Faro arrecadou 1M€ com taxa turística de março a outubro

O concelho de Faro arrecadou este ano, de março a outubro, “perto de um milhão de euros” com a taxa turística, o dobro do que se previa inicialmente, segundo o município.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau afirmou que o valor arrecadado pelo município com a taxa turística, de março a outubro deste ano, é o dobro do que se previa. “Ficámos muito satisfeitos, não só pela verba arrecadada, mas ainda mais porque corresponde ao dobro do que tínhamos previsto”, disse Rogério Bacalhau à Lusa, num balanço sobre o primeiro ano em que a execução da taxa turística funcionou normalmente, depois de dois anos em que esteve suspensa devido à pandemia de covid-19.
A taxa turística de 1,5 euros por noite é aplicada no município de Faro entre março e outubro de cada ano, por um período máximo de sete noites em cada estadia de hóspedes com idade igual ou superior a 13 anos de idade.
Segundo o presidente da Câmara de Faro, o montante elevado arrecadado com esta taxa permite concluir que “atualmente Faro é um destino turístico, coisa que não era há uns anos”, e, ainda, que “não aconteceu o que alguns previam”, ou seja, que a taxa “iria fazer perder competitividade” aos municípios que a aplicassem.
“Esta receita é importante também para o setor turístico, porque permite fazer mais investimentos na melhoria de Faro enquanto destino”, nomeadamente, “no espaço público, no património, nas ofertas culturais e de eventos e na melhoria dos serviços prestados aos turistas, permitindo aumentar o número de visitantes e a qualidade da oferta”, manifestou.
Garantindo que a taxa turística vai continuar a ser aplicada em Faro, o autarca afirmou esperar que outros concelhos algarvios aprovem em breve regulamentos para beneficiarem deste acréscimo de receita. Recorde-se, a propósito, que o presidente da Associação de Municípios do Algarve (AMAL), António Miguel Pina, defendeu, no passado mês de outubro, a aplicação, a partir de 2023, de uma taxa turística municipal com um valor comum a toda a região, mas frisou que a mesma só será aplicada depois de conversações com os todos os parceiros do setor do turismo. Neste caso, o valor apontado é de 2€ por dia.
Atualmente, no Algarve, a taxa turística é apenas aplicada em Faro e, em moldes diferentes, em Vila Real de Santo António, município onde foi introduzida em 2018 com o objetivo de fazer a “manutenção de equipamentos e infraestruturas municipais destinadas aos turistas e à população residente, como é o caso do complexo desportivo”, ou ajudar a financiar a “participação em feiras internacionais para a divulgação do município e das suas potencialidades”.
A cobrança da taxa turística rendeu à Câmara de Vila Real de Santo António 725 mil euros em 2019, valor que pode vir a ser ultrapassado este ano, já que, entre janeiro e outubro, a mesma já rendeu 626 mil euros. Nesta autarquia, a taxa turística é cobrada durante todo o ano, com um valor de 1€ por hóspede e dormida nas unidades hoteleiras, aldeamentos e apartamentos turísticos, turismo de habitação e agroturismo e no alojamento local, e 50 cêntimos por campista, por dia, em parques de campismo e caravanismo ou em áreas de serviço de autocaravanas.