Em 2023: Turismo europeu aproximou-se dos níveis pré-pandemia
Apesar dos aumentos de preço da aviação e do alojamento, o turismo europeu recuperou fortemente em 2023 com as chegadas de turistas estrangeiros à Europa no último trimestre do ano a ficarem apenas 1,6% abaixo dos valores de 2019, de acordo com a European Travel Commission. Portugal está entre os países que superou os registos da pré-pandemia.
Segundo as conclusões do relatório trimestral sobre Tendências e Perspetivas do Turismo Europeu divulgadas esta semana pela Comissão Europeia de Viagens (ETC), no final de 2023, o turismo europeu continuou a sua recuperação robusta, aproximando-se dos níveis pré-pandemia, apesar das pressões inflacionistas. Nos destinos reportados, as chegadas de turistas estrangeiros situam-se 1,6% abaixo dos valores de 2019, e o número de dormidas ficou apenas a 0,6% de distância do ano de referência (2019).
A recuperação é alimentada pelas viagens intraeuropeias, principalmente provenientes da Alemanha, França e Países Baixos, embora as chegadas de longo curso também estejam a recuperar, mas a um ritmo mais lento e apresentando variações significativas entre regiões como a Ásia-Pacífico e a América do Norte.
Dois terços dos destinos que reportaram informações à ETC, registaram recuperação total e até aumentos em torno dos 10% face a 2019. Portugal é um destes destinos, tendo registado um aumento de 11% nas chegadas de turistas internacionais.
Outros países que também superaram os valores de 2019 foram a Sérvia (+15%), o Montenegro (+10%), a Turquia (+9%) e Malta (+8%).
Outros países também alcançaram uma recuperação significativa em comparação com 2019 foram a Islândia registou um aumento de 12% nas chegadas, os Países Baixos, onde as dormidas aumentaram 16%, apesar de um aumento de apenas 2% nas chegadas, o que é indicativo de estadas mais prolongadas.
Já os destinos da Europa de Leste que fazem fronteira com a Rússia registaram uma recuperação mais lenta, nomeadamente, a Lituânia (-32%), a Letónia (-29%), a Estónia (-27%) e a Finlândia (-24%).
A recuperação das chegadas e das noites em toda a Europa está a ocorrer num contexto de inflação que afeta o turismo e os turistas que, ainda assim, continuaram a viajar, sublinha a ETC.
Mercados extraeuropeus com recuperação desigual
Os mercados norte-americanos, como os EUA e o Canadá, foram os que recuperaram de forma mais significativa em 2023. Segundo o relatório da ETC dois terços dos destinos europeus reportaram um crescimento nas chegadas e/ou dormidas provenientes dos EUA, enquanto mais de metade registou o mesmo no Canadá.
Já o mercado chinês que representava 13% das chegadas de longo curso à Europa em 2019, tem tido recuperação mais lenta, tendo-se situado nos 67% abaixo dos níveis pré-pandemia, em comparação com a média de 22% para todos os outros mercados de origem de longo curso.
Apesar de afirmar que os destinos europeus podem antecipar uma nova recuperação do mercado chinês em 2024, a ETC adianta que este ficará ainda 39% abaixo dos números de 2019.
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