Dália Palma: BTL quer ser o market place do setor do turismo
Em entrevista ao Turisver, Dália Palma, Gestora da BTL, mostra-se convicta no sucesso da edição de 2022 da feira, tanto pelo número como pela qualidade dos expositores e, também, pela representatividade dos vários sectores em exposição. O objetivo é que a BTL 2022 volte a mostrar o Turismo como uma atividade forte e pujante e que marque o reencontro com os consumidores.
Que reação têm tido da parte das empresas do trade quando lhes vão propor a sua participação nas BTL 2022?
A reação tem sido bastante positiva e bem demonstrativo disso é o facto de ao dia de hoje (25 de fevereiro) podermos dizer que a BTL, que é o maior e mais importante evento do turismo em Portugal, irá ser a melhor de sempre, não só em número de expositores mas também em termos de qualidade e representatividade dos setores.
Quanto à dimensão, posso dizer que a área total coberta atingirá quase a sua capacidade máxima e teremos alguma área de exterior também ocupada.
Quando apresentámos a BTL 2022, em outubro, definimos quatro linhas estratégicas. Uma tinha a ver com a internacionalização, dividida em dois vetores, um focado nos buyers, onde o nosso objetivo é que este programa esteja cada vez mais segmentado e mais focado na qualidade dos buyers e não na quantidade, outro vetor na área é o de, cada vez mais, ter a representação de destinos internacionais na BTL.
Outra das linhas tinha a ver com a representatividade dos setores em exposição e temos alguns em que verificamos um forte crescimento, o que se deve também à própria situação que vivemos, porque são setores que cresceram impulsionados pela procura. É o caso do enoturismo, setor em que vamos ter uma grande representação de players, com a área ocupada pelo enoturismo a crescer dos 150m2 de 2019 para 1.000m2, com a presença de cerca de 45 empresas que representam o que de melhor este setor tem para oferecer em termos de oferta turística.
O turismo de natureza foi outro segmento que cresceu muito durante a pandemia, fruto da estratégia do Turismo de Portugal e das Entidades Regionais de Turismo, direcionada ao consumo interno, um crescimento que se vai refletir na BTL. Costumamos dizer que as feiras são um barómetro da economia e é verdade, por isso, quando um segmento cresce reflete-se nas feiras.
Este ano, a nível da natureza, vamos ter, pela primeira vez, a presença dos sete geoparques que vão estar reunidos num único espaço.
A BTL Cultural é outra das áreas que vai crescer este ano e na área da inovação temos o BTL Lab.
Mas voltemos às linhas estratégicas…
A terceira linha tinha a ver com a formação e a requalificação dos recursos humanos, um tema de que tanto se fala numa altura em que o setor está a braços com a necessidade de trabalhadores. Esta é uma área que vai também estar muito bem representada na feira, desde as redes de politécnicos até outras entidades de formação, tanto superior como mais profissional.
Este vetor é reforçado com a presença da Bolsa de Empregabilidade, um evento que apoiamos e acolhemos nas nossas instalações mas que é organizado por um parceiro, o Fórum Turismo.
“O grande objetivo é que a BTL seja o market place do setor do turismo, não só para o trade mas também para o público, ou seja, que a BTL comece a ser o grande momento para a marcação de férias”
A quarta linha estratégica tem a ver com a venda direta. Temos uma área que é muito focada na venda direta e o nosso objetivo é alargar esta componente a todos os setores com oferta e que estejam preparados para o fazer.
A venda direta estava muito focada nas agências de viagens e o que queremos é alargá-la à hotelaria, ao enoturismo, à área da natureza… O grande objetivo é que a BTL seja o market place do setor do turismo, não só para o trade mas também para o público, ou seja, que a BTL comece a ser o grande momento para a marcação de férias.
De alguma forma, isso vinha já acontecendo, tanto que em 2019 tivemos cerca de 35 mil visitantes do público geral em dois dias.
Continuam a contar com uma forte presença no espaço da APAVT?
Sim. O Pav.4 está dividido em duas grandes áreas: uma integrará os destinos internacionais – este ano vamos ter cerca de 65 destinos internacionais, alguns novos, como a Jamaica, Canárias, Formentera, Ibiza, Mauritânia, entre outros – enquanto a segunda metade do pavilhão estará dividida entre a distribuição, onde se inclui a APAVT, e a das companhias aéreas, animação turística e transportes terrestres.
A APAVT é sempre uma presença muito importante, não só pela dimensão que ocupa no pavilhão mas também por aquilo que representa e pelas empresas associadas da APAVT que estão presentes.
O Pav.4 tem uma característica muito interessante já que durante os três primeiros dias está muito focado no trade e depois reconverte-se. O que pretendemos é que esta alteração abranja também os outros pavilhões, para que se possa criar aqui uma maior dinâmica.
Está convicta de que isso irá acontecer?
