Fernando Bandrés dá a conhecer aos agentes de viagens a oferta turística da Guiné-Bissau um destino da Sonhando
A Sonhando realizou esta semana um webinar sobre a Guiné Bissau e o arquipélago dos Bijagós, destino para onde a Sonhando tem oferta no mercado já há vários anos. O Turisver esteve a assistir a este webinar e transmite agora aos agentes de viagens que não o puderam fazer, as informações que ali foram dadas.
“Um destino bem interessante” foi como Fernando Bandrés, diretor comercial da Sonhando classificou a Guiné-Bissau. Afirmando que “não temos no nosso mercado muitos operadores que trabalhem este destino”, Fernando Bandrés sublinhou que “nós, na Sonhando, já programamos o destino há alguns aninhos, e estamos confiantes em que este destino aos poucos vai tornar-se imprescindível para a programação turística no mercado português”.
Situada na África Ocidental e fazendo fronteira com o Senegal ao norte, com a Guiné Conacri e com o oceano Atlântico, à Guiné-Bissau pode chegar-se, indo de Portugal, em voos da euroAtlantic que opera às quartas-feiras com um avião Boing 767,e em voos da TAP que tem três frequências semanais e opera normalmente com o Airbus A- 321.Em qualquer dos casos, o tempo de voo é de, aproximadamente, quatro horas.
Quanto às franquias de bagagem também existe alguma diferença: na TAP pode levar-se uma mala de porão até 30Kg, enquanto na euroAtlantic podem ser levadas duas malas com o peso até 36Kg,cada uma. Em ambos os casos, a viagem dura cerca de quatro horas, o que é “bastante razoável em termos de tempo a bordo”.
A Guiné-Bissau tem uma superfície de 36.000 Km2, com o país a ser cerca de duas vezes e meia mais pequeno do que Portugal. Com perto de dois milhões de habitantes, quase meio milhão a habitar na capital, Bissau, o país tem uma composição multiétnica.
O território é essencialmente plano, ficando o ponto mais elevado do país 300 metros acima do nível do mar. Segundo explicou Fernando Bandrés, trata-se de um território onde a água tem um impacto muito grande, apresentando grandes áreas pantanosas em especial junto à costa, e também bastantes rios que atravessam o país.
Passando para as informações necessárias a quem vai visitar o país, o diretor comercial da Sonhando começou por dizer que para viajar para a Guiné-Bissau, os turistas portugueses necessitam de visto, o qual se obtém na embaixada da Guiné Bissau em Lisboa. “O formulário para pedir o visto é muito simples: para além dos nossos dados pessoais e morada, questiona sobre o motivo e a duração da viagem, solicita duas fotografias e a cópia do passaporte”, explicou.
Quanto a custos, o visto tem o valor de 60€, pelavia normal, e 70€ se for de urgência, sendo que também pode ser obtido à chegada, custando neste caso 85€.
“Quando o cliente contrata o seu pacote com a Sonhando, a consulta do viajante, sendo em teleconsulta, é grátis, bastando para isso ao cliente ativar o seu seguro”
Relativamente à Covid não são precisos testes nem certificados de vacinação, mas a vacina contra a febre amarela é obrigatória para todos os viajantes com idades superiores a um ano, sendo que há também outras vacinas que são recomendadas mas não são obrigatórias, caso da hepatite A e B, tétano, difteria e sarampo.
A propósito, o responsável sublinhou que “quando o cliente contrata o seu pacote com a Sonhando, a consulta do viajante, sendo em teleconsulta, é grátis, bastando para isso ao cliente ativar o seu seguro”.
Sobre os cuidados da saúde básicos para quem viaja para um destino africano como é o caso, para além da higiene pessoal há que ter alguma precaução com a ingestão de água – esta deve ser sempre engarrafada -, ter repelente sempre à mão para se proteger dos mosquitos, em especial no período da época das chuvas, e ter muito cuidado com as bebidas que se tomam, em especial as que levam gelo. Imprescindível é também levar um bom seguro de saúde.
Ainda ao nível da saúde, o responsável fez notar que, como acontece em muitos países africanos, e não só, “as infraestruturas hospitalares são muito limitadas e há muitos medicamentos que não existem,”. Daí que tenha recomendado que cada viajante leve consigo a medicação que faz regularmente, levando reforços da mesma. Alertou ainda que toda a medicação deve ser lavada na cabine e nunca na mala de porão. Além disso, o viajante deve também levar sempre consigo “uma pequena farmácia de viagem para evitar situações delicadas, caso exista algum desvio da bagagem”.
A Guiné Bissau é um país seguro mas há que respeitar os costumes locais
Localizada no mesmo fuso horário de Portugal continental, em princípio não haveria diferença horária mas como a Guiné-Bissau não observa o horário de verão, apenas no período do inverno português os dois países têm a mesma hora.
Calçado confortável é o mais indicado para visitar o país, sendo que para quem quer fazer caminhadas o ideal são botas de treking.
Outra pergunta que os turistas sempre fazem é se a Guiné-Bissau é um destino seguro?. “Atrever-me-ia a dizer que a resposta é sim”, disse Fernando Bandrés, alertando, no entanto, que os costumes locais devem ser respeitados e que “é necessária certa prudência, especialmente na capital e durante a noite”. Usar roupas modestas e pedir permissão antes de fotografar pessoas, são outras normas que devem sempre ser seguidas.
