Egito, Marrocos e África do Sul continuam a liderar viagens para África, diz o Annual African Tourism Outlook

Egito, Marrocos e África do Sul continuam a liderar as viagens para África, representando mais de 70% das chegadas de turistas internacionais àquele continente em 2022 e cerca de 50% das receitas turísticas internacionais, segundo a 2ª edição do Annual African Tourism Outlook 2024.
O relatório do Nova SBE WiTH Africa, uma iniciativa da Nova SBE que resulta de uma parceria entre o Nova SBE Data Science Knowledge Center e o Nova SBE Westmont Institute of Tourism & Hospitality, para além de atualizar a informação sobre o ecossistema e desempenho do turismo de cada país africano, apresenta ainda uma análise mais aprofundada em três áreas-chave estratégicas: Chegadas Internacionais; Performance do setor da aviação em África e Performance dos diferentes países africanos, segundo os dados do Fórum Económico Mundial.
Dirigido a decisores que, nas áreas do turismo, finanças e comércio precisam decidir de forma consciente e informada sobre o turismo local, avaliando os potenciais riscos, desafios e oportunidades, o Annual African Tourism Outlook 2024 acrescenta ainda nesta edição uma segmentação dos mercados turísticos africanos identificando os países que fazem parte de quatro categorias (criadas com base nos indicadores de atividade turística, infraestrutura e acessibilidade): Indústria do turismo estabelecida (onde se destaca o Egito, Marrocos e África do Sul); Indústria do turismo emergente (com o Quénia e as Maurícias a registar um rápido crescimento demonstrando a sua relevância no turismo global); Economia do turismo em crescimento (com o Gana e a Etiópia a revelar mais uma vez de forma constante e consistente o seu potencial turístico) e Mercado do turismo nascente (que inclui todos os países onde o turismo permanece subdesenvolvido, sinalizando oportunidades significativas de investimento e crescimento).
Embora o continente registe disparidades regionais, o progresso da indústria da aviação revela-se um forte promotor deste ressurgimento: o tráfego aéreo entre África e China aumentou 63% em 2024, enquanto as rotas para o Médio Oriente e a Europa registaram crescimentos de 11,1% e 4,3%, respetivamente. Apesar dos desafios estruturais (como infraestruturas subdesenvolvidas e incertezas geopolíticas) são identificadas várias iniciativas de investimento em aeroportos e reformas políticas que visam reduzir as barreiras e potenciar a conectividade regional e internacional.
Embora o Travel and Tourism Development Index (TTDI) do Fórum Económico Mundial de 2024 reforce a tendência de crescimento do turismo africano – com melhorias em 16 das 19 economias africanas analisadas, com a África do Sul a liderar a classificação, seguida pelas Ilhas Maurícias e Gana – persistem desafios muito significativos.
Preocupações com segurança, infraestruturas de transporte limitadas, restrições no uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e baixa priorização orçamental do turismo continuam a travar o crescimento sustentável. Além disso, e apesar de políticas promissoras como a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) e o Mercado Único Africano de Transportes Aéreos (SAATM), a conectividade transfronteiriça reduzida contribui também fortemente para o reduzido desenvolvimento turístico mais integrado.
Apresentando-se como um setor essencial para a criação de emprego, crescimento económico e integração regional, o turismo em África regista uma recuperação sólida no período pós-pandemia, colocando o continente numa posição privilegiada para aproveitar a crescente procura por destinos diversificados e experiências culturais autênticas.