Eduardo Cabrita: Para a MSC Cruzeiros o mercado português deverá crescer “quase 40%” face a 2019
Depois do Funchal e do Porto foi a vez de Lisboa receber esta quinta-feira o roadshow da MSC Cruzeiros, onde os agentes de viagens ficaram a conhecer as novidades da programação da companhia para 2024. À margem do evento, Eduardo Cabrita, diretor-geral em Portugal, fez o balanço das operações deste ano e traçou perspetivas para 2024.
Em conversa com os jornalistas, à margem do roadshow que teve lugar em Lisboa esta quinta-feira, Eduardo Cabrita referiu-se ao cancelamento recente da programação de inverno de um navio que ia fazer a sua temporada no Mar Vermelho para dizer que “ainda é cedo para saber o impacto” desse cancelamento a que se somou a alteração de portos noutros itinerários.
“Estamos agora a tentar perceber qual vai ser o impacto nas futuras reservas” sendo que, nesse sentido já se sentiu “um abrandamento”, admitiu aos jornalistas, acrescentando se a situação continuar como está “vamos ter que fazer alterações mesmo para 2024”. O abrandamento está longe de ser geral, estando relacionado com a área do conflito, sentindo-se em “tudo o que está especialmente relacionado com o Mar Vermelho e com a zona do Mediterrâneo onde temos os navios, como é o caso do porto de Haifa (Israel) ”.
A propósito, o diretor-geral da MSC Cruzeiros em Portugal avançou mesmo que “uma das nossas preocupações era saber qual o impacto que o conflito no Médio Oriente, especialmente à partida do Dubai mas neste caso as reservas continuam minimamente estáveis, apesar de ter havido um abrandamento nos primeiros dois dias, e pensamos que vamos cumprir os objetivos que temos delineado para o inverno que vai acabar em março”. Ainda assim, disse que “tudo vai depender de uma potencial escalada da guerra nos próximos dias”. Já no que se refere aos restantes navios e itinerários “não sentimos impacto nenhum, as reservas continuam”.
“Se tudo correr como o previsto, vamos acabar o ano com mais de 50.000 passageiros transportados, quando em 2019 tivemos pouco mais de 35.000”
Por cá, e apesar da situação económica, a procura continua em alta: “Se tudo correr como o previsto, vamos acabar o ano com mais de 50.000 passageiros transportados, quando em 2019 tivemos pouco mais de 35.000”, o que representa um crescimento de quase 40% relativamente ao ano anterior à pandemia. Acresce que as reservas para 2024 já estão acima das que se registavam o ano passado nesta época: “Até há 15 dias, estavam 15% acima de há um ano atrás”. Este ano, disse, as pessoas começaram a reservar mais cedo os seus cruzeiros para 2024, “em julho já havia reservas e continuam”, garantiu.
A operação à partida de Lisboa, que ainda está a decorrer, “está a correr bastante bem, estamos com 600 a 700 passageiros por partida”, afirmou o diretor-geral da MSC Cruzeiros em Portugal, considerando que “para o ano é que vai ser um grande desafio porque vamos aumentar o número de cruzeiros, que vão começar no final de abril e não no final de junho como este ano e vamos alargar o espectro. Vão ser cerca de 19 partidas, talvez mesmo 20”, que se comparam às 12 partidas deste ano. Apesar de do desafio, confessou que “estamos muito esperançados em que o próximo ano seja muito simpático”. O itinerário destes cruzeiros será muito idêntico ao atual mas, segundo o responsável, “quem faz um cruzeiro à partida de Lisboa, em 80% dos casos fá-lo pela primeira vez”.
Além dos cruzeiros à partida de Lisboa e do Funchal, os itinerários que mais contribuíram para os bons resultados da MSC Cruzeiros em Portugal foram o Mediterrâneo Ocidental (itinerário por Espanha, França, Itália e Malta), seguido do Mediterrâneo Oriental (Veneza, ilhas Gregas) e por fim o Norte da Europa, com exclusão do Báltico, devido à situação geopolítica.
Pelos resultados que a MSC Cruzeiros está a ter e pela adesão ao roadshow, que teve “casa cheia” tanto no Porto como em Lisboa, Eduardo Cabrita quis deixar um agradecimento aos agentes de viagens, frisando que ambas as situações são demonstrativas de que “a MSC Cruzeiros está muito presente no setor da distribuição em Portugal”.
Este ano, o roadshow incluiu a apresentação da Explora Journeys, companhia de cruzeiros de luxo do Grupo MSC, para a qual, afirmou Eduardo Cabrita, “já há reservas em Portugal mas são mínimas”.