tem batido recordes, desde que apareceu no mercado em charter. Tirando isso, continua a vender-se Atlântico Sul, América Central, Caraíbas e também Palma de Maiorca que tem crescido muito.
Esta famtrip a Cuba foi um prémio que a Solférias deu aos agentes de viagens que mais venderam o destino na campanha “Vender = Receber”. Acha que este tipo de incentivos é importante?
Sim, acho que sim, são sempre. O agente de viagens quando conhece o produto, vende com muito mais credibilidade e muito mais segurança. Penso que talvez o excesso de visitas aos hotéis nestas viagens não seja a forma ideal de se fazer. Pecam por excesso, porque vamos chegar ao fim da viagem e vamos baralhar as características de uns e de outros, apesar de no final do dia tirarmos as nossas notas e ilações.