“É necessário estender a digitalização a toda a cadeia de negócio”
Esta foi uma das oito conclusões da conferência “Digitalizar sem desumanizar”, organizada pela AHRESP no final da semana passada, em Lisboa. Uma jornada em que ficou vincado que, apesar da tecnologia, os valores humanos serão sempre a alma das empresas do setor.
Refletir sobre os desafios da tecnologia nos setores HORECA foi o objetivo que presidiu à conferência “Digitalizar sem desumanizar” e foi disso mesmo que se tratou: mostrar as valências que a tecnologia tem para os sectores HORECA, a necessidade da sua utilização mas também o papel imprescindível das pessoas.
Os participantes na conferência concluíram que, embora as empresas de alojamento tivessem sido a primeiras a alcançar a era digital, através da sua presença na internet “não estão a acompanhar as todas as necessidades atuais”, sendo, por isso “necessário estender a digitalização a toda a cadeia do negócio, otimizar a produtividade e assegurar a segurança da informação”.
Foi também apontada a necessidade de seguir uma estratégia ao nível da transição digital das empresas, devendo essa estratégia ser “transversal a toda a cadeia de valor”. Simultaneamente, deve apostar-se na “capacitação digital de todos os trabalhadores da empresa, implementada de “cima para baixo”, para que tenha a força do exemplo”, com a AHRESP a propor-se “fazer a ponte entre o que o negócio necessita e as soluções tecnológicas existentes no mercado”.
Os participantes entenderam, igualmente, ser necessário criar condições para que as empresas do setor “possam ser parceiras de soluções tecnológicas que representam uma efetiva mais-valia para os seus negócios, como é o caso da utilização de plataformas de entregas, o que deve ser feito com condições mais ajustadas e equilibradas”.
Consideraram, por outro lado, que “deve ser privilegiada a segurança informática para a proteção do negócio e do cliente, mas também para a prevenção de ataques e ameaças cibernéticos”.
Foi ainda concluído que “o digital deve ser visto como um ativo extraordinário” que permite conhecer os clientes e o negócio, sistematizar e analisar dados e automatizar processos, o que dá mais tempo aos empresários para se forcarem noutras áreas do negócio.
Por fim, foi assumido que “a tecnologia e digitalização devem estar ao serviço dos negócios, mas não devem ser um fim em si mesmo porque elas não se opõem nem substituem os valores humanos, que serão sempre a alma das nossas empresas e o cartão de visita do nosso Turismo”.