Multifacetados e complexos em 2025 os hóspedes vão exigir “de tudo” num hotel, revela estudo da SiteMinder
Em 2025, os hoteleiros vão enfrentar comportamentos mais complicados e novas exigências por parte dos seus hóspedes, pelo que precisarão de mais informações para responder de forma positiva às suas necessidades, conclui um estudo da SiteMinder divulgado esta quarta-feira que aponta para o “nascimento” do “viajante de tudo”.
A plataforma de distribuição hoteleira SiteMinder lançou esta quarta-feira, 13 de novembro, o seu ‘Changing Traveller Report 2025’, que dá conta do surgimento de um novo tipo de viajante: o “viajante de tudo”, como designa o estudo. É um viajante que tanto vai procurar destinos nacionais como internacionais, que vai exigir tecnologia e utilizar a Inteligência Artificial mas que não quer ser atendido por máquinas, que acomoda as mudanças dinâmicas nas viagens com as tendências mais tradicionais e que quando viaja para assistir a um evento passa o tempo livre no hotel e consome extras.
Trata-se, portanto, de um novo tipo de viajante, multifacetado e complexo naquilo que busca e pretende usufruir, um novo tipo de hóspede evoluído que, de acordo com o relatório da SiteMinder sobre o alojamento, trará consigo uma nova complexidade que levará a uma mudança fundamental na forma como os hotéis operam.
Como exemplo da natureza complexa deste novo viajante, o relatório mostra que, embora 78% dos mais de 12.000 viajantes inquiridos em 14 dos maiores mercados turísticos do mundo, incluindo EUA, China, Espanha, Tailândia e Austrália, pretenda utilizar Inteligência Artificial em algum momento da sua viagem e alojamento, apenas 12% pretende que sejam as máquinas a gerir todas as funções do hotel.
Além disso, embora 72% planeiem aventurar-se no estrangeiro em 2025 – um aumento em relação aos 65% deste ano – há um número menor do que o deste ano a planear apenas para o estrangeiro, sendo que o número de pessoas que pretende realizar viagens nacionais e internacionais quase duplica face a este ano.
No que se refere às viagens internacionais, o Japão é o destino mais referido (13%), seguindo-se os EUA (9,5%) e a França (9%).
Importante é também referir que 1 em cada 2 viajantes “de tudo” é mais propenso a comprar pacotes de viagem, apesar de não querer ‘misturar-se’ com estranhos. Por isso, menos de 1% dos inquiridos está a planear viajar integrado num grupo turístico.
Valorização dos “extras” nos hotéis
Por outro lado, embora 80% pretendam procurar experiências in loco nos seus alojamentos, 41% também planeia trabalhar (+5% do que este ano). Acresce que quase dois terços (65%) têm maior probabilidade de viajar para um evento, aumentando esta percentagem para 83% entre a Geração Z. No entanto, nos tempos que os eventos deixam “mortos”, mais de metade prevê passar no alojamento “a maior parte do tempo” (19%) ou “tempo considerável” (32%), um número 1,5% mais elevado em relação ao ano anterior, que irá fazer com que aumentem os consumos de “extras” nos hotéis.
Assim, embora 46% dos inquiridos esteja a planear reservar um quarto standard, a maioria irá gastar “onde for importante”, com 87% dispostos a gastar em extras como pequeno-almoço (47%), tamanho do quarto (30%), vista (28%) por exemplo, enquanto 70% afirmaram estar dispostos a pagar mais por uma estadia ecológica.
Quando se trata de preços, 65% concordam (40%) ou concordam fortemente (25%) que os hotéis devem poder ajustar as suas tarifas durante períodos de maior movimento, uma perspectiva mais comum entre os jovens hóspedes urbanos. A maioria (83%) consideraria reservar noutra altura se fosse incentivada.
Inteligência artificial e reservas online
O relatório da SiteMinder também revela que mais de 90% dos viajantes provenientes de regiões de elevado crescimento estão abertos ao uso de IA em algum momento durante o planeamento da sua viagem e alojamento. É o caso dos viajantes provenientes de países como a Tailândia (98%), China (96%), Índia (94%) e México ( 91%). Este número desce para cerca de 60% dos viajantes provenientes de destinos mais tradicionais, como o Canadá e a Austrália (62% cada), bem como a Alemanha e o Reino Unido (63% cada).
De referir, ainda, que 70% dos inquiridos da Geração Z (18-27) abandonaram uma reserva online devido a uma experiência negativa, em comparação com 47% dos membros da Geração X (44-59) e 28% dos Baby Boomers (60-78).
Segundo o estudo, o viajante italiano é o mais propenso a iniciar a sua pesquisa de hotéis utilizando um motor de busca (50%), enquanto o viajante chinês é o menos propenso a fazê-lo (20%), privilegiando agências de viagens online específicas e redes sociais .
O diretor de crescimento da SiteMinder, Trent Innes, afirma que este estudo confirma a necessidade de tecnologia para satisfazer as exigências de um viajante cada vez mais multifacetado no próximo ano.
“Numa era em que os hóspedes têm uma influência crescente nas suas estadias, é evidente que as suas necessidades em evolução são amplas e profundamente específicas. O “viajante de tudo” incorpora um novo padrão ousado, com flexibilidade para alternar entre decisões impulsivas e ponderadas, viagens internacionais e locais e uma clara exigência de controlo”, afirma.
“A nossa investigação sinaliza aos hoteleiros que acomodar estas preferências diferenciadas não é apenas uma questão de adaptação a uma tendência – trata-se de um compromisso com uma compreensão profunda de como as preferências e comportamentos específicos dos viajantes estão a mudar e de manter o controlo sobre o que acontece. Neste cenário, os insights baseados em dados tornam-se essenciais para que os hoteleiros possam antecipar as necessidades dos hóspedes e proporcionar a estadia que desejam”, conclui o responsável.
O Relatório de Alterações de Viajantes 2025 da SiteMinder está disponível aqui.