Exceltur alerta para crise de rentabilidade no turismo

Apesar de acreditar que a recuperação do turismo vai continuar a ser uma realidade, podendo ser alcançados indicadores semelhantes a 2019, a Exceltur – Aliança para a Excelência Turística – alerta para uma possível crise de rentabilidade no setor.

Para a Exceltur, a tendência progressiva de recuperação da atividade turística em Espanha é uma realidade que pode vir a consolidar-se no verão, antevendo mesmo que no segundo trimestre deste ano, os resultados possam atingir 90% dos registados antes da pandemia. No entanto, a Aliança para a Excelência Turística alerta que o aumento das receitas possa vir a ser comprometido pela escalada dos preços, nomeadamente dos combustíveis mas também de outras matérias-primas, motivada pela guerra na Ucrânia.

Citado pela Agência espanhola EFE, o vice-presidente executiva da Exceltur, José Luis Zoreda, alerta mesmo que a crise de procura que se verificou no setor durante a pandemia, está a transformar-se, por via da guerra na Ucrânia, “numa crise de rentabilidade num setor já muito castigado pela crise”. Isto porque a invasão tornou mais caros os preços da energia e outras matérias-primas e as empresas e turismo não têm forma de repassar todos os aumentos para o consumidor, mas também não estão em condições de arcar com eles.

A própria Exceltur realizou um inquérito junto de empresas de turismo em Espanha, do qual concluiu que os empresários “apenas vão poder repassar uma média de 26% do total do aumento de custos”.

É facto que a Exceltur reviu em alta as suas previsões para o ano turístico de 2022 em Espanha, calculando que o PIB turístico deverá alcançar 91,6% dos níveis pré pandemia, mas estes resultados estão condicionados, requerendo, por um lado, que não venha a existir nova onda pandémica e, por outro, que a guerra na Ucrânia não se alargue no tempo e não se estenda em termos geográficos.

Também citado pela agência espanhola EFE, o responsável da área de turismo da PwC, lembra que a guerra agravou a perda do poder de compra dos turistas, moderou o crescimento económico dos países europeus e fez rever em alta as previsões de desemprego que em Espanha poderá mesmo vir a superar os níveis de 2021.