Êxitos e desafios foram a base da intervenção do presidente da APAVT na abertura da Convenção da DIT Portugal

Para além do presidente da APAVT, a sessão de abertura da II Convenção da DIT Portugal, que decorreu no fim de semana, em Évora, contou com as presenças do presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos, que centrou a sua intervenção na nova campanha de promoção da região para o mercado interno, e do presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio, que falou da importância do turismo para o Alentejo.
Na sessão de abertura da Convenção da DIT Portugal, o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, pôs a tónica da sua intervenção no valor económico do setor da distribuição em Portugal, recordando, a propósito, os resultados do estudo realizado pela EY Parthenon para a APAVT, apresentado no congresso da Associação.
Trata-se de uma atualização de outros estudo realizados e que aponta que, considerados os efeitos diretos, indiretos e inclusivos “o valor económico da distribuição turística é de 5,8 mil milhões de euros”, o que “equivale a cerca de 2,4% do PIB de 2022, ou 2,8% do Valor Acrescentado Bruto nacional”, ou seja, “ são várias Auto Europas”, afirmou. No mesmo ano, o setor foi responsável por 126 mil postos de trabalho, cerca de 2,6% do total nacional.
“São números importantes num setor que curou muito bem a economia, e mais ainda, que teve uma evolução superior à economia portuguesa, o que faz com que a influência do setor da distribuição na economia nacional esteja a aumentar todos os anos”, frisou.
Sobre 2023, o presidente da APAVT considerou que o setor terá vivido o seu melhor ano, com os resultados obtidos a consolidarem-se em 2024,colocando-se assim em destaque o “momento muito bom” que o setor vive em termos de resultados.
Os desafios que o setor pode enfrentar em de 2025, que vão das guerras à entrada do NDC na TAP
Mas Pedro Costa Ferreira não deixou de chamar a atenção para as incertezas e desafios que o setor enfrenta, pela situação geopolítica, com duas guerras em curso, uma na Europa e outra no Médio Oriente e que “enquanto existirem podem escalar” e pela “alteração política muito grande” que ocorreu nos Estados Unidos e que “vai ter, naturalmente, muitas consequências a nível mundial”.
Somam-se as crises políticas que se vivem em França e em Espanha, o início de uma crise política e a provável recessão económica na Alemanha e “um dos maiores choques fiscais de sempre no Reino Unido”.
Significa isto que os cinco principais mercados emissores para Portugal estão a ser afetados, “portanto há, de facto, muitas incertezas em redor do setor” que está, também a debater-se com vários desafios, como “a alteração brutal nas condições de emissão das passagens aéreas, com a entrada do NDC na TAP” que, considerou, vai ter impacto mais óbvio no corporate do que no lazer “mas é um desafio importante”.
Outros dos desafios que enumerou têm a ver com a introdução da Inteligência Artificial “de uma forma metódica e estratégica nas agências de viagens”; o cumprimento das certificações relacionadas com a sustentabilidade ambiental, social e de governança; os seguros de viagens que, em Portugal, ainda não seguem, de forma efetiva, as condições exigidas pela Diretiva Europeia; e ainda questões relacionadas com a cibersegurança.
A propósito dos desafios enumerados, o presidente da APAVT sublinhou que para as micro e pequenas empresas que são a base do tecido empresarial do setor “é mais difícil abordar estes desafios sozinhos”. Também neste caso, a união faz a força e a conjugação de vontades traz resultados.
Referia-se assim, aos benefícios que tem para uma pequena agência a sua integração num grupo de gestão porque estes são capazes de “ajudar a resolver estes desafios de uma forma mais efetiva” num setor em que “é muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa”.
Presidente da Câmara de Estremoz considerou o turismo fundamental para o Alentejo
Na sua intervenção na sessão de abertura da Convenção da DIT Portugal, o presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio, afirmou que “o turismo é fundamental” para Estremoz e para todos os municípios alentejanos, tal como “é fundamental que tenhamos agências, que tenhamos atores do território, como são todos vós (…) para promover aquilo que nós temos em cada um dos nossos espaços”
Porque “trabalhar em conjunto faz-nos ganhar”, o autarca referiu-se a projetos conjuntos que estão a ser levados a efeito com Évora e com o Turismo de Portugal, os quais “envolvem os cinco municípios em toda a Serra d’Ossa: um projeto turístico, um projeto desportivo, e agora, recentemente, também um grande projeto(…) que tem a ver com a Cidade do Vinho 2025”, que teve por base uma candidatura dos municípios de Borba, Estremoz e Alandroal.
ERT do Alentejo e Ribatejo vai ter nova campanha de promoção para o mercado nacional a partir de 21 de novembro
O presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos, focou-se na nova campanha da região para a época baixa que vai ser lançada no próximo dia 21 de novembro. Será, disse, “uma campanha para o público, para o mercado nacional mas que vai ser escalada, também para o mercado transfronteiriço com Espanha” e que “vai aparecer, essencialmente, no digital”. Uma campanha que vai promover as duas “faces” da Entidade Regional, o Alentejo e o Ribatejo, destinos diversos e em estados de maturidade distintos.

Direcionar a campanha para o mercado nacional faz todo o sentido, porquanto o Alentejo concentra cerca de 10% das dormidas dos portugueses em território nacional. “Temos em Portugal, à volta de 23 milhões de dormidas de portugueses e o Alentejo tem 2,3 milhões”, sublinhou, afirmando que “o nosso objetivo é que essa quota possa crescer”. Já quanto ao Ribatejo, a ERT tenta promovê-lo nesta campanha como “um novo destino de Portugal”, disse.
Num e noutro caso, a campanha pretende promover o descanso, o relax: “Tentamos apresentar o Alentejo como um destino aspiracional, multifacetado”, onde a ideia de descanso relaxante se combina com a possibilidade de atividade todo o ano, disse José Santos.
Tendo como headline “Alentejo para todos os tipos de descanso” – ou “Ribatejo para todos os tipos de descanso”- a campanha “tenta puxar pelo imaginário dos portugueses” ligado ao descanso, ao touring cultual e histórico, ao Dark Sky – para descansar sob o céu estrelado-, à gastronomia e vinhos para quem quer descansar das dietas… mas também para quem gosta de descansar fazendo sky dive ou cycling, porque, frisou, “o Alentejo é a região onde os portugueses se encontram, onde os portugueses se reencontram, onde os portugueses se desligam, onde os portugueses tentam projetar o seu futuro”.
Além das redes sociais, a campanha vai estar em seis localizações estratégicas em Lisboa, como o El Corte Inglês, Parque das Nações, na rotunda do Oeiras Parque, entre outros, “para promover o Alentejo, desta forma, moderna, aspiracional, bem-humorada”.
Avançou, ainda que a Entidade vai começar “dentro de dias”, a apresentar os resultados da iniciativa “Roteiros do Investimento do Alentejo e Ribatejo” que identificou e avaliou económica e financeiramente, oportunidades de investimento turístico, em imóveis públicos, nos municípios do Alentejo de Campo Maior, Portalegre, Avis, e do Ribatejo de Alpiarça, Santarém e Coruche.