Quem vai viajar para um destino desconhecido, questiona também sempre se esse destino é caro. No caso da Guiné-Bissau, Fernando Bandrés informou que se trata de “um país acessível para os viajantes”. Ainda assim, disse, “há muitos produtos que são importados e isso pode fazer com que alguns artigos sejam mais caros do que estamos habituados em Portugal”.
A moeda local é o Franco CFA, sendo que actualmente 1€ corresponde a 657,51 Franco CFA. É possível trocar dinheiro nos bancos (em Bissau e nos principais centros urbanos), nas casas de câmbio em Bissau, nos hotéis ou no sistema informal.
Um alerta para quem tem por hábito usar cartões de débito e crédito: no país existem algumas caixas ATM mas, segundo Fernando Bandrés, “o seu funcionamento é incerto”. Por outro lado, a rede de pagamentos por multibanco é muito reduzida, pelo que é aconselhável que o turista avise o seu banco do país para onde vai viajar “para evitar bloqueios inesperados dos cartões por razões de segurança”.
“Passemos à comida, que é algo que sempre preocupa os portugueses. Na Guiné-Bissau a gastronomia é “bastante rica”, de base africana com “muita influência portuguesa” e há muito marisco e peixe assado, a que se juntam alguns pratos tradicionais como a cachupa e muitas frutas tropicais”
A melhor altura para visitar o país é durante a estação seca, entre novembro e maio, quando o clima é ameno e as temperaturas medeiam entre os 25ºC e os 30ºC. Aliás, a Sonhando deixa de programar o destino entre meados de junho e finais de setembro “exatamente por causa das chuvas”.
Já para observar tartarugas marinhas, o melhor período é a época da desova, que vai de março a junho. Para isso, as praias da região do Cacheu, a norte de Bissau, são ideais. E porque se fala de animais, a Guiné-Bissau é rica em fauna e muita pode ser apreciada nos Parques Nacionais de Cantanhez, de Orando e no Arquipélago dos Bijagós.
Em termos de acessibilidades, o país não é muito “friendly”, com as ruas a não estarem preparadas para cadeiras de rodas nem para pessoas que precisem de assistência para se movimentar. Também não há informações em Braille.
Conduzir no país também não é muito fácil já que as estradas apenas são parcialmente alcatroadas e a sua manutenção deixa muito a desejar. Durante a época das chuvas as estradas não alcatroadas tornam-se mesmo “impraticáveis”, alertou o diretor comercial da Sonhando.
Transportes públicos são quase inexistentes, aparte os táxis colectivos (toca-toca) e mesmo os individuais são muitas vezes partilhados. Os preços devem ser combinados com o motorista antes que o turista entre na viatura. Rent-a-car formal também não existe, embora alguns hotéis e particulares forneçam o serviço. Nas estradas, serviço de pronto-socorro organizado é algo que também não existe.
Passemos à comida, que é algo que sempre preocupa os portugueses. Na Guiné-Bissau a gastronomia é “bastante rica”, de base africana com “muita influência portuguesa” e há muito marisco e peixe assado, a que se juntam alguns pratos tradicionais como a cachupa e muitas frutas tropicais.
Sobre “o que fazer”, Fernando Bandrés centrou-se nos Bijagós que é onde está centrada a programação da Sonhando, prevendo, no entanto, pequenas escapadas a Bissau. No entanto também há programas que combinam a parte cultural em Bissau com a parte da natureza nos Bijagós.
Em termos de city tours em Bissau estes incluem visita ao mercado central, o arquipélago de Bolama, a Fortaleza de São José da Amura, datada do séc. XVIII, a praia de Bandim e o palácio presidencial.
Já nos Bijagós há muito para desfrutar, a começar por uma natureza exuberante. Observação da vida selvagem, praias paradisíacas e praticamente desertas, onde podem ser praticados mergulho e snorkeling, visitas a aldeias tradicionais, passeios de barco para ilhas remotas e isoladas, como Orango e Bubaque, desportos aquáticos e ecoturismo responsável, tudo isto está à disposição do turista no arquipélago.
Para alojamento a Sonhando programa, em Bissau, o Coimbra Hotel &Spa, de 3*, o Hotel Ceiba, de 4* e o Bissau Royal Hotel, de 5*. Já nos Bijagós o operador trabalha com Hotel Ecolodge Ponta Anchaca de 4 (um hotel de charme que recolhe a preferência dos portugueses e onde a decoração é muito africana e varia consoante os bangalós), o Hotel de Kéré (bangalós que se integram no meio natural) e o Orango Parque Hotel, na ilha de Orango, “a maior do arquipélago dos Bijagós e a mais virgem”, conforme informou a antropóloga Mariana Ferreira que há 10 anos trabalha com a Fundação Orango, proprietária desta unidade.
O hotel disse a especialista, “está completamente inserido no Parque Nacional de Orango” e a viagem para a ilha, que dura cerca de quatro horas, é feita em embarcações próprias e devidamente certificadas.