Em 2024 a faturação bruta aumentou quase 20% e a rentabilidade 8%, anunciou o Mercado das Viagens na sua VI Convenção

Os números foram avançados em conferência de imprensa, à margem da VI Convenção do Mercado das Viagens, que decorreu em Lagos, e na qual estiveram presentes os administradores da rede Nuno Pereira e Carlos Silva, e o diretor-geral, Adriano Portugal.
A VI Convenção do Mercado das Viagens, que decorreu em Lagos nos dias 7 e 8 de fevereiro, e juntou 63 agentes de viagens da rede (cerca de 95% do total) encerrou com um “balanço extremamente positivo”, afirmou Adriano Portugal, diretor-geral da rede, em conferência de imprensa, à margem do evento. Somaram-se ainda as presenças dos operadores parceiros Premium, nomeadamente, a Ávoris, Tour10, Soltour, Solférias, MSC Cruzeiros, Soltrópico e Egotravel – “parcerias que queremos manter”, afirmou o responsável.
Este ano, a Convenção teve algumas alterações no seu modelo que vai agora ter seguimento já no ano que vem. Um modelo tipo “tertúlia” que permitiu abordar temas muito diversos, como gestão de empresas, comunicação e marketing, coaching sobre gestão de conflitos de vendas – temas que, segundo Adriano Portugal, acabaram por se complementar e tiveres como oradores convidados especialistas nas diferentes áreas.
Porque o mercado está a evoluir de uma forma muito rápida, as novas tecnologias e a Inteligência Artificial foram temas que estiveram também em cima da mesa, tal como a situação geopolítica, e o impacto que podem ter as alterações políticas nos Estados Unidos e também a forma de enfrentar as fusões e aquisições que estão a acontecer no mercado, e de como uma rede formada por micro empresas pode ou não retirar mais valias desta situação, tendo como ponto assente que o Mercado das Viagens não considera “no momento” ligar-se a nenhum um grande grupo.
Uma das mais-valias, disse o diretor-geral do Mercado das Viagens passa pelo facto de as microempresas, ao contrário dos grandes grupos, entenderem o cliente como uma pessoa e não como um número e saberem que cada vez mais o cliente gosta de ter um tratamento personalizado.
Atualmente com 22 agências (sendo que seis são próprias), apesar de 2024 ter terminado com 19, o objetivo do Mercado das Viagens é chegar a 25 ou 26 agências até ao final deste ano, recuperando assim o número que detinham em 2019, antes da pandemia, quando eram 26 agências
Nuno Pereira, administrador do Mercado das Viagens, sublinhou que “hoje, infelizmente, o sector está regulado pelo preço e nós temos que tentar tirar rentabilidade do nosso negócio, porque vivemos da rentabilidade”. Portanto, continuou, o foco “tem que ser naquilo que podemos acrescentar”.
“Nós vamos cobrar o quê? O atendimento? O produto? Vamos cobrar principalmente, o atendimento. O cliente não pode sair da loja com dúvidas quando entra com algumas, temos que acrescentar alguma coisa””, concluiu Nuno Pereira.
Ainda assim, o Mercado das Viagens não tem grandes razões de queixa ao nível da rentabilidade, que em 2024 “não correu muito mal, mas podia ser melhor” disse Carlos Silva, outro dos administradores do Mercado das Viagens, clarificando que neste indicador o aumento foi de 8%. Já a faturação bruta subiu a dois dígitos “numa ordem de quase 20%”.
Austrália, Japão, Miami, por parte de um cliente mais premium que opta por grandes viagens, e Cabo Verde, Tunísia e Caraíbas, por parte do cliente charter foram, segundo os responsáveis do Mercado das Viagens, os destinos mais procurados em 2024.
Solférias, Ávoris, NewBlue e Soltrópico foram os operadores mais vendidos, impulsionados pelos produtos cherter, com a Soltrópico a ser o operador que mais cresceu face ao ano anterior.
Atualmente com 22 agências (sendo que seis são próprias), apesar de 2024 ter terminado com 19, o objetivo do Mercado das Viagens é chegar a 25 ou 26 agências até ao final deste ano, recuperando assim o número que detinham em 2019, antes da pandemia, que era 26 agências.
Hoje como naquela altura, o objetivo é “crescer de forma sustentável”, uma vez que “o nosso modelo de negócio assenta na rentabilidade das nossas próprias lojas e das lojas que estão connosco”, afirma o diretor-geral da rede.
Com mais lojas a Norte do que no Sul, o Mercado das Viagens pretende agora reforçar o seu posicionamento no Centro do país, muito embora também não digam não a uma expansão a Sul, aliás, estão em curso negociações para mais duas lojas no Sul do país.
Relativamente ao início de 2025, Adriano Portugal adiantou que o mês de Janeiro fechou com um aumento de 18% nas vendas e uma rentabilidade superior em 5% à do ano passado. Ásia e Brasil, nas grandes viagens, e Baleares, Porto Santo e Cabo Verde, no curto-médio curso, têm sido os destinos mais vendidos.
“Priorizamos também a formação sobre destinos” para dar ao agente de viagens “ferramentas para que ele possa fazer o tailor made” e “ir buscar mais rentabilidade”
Em cima da mesa esteve também a questão da formação, com Adriano Portugal a mencionar que nas ações promovidas pelo Mercado das Viagens ao longo do ano “priorizamos também a formação sobre destinos” para dar ao agente de viagens “ferramentas para que eles possam fazer o tailor made” e “ir buscar mais rentabilidade”.
Sem conseguir fazer uma avaliação precisa de quanto vale o tailor made, os responsáveis do Mercado das Viagens admitem que, embora não possa ser comparável ao leisure “nota-se que o tailor made está a crescer”.
A ajudar a este crescimento estão as próprias plataforma de bed banks que “começam a ter também mecanismos que nos permitem vender para além só do hotel. Já conseguimos vender também os circuitos, as atividades” desde um jogo de futebol a um concerto, um valor que o agente de viagens pode acrescentar à viagem, sendo, portanto, “mais valias que estamos a ter”.
Questionado sobre quais as novidades que o Mercado das Viagens vai ter este ano, Adriano Portugal apontou a participação na BTL, com espaço próprio e 7 balcões para venda ao público, e na FLY, a nova feira de viagens que vai realizar-se no Porto, nos dias 22 e 23 de março e onde o Mercado das Viagens vai contar com 12 balcões.
Já não será novidade, mas foi-o em 2024, como assinalou o diretor-geral do Mercado das Viagens: “Em 2024, pusemos a funcionar em 98% o nosso próprio consolidador, MV Aéreo”. Para isso foram buscar Mónica Mesquita, que sempre esteve ligada à aviação, avançaram os responsáveis do Mercado das Viagens.