Empreendimentos turísticos algarvios não vão ter falta de água, garante a AHETA
Na sexta feira, 22 de julho, o governo determinou o racionamento de água na hotelaria do Algarve, medida que vai afetar principalmente os empreendimentos turísticos com campos de golfe e grandes espaços verdes, mas o presidente da AHETA, Hélder Martins, garante que as unidades hoteleiras algarvias não vão ter falta de água, embora tenham que evitar-se gastos desnecessários.
Em declarações à Rádio Renascença, Hélder Martins, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), garantiu que “até hoje, nunca se pôs a questão de racionar”, conceito que o responsável entende como “cortar”. Na opinião de Hélder Martins, o que está em causa é a necessidade de sensibilizar os clientes e os empresários para que se evitem gastos desnecessários. Ou seja, mais do que racionar trata-se de racionalizar o consumo.
O presidente da AHETA afirmou, também, que os empresários têm vindo a “colaborar” no sentido de evitar consumos desnecessários de água, assegurando que “todos os empresários são sensíveis a essa matéria”. “Sabemos que os níveis de pluviosidade têm vindo a diminuir, que os níveis de enchimento das barragens têm diminuído, e não só no Algarve, pelo que temos vindo a colaborar nesse sentido. Não só por uma questão de custos, que também é importante”, afirmou à Rádio Renascença.
Na sexta feira, 22 de julho, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, após uma reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca (CPPMAES) anunciou que o racionamento de água iria avançar nos empreendimentos turísticos do Algarve.
“Foi feita uma reunião entre a Agência Portuguesa do Ambiente e um conjunto de empreendimentos turísticos do Algarve, onde ficou decidido um racionamento e uma gestão dos limites do consumo de água que podem adotar. Isto quer dizer que há uma limitação da água por parte desse setor”, avançou o governante.
Ainda assim, o ministro do Ambiente declarou que “foi salvaguardado o uso da água para consumo humano”, pelo que o racionamento irá aplicar-se aos espaços verdes e campos de golfe, muito embora não tenha sido esclarecido de que forma a medida vai ser implementada.
Recorde-se que em junho, em entrevista à agência Lusa, o ministro do Ambiente, tinha alertado os empresários da indústria do golfe para se salvaguardarem, investindo “naquilo que lhes permite ter água” porque se começar a faltar água para consumo das pessoas o Governo irá aplicar “as restrições que forem necessárias”.
Apesar de, na altura, não estarem ainda previstas quaisquer restrições ao consumo de água, os empresários do setor reagiram céleres às declarações de Duarte Cordeiro, com o CNIG a deixar claro que “as empresas de campos de golfe já há muitos anos que desenvolvem as melhores práticas na redução dos consumos de água e na tentativa de utilização de água de outras fontes que não as tradicionais”, como noticiou o Turisver (ler notícia aqui).
Refira-se que, entretanto, os 16 concelhos do Algarve decidiram já o encerramento de todas as piscinas municipais devido à situação de seca extrema que se vive, na região e no país e que foi considerada pelo ministro do Ambiente como “a mais grave deste século”.