CTP pede “cautela” ao governo com os aumentos salariais
Francisco Calheiros considerou esta quarta feira, à saída da reunião entre os parceiros sociais, o primeiro-ministro e a ministra do Trabalho, que “é preciso cautela” com os aumentos salariais porque podem provocar uma espiral inflacionista mais acentuada.
“Tive o cuidado de dizer quer ao primeiro-ministro, e também à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que há determinados temas que não devemos discutir em praça pública”, sem antes serem discutidos em sede de Concertação Social, afirmou o presidente da Confederação do Turismo de Portugal, exemplificando com propostas como a semana de quatro dias de trabalho ou o aumento salarial de 20%.
Francisco Calheiros considerou que antes de falar sobre este assunto publicamente era necessário “definir critérios” e “ser objetivos”, por forma a saber o que está a discutir. “Estamos a falar de quê? 20% tendo em conta a inflação ou não tendo em conta a inflação?”, questionou, acrescentando que tendo em conta esse parâmetro, um aumento de 20% “se calhar seria pouco”.
Porque “não se sabe do que estamos a falar”, o presidente da Confederação do Turismo considera que este tema deve ser primeiro abordado no Conselho Permanente de Concertação Social, tal como o da semana de quatro dias de trabalho.
Francisco Calheiros pediu mesmo “cautela” ao Governo no que toca aos aumentos salariais, uma vez que eles podem vir a provocar o agravamento da inflação. “Era preciso ter alguma cautela com esta espiral inflacionista, com as medidas de impacto económico, porque em nosso entender, não irá acontecer o que aconteceu antes de 2019, com deflação, e também não podemos pensar que vamos ter uma inflação como está agora, nos 8%”, pelo que, afirmou, “é preciso ter aqui algumas cautelas”
Em declarações à comunicação social, o presidente da CTP disse ter tentado que fossem abordadas na reunião as prioridades nacionais para o Programa de Trabalho da União Europeia, tema que o primeiro-ministro não quis abordar por ao estar presente o secretário de Estado da Integração Europeia. Ainda assim, a CTP abordou algumas das prioridades para o setor do turismo como a questão do aeroporto, que tem tido alguns constrangimentos na altura das chegadas de passageiros.
“Há dois meses previ o que ia acontecer e, infelizmente, aconteceu, por isso neste momento a prioridade n.º 1 do Turismo é que se não tivermos um novo aeroporto decidido rapidamente esta situação, porque o aeroporto não estica, vai-se repetir mais vezes”, defendeu.