Dionísio Pestana: Burocracia e aeroporto de Lisboa levam investidores para outros países
Como hoteleiro começou na Madeira e afirma que teve a vida “muito facilitada”. Hoje, o CEO do maior grupo hoteleiro português continua a investir em Portugal mas já rumou a várias outras paragens e alerta para constrangimentos que levam os empresários a procurar outros países para investir.
Na mesa redonda “Evolução e Inovação na Hotelaria: Da História à Visão de futuro na Madeira e no País”, realizada no primeiro dia do 34º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo que termina esta sexta-feira no Funchal, Dionísio Pestana garantiu que o Grupo Pestana quer e vai continuar a investir em Portugal. Ainda assim, considera que investir em Portugal é muito mais difícil do que em outros países, devido a várias situações críticas.
Uma deles é a situação do aeroporto de Lisboa que, segundo afirmou “já atrasou muitos projetos em Portugal. O mesmo acontece com a tão falada burocracia que leva a grandes atrasos na aprovação de projetos. Situações que, somadas, levam muitos hoteleiros a investir lá fora, nomeadamente noutros países europeus, onde tudo é mais fácil. Ou até nos Estados Unidos.
A propósito referiu que enquanto um projeto na Câmara de Lisboa “leva quatro ou cinco anos a ser aprovado”, em Orlando, onde o Grupo Pestana adquiriu recentemente uma unidade hoteleira, o processo “demorou seis meses” a ficar concluído.
São situações criticas como estas que, disse, têm levado os hoteleiros portugueses a investir no estrangeiro, ao mesmo tempo que os estrangeiros que querem investir em Portugal acabam por desistir.