Estou, porque durante o período em que estivemos muito centrados em criar produto para consumo interno evoluímos muito e o produto começou a ficar muito mais estruturado para ser vendido de forma direta.
E em termos das presenças institucionais como está a ser a adesão?
A BTL é aquele tipo de evento que reúne as instituições públicas de norte a sul do país. Vamos ter as cinco Entidades Regionais de Turismo do Continente, as duas regiões Autónomas, os Açores e a Madeira, e praticamente todas as Câmaras vão estar representadas, umas de forma individual, outras integradas nas CIMs. No que toca às associações municipais diria que, de norte a sul do país, a BTL consegue ser a montra desta oferta.
Eventos paralelos e espaços de restauração componentes fortes do evento
Estão programados alguns eventos que sejam apelativos para a presença do trade?
Temos vários eventos programados até porque a BTL, além da área de exposições tem conteúdos em vários palcos. É o caso das áreas do enoturismo, da natureza, da BTL Cultural e da BTL Lab, onde haverá conferências, pitches e apresentações.
Além disso temos o palco principal, que é o auditório AVK, onde vão decorrer conferências centrais, nomeadamente sobre sustentabilidade, inovação e inovação digital, recursos humanos e requalificação, sobre o perfil do novo viajante, entre outros. Temos também uma conferência focada no Meeting Industry.
Vai haver espaços de restauração?
Continuamos a ter os restaurantes que representam a gastronomia regional e a área das tasquinhas.
Em termos de organização do espaço da feira, no Pav.1 vamos continuar a ter as Entidades Regionais, no Pav.2 teremos as Câmaras Municipais, as CIMs, Associações Municipais, A BTL Cultual e o BTL enoturismo e ainda a área da gastronomia. No Pav. 3, teremos a hotelaria, equipamentos e serviços, BTL Lab, BTL Village e o auditório AVK. No Pav. 4, como referi há pouco, teremos os destinos internacionais, a aviação – vamos ter cinco companhias aéreas presentes, o que é bom – e a distribuição, além da animação turística.
A BTL é conhecida por ser uma grande festa para o público
Pode dizer-se que uma das garantias que o público pode ter é a de que a BTL vai ser convidativa?
A BTL é conhecida por ser uma grande festa para o público, muito por via das atividades que as Entidades Regionais promovem mas para além desta animação, a BTL será a montra e o market place para a compra das férias. Não se trata apenas de vir conhecer destinos mas principalmente de aproveitar as promoções que as empresas fazem no âmbito da feira.
“Vamos cumprir à risca as medidas que forem impostas na altura pela Direção Geral de Saúde“
A grande batalha de que falta ainda ver resultados é conseguir que o publico volte à feira. Como é que as entradas se vão processar em termos das medidas de segurança?
Vamos cumprir à risca as medidas que forem impostas na altura pela Direção Geral de Saúde, mas pelo que temos vindo a assistir essas medidas estão a ser cada vez menores. Estamos a três semanas da feira e acreditamos que nessa altura as medidas vão ser muito reduzidas e não serão impedimento para que as pessoas regressem.
Recentemente, realizámos a Nauticampo e conseguimos chegar quase ao mesmo número de visitas de 2020, ano em que esta feira foi realizada muito pouco tempo antes da pandemia.
Que tipo de promoção vai ser feita para apelar à participação do público?
Já começámos a levantar um pouco o véu, divulgando determinadas atividades e dando a conhecer um pouco daquilo que o público pode esperar e começámos a lançar alguns podcasts com entrevistas a expositores. Agora iremos continuar a divulgar algumas novidades nas redes sociais e em comunicações à imprensa.
Quais têm sido as maiores dificuldades em pôr esta BTL de pé?
Pôr de pé uma feira desta dimensão não é uma dificuldade, é um desafio e sendo o turismo um dos setores mais importantes da nossa economia, a nossa responsabilidade é sempre muito maior e a nossa preocupação está sempre associada à inovação, no sentido de fazermos cada vez melhor e estar à altura daquilo que os nossos clientes esperam de nós.
Se me perguntar qual foi o maior desafio comparando com a edição de 2019, diria que os desafios são sempre semelhantes.
Há alguns países que normalmente são referência para o público, como Cuba, Brasil, República Dominicana…
Todos vão estar presentes. O Brasil vai estar representado através da Embratur e uma série de estados vão estar presentes individualmente, como o Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul…, portanto estará em peso na feira.
Cuba também estará presente, a República Dominicana é o destino internacional convidado, Goa, Marrocos, temos uma grande representação as regiões espanholas, Indonésia, Tailândia, Moçambique, Seychelles, Peru, Tunísia, Polónia…
Os objetivos a que se propuseram para a BTL 2022 estão atingidos?
Até à data de hoje, diria que sim, mas os nossos objetivos só terminam no último dia da feira. Estamos convictos de que esta será a melhor BTL de sempre, quer a nível de representação quer a nível de qualidade de conteúdos.