Empresas devem ser criativas para reter profissionais
Esta foi uma das conclusões saídas da conferência AHRESP “Mercado de Trabalho: Que profissionais teremos amanhã?”, que decorreu no Porto.
Empresas, especialistas, decisores, estudantes e futuros trabalhadores, juntaram-se quarta feira no Porto para debater temas como “Práticas no Mercado de Trabalho europeu”, “Como Atrair e Reter Profissionais”, ou os “Condicionalismos na Contratação”
Na conferência, a AHRESP sublinhou que “os setores do Alojamento Turístico e da Restauração e Bebidas foram dos mais impactados com a pandemia COVID-19, caindo o seu peso no PIB de 8,6 % em 2019 para uma estimativa de 4,7 % em 2021”. Recordou também que na pré-pandemia faltavam 40 mil trabalhadores nos setores do Alojamento Turístico e da Restauração e Bebidas, situação que a pandemia veio agravar, com os dados oficiais a mostrarem que, em 2021, o canal HORECA perdeu 76.300 trabalhadores face a 2019, com menos 16.100 trabalhadores no alojamento turístico e menos 60 200 na restauração e similares.
Com este panorama como pano de fundo, uma das conclusões aponta no sentido de as empresas do Alojamento Turístico e da Restauração e Bebidas deverem “empreender estratégias criativas para atrair e reter profissionais, que devem ir para além da retribuição e que podem passar por sistemas de avaliação, práticas de reconhecimento, garantias de progressão na carreira e a uma melhor conciliação entre vida profissional e vida familiar”.
Foi concluído também que “o valor da retribuição deverá ter sempre em consideração os ganhos de produtividade, fruto do desempenho individual do trabalhador, mas também do desempenho coletivo ao nível de toda a estrutura empregadora”, de onde resulta fundamental a “criação de um ambiente mais favorável ao funcionamento das empresas” por via da “redução de encargos fiscais, nomeadamente aqueles diretamente relacionados com o trabalho”.
É também preconizada “uma melhor e mais adequada gestão da organização do tempo de trabalho” bem como “iniciativas e mecanismos ao nível da dignificação e da valorização das profissões” que passem, por exemplo, pela “redenominação das categorias profissionais” que se adeque mais “à realidade atual e às exigências das nossas atividades”.
Os intervenientes consideraram também “urgente” a aposta uma na qualificação dos trabalhadores do turismo” e a “implementação de um programa de formação de início de carreira, de curta duração, para as categorias profissionais mais carentes de mão-de-obra qualificada”.
Consideraram ainda que “a imigração pode e deve ser encarada como fazendo parte da solução” mas de forma organizada e com garantia de condições dignas, de trabalho e de vida”, devendo o poder público rever e agilizar os mecanismos de legalização para trabalhadores por conta de outrem.
Por fi, foi preconizada a elaboração de um “Livro Verde do Mercado do Trabalho HORECA”, que identifique as carências de recursos humanos, em quantidade e qualidade.